Capítulo 18

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Acordo tonto. Olho em volta e não estava no meu quarto, sinto meu corpo mais leve e me levanto da cama que não era minha, olho no espelho e me deparo com uma garota, meu choque é grande, eu tenho seios, cabelo grande, que rosto é esse? 

  - O que aconteceu? - Minha voz era de garota. Eu me lembrei! Sou aquela garota dos meus sonhos. Que bizarro. Areia dourada me rodeia e se concentra, forma um coelho que sai pulando pelo meu quarto. Sorriu dele. Eu me sinto tão feliz. 

  - Você trocou de corpo por um dia - Ouço uma voz feminina, e olho em volta, deve ser a conselheira dela.

  - Estou no corpo de uma menina?!  Legal! - Saio do quarto dela de pijama e fico analisando a casa, sorridente, vejo um garotinho de pijama, seus olhos eram castanhos e era um pouco igual a mim.

  - O que faz acordada a essa hora?- Ele pergunta com voz de sono.

  - Só quero aproveitar melhor o dia - Digo sorridente, ele sorri e sai andando para o que parece ser a cozinha. Eu percebi um sotaque diferente meu e desse irmão, ele aparenta ter dez anos.

    Chego na cozinha e era grande, um homem meio enrugado e de terno mexia no celular e estava com a cara séria, seu cabelo era curto e castanho. Me sento à mesa e pelo que parece minha mãe vem até mim e põe comida em um prato a minha frente. Começo a comer.

  - Eduardo, que desenho era aquele na parede? - Meu pai disse para meu irmão, ele ficou pálido - Eu já não disse para não fazer isso? - Seu tom aumenta - Ainda mais uma borboleta! Você é homem ou uma florzinha? Cria jeito menino! - Como é? Terminei de comer e fui para meu quarto, peguei algumas roupas e vesti. Ouço discussão lá de baixo e não quero ficar nessa casa. Então resolvo conhecer o lugar. Abro a janela que até estava emperrada. 

    Pulei a janela e toquei o chão com elegância que me fez até rir. Sai correndo e entrei em ruas cheia de pessoas, algumas construções era Europeu e as pessoas falavam de uma forma estranha mas eu entendi. Olhei em volta e o céu era lindo. As pessoas eram lindas. Paro em um mercado de plantas e as flores se abrem com minha presença e achei muito lindo. 

    Vi umas garotas reparando em mim demais, elas eram grandes e fortes e se aproximavam de mim. Me afastei e voltei a andar entre a multidão, olhei para trás e entrei em um beco, mas acabo indo de cara a alguém,  ela usava um capuz e uma jaqueta preta, fiquei encarando ela.

  - Oi gente tudo bem? - As garotas me cercaram.

  - Seu pai é um mala sabia? - Ela estalou os dedos a frente do corpo - Graças a ele eu perdi meu irmão e você vai pagar - Algumas rangiam o dente e se aproximavam, não posso me defender pois os poderes dela só traz a alegria e não era isso que eu queria.

    Alguém desferiu um soco no meu queixo e me derruba, e tudo que senti foi chutes em todo lugar, protegi o rosto com as mãos e depois de um tempo elas pararam. Olhei em volta e meus olhos estavam cheio de lágrimas mas me recusava a chorar. Elas sumiram, me levantei e reparei que minha roupa estava suja, os hematomas se curaram em um piscar de olhos e minha pele logo ficou do jeito que estava. Girei meu corpo e a sujeira se arrancou da minha roupa e caiu no chão, fiquei limpa novamente. Limpei os olhos para não chorar e vejo um garoto na minha frente, se aproximando. Era um guarda policial muito lindo.

  - Amor está tudo bem? Vi que elas saíram correndo, te machucaram? - Ele analisa meus braços.

  - Estou bem sim - Amor? Ela namora! Droga eu não lembro o nome dele! Nem dela.

  - Ai que bom - Ele me beija e meu corpo relaxa, seus dedos viajam pela minha bochecha acariciando.

  - Vamos Erick! - Um cara gordinho aparece atrás dele e o chama, era Erick! Preciso decorar.

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