Capítulo 21

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 A luz do sol invadiu pela janela do quarto e me fez acordar. Ela refletia em algo e projetava um arco-íris enorme na parede cor bege. Me levantei e fui para o banheiro fazer minhas higienes básica. Saio e vejo Henry sentado com a cara de sono e o cabelo ruivo todo bagunçado. Sorrio de lado e estalo os dedos na sua frente.

- Tudo bem? - Pergunto e ele me olha e sorri.

- Morri ainda não, só estou com sono, o fuso horário me quebrou - Fala e logo boceja, ele se levantou e percebi seu short pijama um pouco errado. Sento na cama e aquele meu colega ainda está dormindo, Henry volta ainda com o pijama errado mas com o cabelo mais arrumado.

- Vem cá - O chamo e ele fica de frente para mim, sorrio e arrumo seu pijama.

- Obrigado - Outro bocejo dele, ponho uma calça jeans cinza um pouco rasgada e uma camisa verde, ponho um tênis e saio do quarto, chego na recepção e tinha algumas pessoas por lá.

Passo direto e saio do hotel, logo de frente tem a praça com várias pessoas correndo, pulando e se divertindo. Vejo Julian longe sentado em um banco e me aproximo.

- O que faz aqui? - Pergunto e ele e seus olhos me encaram.

- Só pensando na vida - Um silêncio permaneceu enquanto ele olhava para as pessoas me sentei ao seu lado - Eu nem pedi para nascer sabe, tudo isso está sendo um pesadelo.

- Você sabe quem fez isso com você? - Ele para e pensa.

- Um garoto, da nossa sala, Charles - Fico surpreso mas nem tanto, ele é muito galinha.

- Precisamos falar com a polícia! Você sabe o quanto ele é galinha, várias pessoas devem ter pego por causa dele.

- Relaxa eu tenho um plano - Ele se levanta e sai, fico olhando ele até sumir para dentro do hotel, o que ele vai fazer?

Fico por um tempo lá e depois volto para meu quarto, o Henry estava lá, sozinho, jogando uma bolinha na parede e depois pegando de volta, só faltava uma hora para a próxima visita da escola, e ele estava no tédio total.

- O que está fazendo? - Perguntei e ele me viu, sorriu e mostrou covinhas lindas.

- Só passando o tempo... e você? - Parou de jogar a bolinha e deixou-a jogada no chão.

- Olhando para as pessoas, eu nunca perguntei mas como foi com a Star?

- Legal - Ele ficou com a ponta das orelhas vermelhas, fiquei confuso mas não perguntei mais, fui passar por ele e não vi a bolinha, pisei em cima e deslizei rumo ao chão de costa, por sorte Henry me segurou e levei um susto, meu coração quase pulava para fora do corpo, senti um arrepio e quando olhei para seus olhos era tarde demais.

Dessa vez eu estava na escola, ele estava sentado sozinho e eu mesmo me vi, me lembro, foi quando conheci ele, como só vejo lembranças ruins, então isso foi um erro? Ficamos conversando e ele me olhava diferente, seu coração acelerava de uma forma estranha. Pisquei e estava no quarto dele, olhei em volta e vi ele na cama olhando um foto nossa antiga.

- Eu não entendo você, mas me divirto tentando, mas não posso, você nunca escolheria a mim... por quê estou pensando nisso? Para

A última palavra saiu como grito e tampo os ouvidos e fecho os olhos, meus ossos tremem. Abro os olho e nos vejo no meu quarto, eu era um pouco mais velho.

- Henry, não posso esconder algo por muito tempo, demorou mas você é meu melhor amigo né? - Eu digo, foi quando me assumi.

- Claro cara, pode falar o que quiser.

- Eu sou... bissexual - As pontas de suas orelhas estavam vermelhas e logo a imagem se distorce como borrão, ele estava no seu quarto.

- Droga, por quê? Isso só piora para mim, eu... estou ficando louco!

Acordo e ele ainda estava me segurando, me levanto e fico desajeitado ele também, pelo visto, eu queria saber o que estava acontecendo.

- Você viu, não é? - Ele me olha meio cabisbaixo.

- Não tudo - Ele se levanta e sai do quarto, fico meio pensativo, o que significava, eu não vi um pesadelo da vida dele, eu vi algo bom.

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Fomos visitar um prédio de uma agência importante de comunicação, Henry não olhava para mim e eu mal prestava atenção nas coisas que falavam, Julian também criou alguma parede invisível, estava preso nos seus pensamentos e me dava medo. Já se escurecia e começamos a voltar para o hotel, mas sinto uma mão agarrar a minha e me puxar para longe, era Henry, ele nem me olhava e depois de um tempo vi que ele me levava ao parque de diversões.

- Por que me trouxe aqui? - Ele não respondeu me puxou até a montanha russa e entramos depois de enfrentar a fila, começou a subir e o silêncio me corroía.

- Eu não vou falar, mas vou mostrar - Ele estende a mão para mim sem olhar para mim.

- Tem certeza? - Pergunto suando frio e com calafrios.

- Só veja - Ele falou calmo e toquei seu braço e logo me senti engolido pela escuridão e pela sua mente.

- Está me deixando louco! - A imagem muda e vejo quando eu sem "querer" beijo o canto de sua boca por causa da sujeira. As vozes ficam mudas e logo tudo escurece, e quando pisco ele volta para seu quarto e sentir um gosto de bebida - Por quê não paro de pensar em você? - Logo tudo se encaixa - Eu sou tão covarde de não te contar, poxa, eu te amo - Ele começa a chorar mas um sorriso brota - Seus olhos, seu cabelo, você é tudo para mim mas sou covarde, e sempre fui.

Volto a realidade e estávamos no topo e começamos a descer devagar.

- Você me ama? - Solto sua mão e ele me olha com lágrimas nos olhos.

- Sim mas nunca tive coragem de admitir, me escondi nas mulheres, tive medo de nos separar, quando eu deixei de falar com você, foi uma tortura.

- Sério? - Minha cabeça estava a mil.

- Sim, sou um covarde - Estávamos subindo de novo.

- Não você não é - Seguro na sua mão e entrelaço nossos dedos ele me olha confuso e aperto sua mão e ele congela no tempo, mostro para ele em visão dos momentos que mais me senti apaixonado por ele, logo acorda.

- Você também sente o mesmo? - Estávamos no topo, me aproximo dele, depois mais até senti sua respiração no meu nariz, fechamos nossos olhos e selamos em um beijo lento e delicioso, meu coração não estava acelerado, mas eu me sentia confortável como se pudesse voar, mesmo que posso realmente.

Segurei sua nuca e senti sua língua explorar a minha e sua respiração estava ofegante mas a minha estava calma e quase parando, me separei dele e sorri, ele estava da cor de um tomate e logo estávamos descendo novamente, ele olhou para frente com vergonha. Mas senti sua mão segurar a minha no metal frio e entrelaçou nossos dedos novamente e me fez arrepiar.

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