Capítulo 13

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    Chegando em casa eu entro e vou direto para minha cama e me jogo. Choro um pouco com o rosto afundado no travesseiro. Minha mãe aparece no quarto mas apenas fica na porta e não entrou, meus soluços me invade e logo sinto a poça que minhas lágrimas tinham feito no tecido do travesseiro. Fico com o sangue de Lucas na minha cabeça e só posso chorar agora, aquelas criaturas sem coração me perseguem e querem me ver morrer. As lágrimas param de brotar dos meus olhos e o sono me invade, a chuva lá fora que bate na janela e desliza me reconforta e me deixa com mais sono. 

  

    Eu estava em um campo cheio de plantas curtas igual os da savana, o céu eram avermelhado e as plantas secas e algumas mortas, vejo uma menina que aparece do nada, seu cabelo é castanho e seus olhos âmbar, Ela me encara por um tempo e sorriu vindo até a minha direção e me abraça, forte, me sinto seguro mas meu corpo formiga, o céu escurece e uma fumaça negra começou a sair de mim e nos envolve. Um brilho dourado queima um pouco minha visão mas meu olhos se adaptam a claridade, olho para ela que já estava afastada e vejo uma areia dourada a cercando, uma luz brilha dessa areia e dela mesma como se ela fosse um ser divino. Eu olho em volta de mim e só vejo trevas a minha volta, ela se vira correndo para o nada e seus cabelos voam pelo vento, e eu estendo o braço para alcançá-la pois minhas pernas congelaram, mas ouço um som de cavalo e as trevas a minha volta me envolve e me engole no breu.

    Acordo na cama suado, aquela garota era familiar, mas não da minha parte, o meu suor escorre pela minha testa e desse até meu queixo, eu realmente estava fedido, a chuva me deu um cheiro horrível. Entro no banheiro e começo meu banho, olho para meu reflexo na água, meus olhos são verdes meio cinza, meu cabelo era negro, não entendo como, acho que puxei minha mãe pois pelo que vi nas fotos meu pai tinha cabelo loiro desde que nasceu. Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha. Saí do banheiro e vou para a cama, pego meu celular e ligo para Henry porém ninguém atende. Ligo novamente e alguém resolve atender.

  - Cal me desculpa, olha não fala nada, me perdoe não quero mas ficar perto de você.

 - Como assim? - Pergunto  confuso.

  - Cara por onde você vai alguém se dá mal, só fique longe de mim - Mais lágrimas e ele encerra a chamada, largo o celular em cima da cama e limpo as lágrimas, isso de novo não!

    Fiquei a noite toda triste e quando amanheceu eu fui para a escola. Parecia que todos me olhavam de cima a baixo. Acho que já sabiam o que aconteceu no acampamento. Entro na minha sala e percebo que o Henry estava nas cadeiras da frente, muito distante da minha, ele nem olhou para mim. Caminhei devagar até a última daquela fileira e encostei a cabeça na parede. O professor de história entrou na sala e o silêncio logo reinou, ele anotou algo no quadro e me desgrude da parede. Logo ele se virou para nós com as mãos na cintura.

- Então alunos. Daqui a cinco dias iremos a uma viagem para a Europa, vamos a diversas cidades, uma delas vamos visitar um grande coliseu e estudar como ele é, e o que aconteceu lá - Minhas pernas tremem e me lembro de que é lá que a grande batalha começa. Meu sangue esfriou. Relaxa, só respirar. Me acalmei, não deve ser verdade, é tão na cara assim, acho melhor ficar em casa - Seus responsáveis já pagaram a viagem então daqui cinco dias estaremos prontos e pegamos um vôo para a Europa. Só espero que fiquem comportados - Ele começou sua aula e meu nervosismo aumentava, talvez se eu implorar para ficar minha mãe me deixe aqui, preciso tentar. 

    Na aula de basquete eu fui obrigado a jogar, não era muito de esportes mas tive que ir pela força do ódio. Só queria dormir. O apito começa a partida e logo recebe a bola, passo por algumas pessoas e entrego a bola para um garoto da minha sala que joga na cesta, meu time grita e esse garoto bate no meu ombro.

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