Marca das trevas

Capítulo 15

    Voltei para casa, e quando passei da porta levei um susto, minha casa tinha sumido, eu estava dentro do que parecia uma caverna. Acho passei por uma porta mágica ou sei lá o que? Onde será que estou? Olho em volta e estava muito escuro, vejo uma luz que apareceu no fim daquele túnel, caminhei devagar e percebi que o chão estava arenoso e cheio de pedras, mas tinha algumas partes firmes de rocha. Continuei caminhando, e meus olhos se adaptaram, dava para ver um pouco.

    Quando cheguei na claridade, cobrir meus olhos por causa da luz mas logo me acostumei, aquele lugar parecia de filme, tinha rochas pontudas e cristais brilhosos de diversas cores, mas no meio tinha um círculo de cristais brilhosos, me aproximei e percebi que tinha água nesse buraco e no meio uma pedra que brilha intensamente. 

    Um vento estranho soprou a poeira de uma parede mas não toda, olhei incrédulo, o lugar é todo fechado como teve vento? Me aproximei daquela parede e vi umas imagens e letras, mas a poeira cobria parte então passei a mão para tirar e mostrou mais, bati a mão suja na outra e analisei.

    Tinha pessoas desenhadas que segurava uma pedra brilhosa, tinha um texto embaixo mas era em outra língua, mas por incrível que pareça eu entendia.

  - A milhares de anos, quando a terra estava em caos completo, humanos encontraram a estrela cadente e dela um poder sinistro transformou os humanos nos Primeiros Escolhidos. A localização da Estrela cadente foi guardada por segredo, apenas escolhidos pela estrela pode entrar aqui. Os primeiros escolhidos moldaram o mundo no início e deram uma pausa no caos - Depois que li em voz alta letras brilharam abaixo daquelas que li e quando olhei de perto era a profecia sobre mim. Parece uma atualização. 

    Olhei em volta, eu entrei mas como saio? O túnel por onde entrei tinha sumido misteriosamente, me aproximei daquele círculo e vi mais letras gravadas no chão. A Estrela é tão poderosa e quente que só pode ser contida em gelo mágico. Aquilo parecia mais pedra do que gelo, toquei na pedra e ela estava extremamente fria, sua superfície era cheio de deformações mas tinha partes lisas. 

  - Como eu saio daqui? - Falo em voz alta e a caverna treme, olho para trás e vejo que uma rachadura se abriu, vou até ela e passo apertado, e quando saio vejo que estava em uma floresta, era noite e chovia, olhei para trás e o buraco tinha sumido. Procurei me localizar naquela escuridão e comecei a andar. 

    A chuva molhou meus sapatos, roupas e meu cabelo todo, e no meio do mato fechado ouço um uivo de lobisomem, olho em volta mas não vejo nada, então eu corro para o lado oposto do som, saio pisando em folhas galhos e poças de água, encontro a estrada e levo um susto quando vejo um carro quase me atropelando.

  - O que faz aqui garoto? - Uma mulher fala.

  - Me perdi - Falo, maldita estrela, pelo menos ela poderia ter me levado direto para casa. Pego uma carona com ela até a cidade e me deixa na delegacia.

    Sento no sofá enquanto novamente espero minha mãe, o amigo dela tinha me dedurado.

  - Pela segunda vez? O que deu em você garoto? - Ela estava brava e só me colocou no carro e foi para casa o tempo todo dando sermões. Quando cheguei em casa fui direto para o quarto mas minha mãe veio junto - O que aprontou? - Tiro minha camisa e meu short.

  - Foram os garotos da minha sala. Fui para a floresta e me perdi - Sorri falso.

  - Que mentira mais lavada, vou fingi que acreditei por enquanto está de castigo moço.

  - Mas! - Ela me lançou um olhar e me contive - Aliás, não quero ir para aquela viagem.

  - Você vai nem que seja amarrado, precisa sair de casa e curtir, já paguei e você não vai perder meu dinheiro que quase custou meu olho e ponto final - Nem posso argumentar, como vou explicar? Ela sai e bate a porta e termino de tirar a roupa molhada e me seco. Alguém bate na porta e abro, era o Henry.

  - O que você quer?! - Falei meio seco e meu cérebro respira para não me bater.

  - Calma só vim conversar - Dei espaço e ele entra no quarto, fecho a porta quando ele entra - Me desculpe, eu prometi que ficarei com você não importa o que aconteça mas eu fiquei com muito medo, por onde você ia tudo morria…

  - Já entendi, vá direto ao ponto… - Cruzo os braços e respiro fundo,  mantenho meu semblante de raiva. Ele suspira e fica nervoso.

  - Me desculpa por tudo? Eu errei e quero que você seja meu amigo… por favor? - Penso um pouco, e me lembro de quando conheci ele quando quase foi atropelado… não tínhamos muita fama por causa dos estragos que fazemos e quase a cidade toda tem raiva da gente.

  - Está bem, te dou segunda chance - Ele sorri e me abraçou, meu corpo se derreti mas por sorte ele não percebeu. Henry era ruivo e seus olhos era bem peculiar, pois ele tem um pouco de heterocromia nos olhos. O que o deixa mais atraente. Um olho é um verde escuro e azul escuro contornando a pupila. O outro é verde escuro e castanho escuro contornando a pupila. Meu coração acelera um pouco e percebo que estamos tempo demais no abraço.

  - Desculpa - Ele me solta mesmo metade de mim se recusando, ele parece uma versão do Leo só que pequena e diferente. 

  - Quer bolo? - Ele sorri.

  - Nunca recuso comida, não sei como pergunta ainda - Riu e puxo ele até a cozinha, tiro um bolo de cenoura da geladeira com cobertura de chocolate e ele devora o primeiro pedaço.

  - Que fome é essa?! - Pergunto rindo.

  - Vim correndo para sua casa - Limpa os dedos com chocolate.

  - Como mantém essa barriga? - Levanto sua camisa e aperto sua barriga, parte de mim queria arrancar sua camisa toda mas sempre reprimo isso. 

  - Chama-se, treino em academia, conhece? - Ele riu com a boca manchada de bolo e chocolate. Me sinto tentado por algo, aquela força de trevas me enche de força e uma coragem estranha, se ele perceber me aproximo e tiro o chocolate do canto de sua boca com a minha, ele me olha confuso - Que nojo, por quê fez isso? - Volto a realidade.

  - Me desculpa eu me senti tentado…

  - Tudo bem… não faça isso de novo, credo - Ele limpa o canto da boca onde peguei o chocolate com a mão, ouvir um credo, que nojo dele fez até meu coração murchar. Mas a vida segue e me recomponho, até que ele tinha um gosto bom, seu cheiro é maravilhoso mas não é ele que quero, Ruby aparece em meus pensamentos e deixo fluírem, só para esquecer do Henry.