Preço
Cal estava jogando basquete em um campo atrás da escola, ele é Henry sempre de vez em quando jogavam lá depois das aulas. Ambos estavam suados e cansados então Cal sentou-se no canto encostado em um muro e bebeu de sua garrafa com água. Sua respiração estava pesada e Henry como sempre tinha ganhado o jogo.
-- Precisamos ganhar alguma vez de mim! -- Henry se gabou se jogando no chão ao seu lado e bebendo de sua garrafinha -- Mal conseguir dormir hoje, fiquei com muito incomodo -- Cal já tinha explicado o que aconteceu com ele naquele dia para seu melhor amigo mas ainda tinha medo do que podia fazer aos outros então não contou sobre seus poderes mas profundamente. Henry se levanta e pega sua mochila que estava jogada longe.
--Preciso ir, amanhã te vejo -- Ele sorriu e saiu do campo voltando para sua casa. Cal sabe que é bissexual, até teve uma queda pelo Henry, mas isso não durou muito, até por que Henry é hetero e Cal não queria estragar a amizade. Se levantoy e pegou a sua mochila indo de bicicleta até em casa, quando um carro louco sai de uma esquina e acidentalmente acerta Cal e o joga no chão com força, mas por sorte sem ferida alguma. Mas logo sentiu a dor quando acertou o chão, o carro parou mas depois voltou ao caminho indo rapidamente, algo controlou Cal, uma raiva, queria destruir que fez aquilo. Suas marcas apareceram brilhantes. Asas negras de areia se formaram nas suas costas como de corvos, poeira negra saia de sua pele o circulando como se ele tivesse gravidade própria. Logo suas grandes asas se moveram dando a força para voar, e logo caiu de frente a carro que ainda vinha rápido em sua direção, Cal gritou como nunca é vidros se quebraram, uma onda de choque rachou o chão e fez o carro parar bruscamente. Ele andou devagar para o carro e viu alguém dirigindo, estava em choque mas não por ele, ele escutou um sussurro o pedindo para matar o cara que estava lá dentro, mas Cal ignorou, e se controlou.
--Não! --as asas caíram no chão e logo viraram pó, ele correu de volta até sua bicicleta destruída, pegou as mochila rasgada e correu para casa entrando com tudo e foi para o quarto, trancou a porta e sentou devagar na cama pensando no acesso de raiva acontecido. Respirou fundo e foi para o banheiro esfriar a cabeço com um banho, quando terminou ele se jogou na cama com raiva de si mesmo, eu sou um monstro, pensou sobre si mesmo várias vezes até dormir. Mais uma vez teve pesadelos sobre um fim do mundo, e acordou no susto quando viu sua casa queimando e a lua vermelha de sangue. Ele se deparou com uma floresta morta, estava preto e arenoso o terreno, as nuvens indicavam tempestade e viu que cinzas caiam do céu. Olhou em volta e percebeu sua quase nudez, apenas pelo uso de uma cueca, se levantou e olhou em volta vendo o terreno destruído, tinha algumas pessoas mortas por lá e seus sangues pingava de árvores onde foram espetadas. Correu dali até encontrar a rua e quase ser atropelado de novo, mas o carro parou, Cal tampou os olhos por causa da luz forte e viu dois guardas saindo do veículo, e um deles era um amigo de sua mãe.
--Cal? O que faz aqui? E por que está só de cueca? -- Um pânico tomou conta de seu corpo e lágrima saíram de seus olhos.
--Tem várias pessoas mortas ali, onde estou? Por favor me ajuda -- os policiais olharam para a floresta, um deles foi lá olhar na floresta e depois de um tempo voltou e sussurrou algo no ouvido de Tedy, amigo da sua mãe.
--Deus é mais, Cal, te levarei a delegacia, sua mãe vai te buscar lá, venha -- Cal o acompanhou e entrou na viatura indo para a delegacia. Chegando lá Cal recebe um short simples e fica a espera de sua mãe em um sofá.
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Sua noite foi praticamente em claro, as luzes dos carros passavam pela janela de seu quarto e tornava cada vez mais sombrio aquele lugar, logo se levantou pelo nervosismo e caminhou até a cozinha, pegou um copo e bebeu água do filtro que desceu rasgando pela secura de tanto suar naquele quarto. O chão estava frio e parece que o mundo girava ao seu redor. Devagar deixou o seu copo na pia e foi caminhando lentamente até o quarto de sua mãe, abriu a porta sem rangido e a viu dormir, ele queria ver o que se passava, foi até sua mãe que dormia como anjo e tocou na sua mão, um formigamento no interior de sua mente fez um flash e logo ele estava lá, na noite em que nasceu, ela entrava em trabalho de parto e as luzes piscavam para todo lado daquele quarto. Papai não estava, uma médica fez o parto e logo eu estava no berço ao lado de mamãe, mas aí o celular tocou, logo a visão muda, indo para o choro dela, apertando os lençóis daquela cama, lágrimas para todo lado, eu senti um vazio no peito aumentar era papai na ligação e me lembrei do terrível acidente de carro, que me tirou tudo, malditas marcas!
Acordei do transe, soltei a mão dela que estava em puro pesadelo profundo, eu estava machucando ela onde deveria ser seu próprio refúgio e não me toquei antes, desde quando meus poderes chegaram, ninguém perto de mim consegue dormir em paz, sempre uma sobra os atormenta, noite após noite. A culpa logo pesava na cabeça de Cal e precisava pensar positivo, ele pode ajudar sua mãe mais ainda agora, mas esses pensamentos positivos iam a ruína, então fechou a porta com cuidado e voltou para seu quarto onde caiu no sono novamente sem preocupações sobre todos, ele devorava a mente das pessoas e nem sabia.
Acordou com sua mãe batendo na porta e o chamando. Ele sentou na cama e permitiu a sua entrada. Ela vinha com alguns policiais e um dele era Tedy, eles o olharam estranho e se sentou ao seu lado.
- Eles vieram fazer algumas perguntas mas se não quiser não precisa falar okay? – Sua mãe o alertou e logo em seguida Tedy puxou um bloco de anotações do bolso.
-- Cal, do que se lembra da tarde de ontem? – um nervosismo o tomou seria bom escolha responder?
- Eu simplesmente acordei no meio da floresta sozinho, minutos antes eu tinha ido dormir, eu não entendo... – ficar em frente a policiais o alterava.
- Calma, só estamos tentando ajudar... reconhece essas pessoas? – Ele me mostrou algumas fotos de pessoas que provavelmente eram as que estavam mortas.
- Não sei quem são, o que aconteceu lá?
- Não se preocupa, não foi você, temos o culpado e ele se confessou, pelo visto ele matou todos mas no final foi morto por alguém desconhecido, e achamos que você era alvo dele – Mostrou a foto do assassino. Pelo visto Cal poderia ficar mais aliviado naquele caso, mas ainda tinha a questão do desconhecido e sabia que era ele, mas tinha esperança que só estava lá por um acaso – Achamos gravações nas câmeras mas algumas estão escuras e corrompidas, acho que deu problema elétrico, além disso, teve outro ataque no cemitério aqui perto, levaram corpos e destruíram a casa da funerária que fica lá, a única pista é uma areia negra sinistra que achamos pelo local – Cal engoliu em seco, não pode ser ele, impossível. Não foi você. Uma voz sussurrou no seu subconsciente, você terá um longo desafio, novamente a voz, Tedy se levantou encerrando as perguntas e foi até sua mãe, tiveram uma conversa curta e saíram de casa, minha mãe veio até Cal meio séria.
- Está tudo bem? – Perguntou.
- Já nem sei mais – Cal abraçou sua mãe.
- Vai ficar tudo bem. Não foi você. Olha quer ir na festa de Natal do Pedro? Vai ser legal se quiser.
- Melhor não... preciso ir para a escola, tchau – Cal se arrumou e pegou sua mochila saindo de casa indo para a escola, o lugar mais tóxico que conhece na terra.
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O intervalo estava silencioso, o movimento estava pouco e Cal não entendia o que causou,, Henry estava em um banco sentado à sua frente comendo um sanduíche de queijo quando começa a puxar assunto, para descontrair.
- Vai ter um baile na escola daqui alguns dias, vai com alguém – Ele logo depois se lembrou do baile.
- Claro! Esqueci, tenho ninguém para ir – Henry terminou de comer e olhou em volta.
- Irei com a garota mais bonita da sala! Laura vai ser o par perfeito, será que ganharíamos coroa de rei e rainha do baile? – Cal riu debochando.
-Difícil mas não impossível – Terminou seu lanche também e bebeu um pouco de suco que tinha esquentado e veio com um gosto estranho, Henry ainda olhava para os lados e voltou para seu amigo dando cutucando no braço de Cal.
- E a Luna? Fiquei sabendo que terminou o namoro, ela é muito gostosa, mas não tanto quanto a Laura né. Ou pode ser um garoto, como o Simon.
- Não sei cara, acho que vou sozinho mesmo, nunca fui afim de bailes mesmo, acho que se for com par, seria a primeira que aparecer, ou primeiro – Simon passou com uma bandeja por trás do Henry, o idiota do Henry o puxou até ele.
- Oi Simon, poderia ser o par do Cal no baile? – Cal já morria de vergonha e queria se enterrar, Simon olhou estranho para os dois, Simon não era bem da sua sala, era uma série a menos mas não mudava suas idades, pois mesmo assim, Simon era mais velho que Cal.
- Tá pode ser – Simon respondeu sorrindo de leve só pra não sair seco na conversa e foi para uma mesa longe.
- Que vergonha! – Cal puxou o amigo mais perto – Quer me matar? Queria me enterrar até achar petróleo, tinha nem cara.
- Aí por favor, você gosta do Simon pela sua cara, já quase ficaram juntos, na verdade você já beijou ele né?
- Em uma barraca do beijo, mas foi curto – Cal voltou ao normal na cadeira.
- Então você gosta dele, pela essa sua cara, então daria certo.
- Claro que não gosto dele, só por que beija bem, tem um cheiro ótimo, uma pele macia, voz sedutora e ainda olhos âmbar muito maravilhosos não quer dizer que eu goste dele... droga por que falei isso? – Henry riu enquanto Cal ficava vermelho.
- Para com o clima sombrio por um tempo e vai se divertir no baile, é obrigatório.
- Cruz credo – Cal se levantou e Henry riu, e logo os dois saíram do refeitório voltando para suas sala.
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Marca das trevas
RomansaDo mesmo universo de "O escolhido da Lua". Cal era um simples garoto normal, porém despertou um poder que ia além da sua compreensão, logo ele terá que sobreviver no novo mundo sobrenatural, com isso ele se apaixona por um garoto que conhece, seu mu...