Marca das trevas

Capítulo 4

         Lendas nunca morrem

Um novo dia, era sábado então não tinha aula, Cal estava cansado, ele estava deitado no sofá assistido séries quando algo interferiu no sinal da televisão. Já estava cheio de toda essa coisa sobrenatural acontecendo tão rápido. Se levantou e se vestiu adequadamente. Logo saiu de casa, precisava respirar sem todas as coisas morrerem ao seu redor. Henry jogava vôlei em um campo de areia perto dali, Cal respirou e foi até ele, Henry parou de jogar e foi beber água no canto, levou um susto quando Cal apareceu.

- Não me mata do coração – Cal riu e colocou as mãos no bolso da sua jaqueta moletom – O que foi?

- É que estou sem nada para fazer e preciso sair um pouco do modo esquisito, sabe? – Ele assentiu ainda tentando entender onde quer chegar – Tem algum lugar para, matar o tempo por quê é bom respirar um pouco e sair do foco.

- Olha, vai ter uma festa do pijama hoje, lá na minha casa, quer ir?

- Vai quem?

- Sei lá, Laura, como sempre, você, Simon, Vitória, e o Lucas – Contou nos dedos e depois olhou para Cal esperando a resposta.

- Tá, acho que posso ir...

- Aproveita o Simon vai, então... entendeu né? – Sua cara maliciosa entrega tudo. A mente de Cal funciona tão automática que ele entendeu de primeira. Cal riu nervoso e depois se despedi de Henry indo até uma lanchonete perto dali. Ele se senta e uma garota muito linda veio atende-lo, eram quase da mesma idade.

- O que deseja senhor? Ah é um garoto, como vai?

- Bem sim... vou querer só batata frita – Ela anota em um caderninho e sai sorrindo. Cal ficou olhando ela, era muito bonita. Seus olhos voltaram para uma janela que estava do seu lado e de lá pôde ver Henry saindo do campo com alguns garotos e a vaca da Laura. Cal realmente não gostava dela, talvez por ciúmes. A garçonete trouxe seu lanche sorrindo como sempre o que também fez Cal se alegrar. Ela sentou-se a sua frente adequadamente e ele ficou fixado nela.

- O que um jovem bonito desses faz sozinho aqui? – Cal se alegrou pelo elogio. Cal riu e pegou o sal jogando em cima da bata prefere isso mais salgado do que já estava.

- Só estava querendo ficar sozinho hoje, sabe, dar uma pausa na vida e desacelerar.

- Queria muito, mas minha vida ultimamente anda muito corrida.

- Te entendo, você estuda onde?

- No colégio Lotus e você?

- No de Beacon Hills – Comeu uma batata.

- Deve ser o lugar que cria obras perfeitas assim – Ela o olhou mais fundo – Na minha escola só tem dragão – Cal riu – Meu nome é Sam Hills e o seu?

- Cal Noah .
Ficaram conversando por horas, e Cal logo percebeu que já estava escurecendo e sua mãe não sabe onde ele se meteu. Terminou de comer a batatinha e limpou a boca.

- Foi bom a conversa mas preciso ir – Ela ficou com a cara triste.

- Sério? Então tá, te vejo depois – Ela se levantou e foi para os fundos da lanchonete, Cal se levantou e pagou para outra garçonete, saiu da lanchonete e foi caminhando para casa, naquela noite escura.
Ele riu meio bobo e sentiu alguém a sua frente, parou de fitar o chão e viu um cara barbudo com os olhos amarelos. Ele nunca tinha visto aquilo, mas no fundo era familiar. Lobisomem, algo na sua mente gritou, e se afastou para trás e quando se virou viu outro deles. Vários eles surgiram da escuridão com presas e olhares amarelos, cada um mais ameaçador que o outro, dava para ver suas garras enorme saindo pelos dedos. Ele torcia para que fosse uma maldita ilusão mas não era. Um deles correu até ele e Cal pós as mãos na frente do corpo com medo do ataque, mas sentiu um líquido bater na sua face. Olhou para a criatura e viu ele cuspindo sangue com várias estacas de cristal negras atravessando seu corpo. Sua respiração estava mais ofegante. Alguém apareceu atrás dele golpeando outro que vinha por trás e ele não percebeu. Uma garota mais velha e linda ela se virou o encarando, pegou seu braço rapidamente e correu o puxando por um corredor escuro. As criaturas corriam atrás deles, até que ela o puxou até uma casa, as criaturas reduziram a velocidade, parece que ficaram com medo da casa, para mim era familiar. Talvez mais para o Jasper. Ela me puxou para dentro, olhou pela casa se tinha alguém e me levou até seu quarto.

- Te machucaram? – Ela me olhava e depois Cal se sentou na cama enorme dela.

- Estou bem, obrigado por me salvar deles, sou Cal e você?

- Raven. Você é um escolhido!

- Como é?

- Existem pessoas como você – Não era apenas Cal e ele começou a ficar com esperança – Vários, além disso, meu irmão é o escolhido da Lua, ele controla água e sangue. Nossa, nunca vi o escolhido da escuridão.

- Espera, não sou o único? Meu Deus! Sabe onde esse seu irmão está?

- Em Toronto agora. Eu tenho um amigo que é escolhido do sol, controla fogo e raios, mas parece que você é importante, pois geralmente lobisomens só atacam o escolhido do sol e da mãe natureza.

- Mãe natureza é real?

- Sim. Além disso é uma escolhida, mora bem em frente a nossa casa, mas você perde o controle perto dela.

- Por que?

- Por que ela representa a vida e você a morte... ambos sempre se odiaram, mas ela não é seu real inimigo... é a escolhida da luz, diz uma profecia antiga que um garoto e uma garota vão se enfrentar na grande arena, onde teve a primeira luta, que dizimou muita gente – Cal se arrepiou pois lembrava o que o Jasper dizia, você é o último. Ele ia começar o fim do mundo, na última luta do bem e do mal.

- Sabe onde vai ser?

- Em um coliseu, em Atenas. Meio longe para você – Ele se aliviou, pela possibilidade de não ser ele, estão a um oceano de distância, seria muito difícil de ir para lá.

- O que é você? – Cal tinha percebido uma leve mudança anormal nela. Não era exatamente humana.

- Sou uma caçadora, mas não uma simples que pega armas e vai atrás de bichinhos, sou uma original. Venho de uma linhagem de caçadores originais, nós possuímos uma coisa especial, a magia. Podemos usar para caçar aqueles que nos querem ver mortos. Acredite, lendas são reais, lendas nunca morrem.