Capítulo 16

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Passamos a noite acordado assistindo série na televisão. Rimos muito e comemos uma pipoca que minha mãe tinha feito com todo amor. Depois que ele foi embora eu deito no sofá e dormir leve por saber que minha amizade está salva. Acordo com minha mãe me sacudindo, minha bochecha estava vermelha e ardendo.

  - Acordou! Meu Deus seu sono foi pesado.

  - Você me bateu?

 - Sim mas você acordou, está atrasado se veste logo! - Olho e relógio e me desespero, me levanto jogando o lençol que não sei de onde apareceu e corro para o quarto. Me visto rápido e mal penteio o cabelo direito. Minha mãe me leva para a escola e entro no colégio correndo pelos corredores. 

  - Cal! - Ouço a voz da diretora e meu corpo trava, fico pálido na hora e com frio na barriga - Onde pensa que vai? Está atrasado.

 - Acho que peguei no sono demais…

  - Minha sala - Ela entra na sua sala que estava do lado e a sigo. No final perco a primeira aula. 

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  - Sabia que tinha se atrasado, seu sono é de pedra - Henry joga na minha cara enquanto eu estava sentado na cadeira na sala. Laura entra pela porta e vem até a gente. 

  - Oi dupla de loucos - Ela olha para um pedaço de cabelo fora do lugar no meu cabelo e passa a mão para arrumar depois olha para frente abrindo seu caderno. Victória a feliz demais chega saltitando e cantarolando até a gente.

  - Oi! - Ela dá um beijo na bochecha do Henry e na minha, depois se senta meio longe da gente. 

    A aula seguiu normalmente, até que sinto um cheiro estranho.

  - Sente isso? - Pergunto a Henry e ele me olha confuso.

  - O que?

  - Esse cheiro - Fumaça, um alarme soa pela escola, o de incêndio.

  - Ordenadamente! - O professor fala mas todos ignora e saem em disparadas pela porta. Saí e vejo a fumaça no teto se espalhado e escurecendo ao meu redor. Alguém me empurra e caiu no chão,  todos passam e me levanto, ouço um pedido de socorro e olho em volta, ponho minha mão no nariz para evitar de inalar fumaça. 

    Fico tentando ouvir melhor a voz e ouço novamente, vejo uma garota no canto de uma sala através de um vidro na porta. Tinha fogo nas paredes e nos livros dos armários. Tento empurrar a porta mas estava emperrada. Empurro mais e nada, me afasto. Não abre de forma nenhuma, preciso fazer isso.  

    Mantenho distância da porta e sinto o calor, suor pinga. Estico a mão e breu sai da minha mão como praga que devasta e a areia avança contra a porta e a derruba. 

    Corro até ela que tampou o nariz também. O fogo avança e nos cerca.

  - Fecha os olhos, confia em mim - Ela tinha uns 10 anos e chorava, peguei ela no colo, eu não sabia de onde eu tinha tanta força. Cobri meu nariz com a camisa e corri atravessando a barreira de fogo, ela não me queimou. Saí no corredor e me apressei mas uma pilastra desaba e me força a parar. 

    Um pedaço do teto cai em cima de mim e breu faz um escudo e me protege.

  - Não abra os olhos enquanto eu falar que pode okay? - Ela concorda com a cabeça e suspiro - Estamos quase saindo.

    Jogo o concreto de cima de mim para o lado e corro para o refeitório, estava sem muito fogo. Vejo uma janela e tento abri-la com uma mão, mas não se mexe.

  - Segura! - Me afasto e jogo meu corpo contra o vidro que se estilhaça e conseguimos passar, dava para o jardim da escola.

    Procurei alguém, minha pele nem tinha queimaduras nem cortes. Só minhas roupas estavam em brasas, mas só a camisa que eu poderia dizer Adeus. Caminho até uma multidão, bombeiros me vêem e correm até mim.

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