Karol

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Ruggero segura minha mão com delicadeza e me olha com ansiedade enquanto ainda tento tomar ar o suficiente para me situar; seu beijo havia me arrancado o chão como jamais havia acontecido.
Eu não beijei muitos homens na vida – talvez nem tenha passado de três, e estou contando com o beijo que dei sem querer numa mulher que eu pensava ser homem, longa história, aliás, vinho em excesso pode te deixar um pouco confusa –, mas o beijo de Ruggero havia sido tão... Diferente. Como se fosse a coisa mais certa que já fiz na vida.

Pisco os olhos diversas vezes para conseguir focar melhor em seu rosto que parece pálido.

− ACEITA LOGO! – Marg e Tomás gritam do outro lado da porta e eu me assusto e começo a rir.

Ruggero também sorri.

− E então? – Ele pressiona. – Espera, você está tremendo?

Puxo minha mão de volta e as escondo atrás das costas.

Sim, eu estou tremendo muito, mas é por toda emoção... Mas que droga de pensamentos que eu não consigo colocar em palavras!
Abro a boca, mas ao invés de falar eu continuo sorrindo.

− Ok. – Ruggero passa as mãos pelo cabelo. – Faz assim, pisca uma vez pra SIM e duas vezes para NÃO. Pode fazer isso?

A expressão dele me faz rir ainda mais e, quando dou por mim, estou gargalhando tão alto que temo estar ficando louca, mas é só que... Ele está ali, tão bonito, imponente, me olhando com tanto desejo, amor, paixão...
Me curvo e apoio as mãos nos joelhos, continuo rindo tanto que ele vem até mim e me faz sentar na cama. Ele também está sorrindo.

− Desculpa... – Consigo dizer entre as gargalhadas histéricas que fazem meus olhos lacrimejarem. – E-eu... Nossa!

Ele se ajoelha entre as minhas pernas e enxuga as lágrimas que escorrem dos meus olhos; e então sorrindo beija meus lábios sorridentes, depois beija a ponta do meu nariz.

− Acho que isso foi um SIM. – Diz me abraçando e eu o abraço de volta.

Consigo, por fim, engolir os risos de nervoso e me desvencilho do abraço, porém seguro seu rosto nas mãos e beijo seus lábios, em seguida assinto.

− É um SIM. – Confirmo.

Escutamos Marg e Tomás comemorarem do lado de fora como se fosse um gol da seleção. Sinto minhas bochechas esquentarem e logo em seguida sinto-as doloridas por conta das risadas.

− Pensei que você estava surtando. – Ruggero diz quando eu volto parcialmente ao normal.

Assinto.

− Eu também pensei.

Ele sorri e beija meu rosto.

− Eu amo você, sua doidinha.

Beijo seus lábios.

− Eu amo você seu, seu reclamão de uma figa.

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Quando saímos do quarto – eu totalmente vermelha e sorridente; ele totalmente lindo e intocável –, demos de cara com Tomás que estava nos observando de soslaio e, logo atrás dele, Marg mordiscava o lábio inferior e sorria.

− Oi. – Digo envergonhada.

Sinto a mão de Ruggero espalmada na base da minha coluna e ele me dá um leve empurrão.

− Você está tendo um derrame? – Fala baixinho perto do meu ouvido. – Seu sorriso está esquisito.

Viro-me para ele com os olhos estreitados e ele entende que estou repreendendo-o.

Nos Seus Olhos (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora