Ruggero

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Rio Ponta Leste
09/03/2015

[ O Dia do Acidente]



Cristina.
Sem dúvida eu estou casado com a mulher mais bonita e amável do mundo.
Eu adoro seus olhos arredondados, seus cabelos lisos e pretos que escorrem pelos ombros e cobrem suas costas como se fossem lençóis.

Cristina.
A minha Cristina.

- No que está pensando? - Ela diz, me olhando de soslaio.

Estaciono o carro no lugar de sempre e solto o cinto de segurança.

- Em como eu tenho sorte em ter você na minha vida. - Respondo a olhando nos olhos. - Eu não poderia estar mais feliz.

Ela sorri de canto e puxa meu rosto para depositar um beijo nos meus lábios.

- Você é tão amável. - Sibila com os lábios ainda nos meus. - Eu amo você.

- E eu te amo ainda mais, Tina. 

Nos beijamos mais intensamente e minha mão desliza por sua coxa nua e, aos poucos, vou empurrando seu vestido azul mais para cima e minha mão vai passeando por sua pele macia e fresca.
Eu a desejo com todo meu ser.

- O barco. Lembra? - Ela diz, me afastando um pouco. - Nosso passeio.

Solto o ar pela boca para liberar todo o desejo que faz meu corpo vibrar.

- Não podemos adiar por alguns minutos? - Proponho beijando seu maxilar. - Estamos tão bem aqui...

Ela sorri, e eu amo seu sorriso, e me empurra com delicadeza.

- O último que chegar é a mulher do padre! - Então destrava o cinto, abre a porta do carro e sai correndo como um pássaro que abriu a gaiola e decidiu voar.

Observo-a sumir no bosque que nos levará até o rio e acabo sorrindo.

Amo-a.

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Assim que entramos no barco e começo a remar, Cristina pega a câmera que comprou na última viagem que fizemos e aponta-a para mim e bate algumas fotos engraçadas.
Eu faço algumas caretas para fingir que faço esforço empurrando a água com o remo e ela ri me chamando de 'fracote'; eu amo seu senso de humor.

- Precisamos ir a academia. - Sugere deixando a câmera em cima do colo. - Você anda muito fraquinho.

Estreito os olhos para ela que tenta, em vão, manter os cabelos arrumados.

- Eu achei que você me amava. 

Cristina volta a sorrir.

- Você é tão dramático! - Dá de ombros. - Espero que Tomás seja forte como eu. - Então levanta um dos braços e flexiona os músculos como um daqueles homens malhados que vão a academia dia sim e outro também. - Viu, só? Eu poderia estar lutando MMA.

Reviro os olhos.

- Você é tão esnobe! - Estalo a língua. - Tomás terá meu dom para escrever e a minha humildade. Não precisamos de um filho lutador. Quero ele com todos os dentes na boca.

Nos Seus Olhos (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora