Ruggero

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Um mês e meio depois.

Entre consultas regulares com psicólogos e longos passeios pelo jardim acompanhado de Karol ou de Thomas, eu me sentia melhorando mais rápido do quê previra.
Agora meu filho sabia que eu o amava e que jamais iria fazer o mesmo mal que fizera no passado.

Cristina e suas memórias não iam me assombrar mais.

Hoje eu iria finalmente sair de casa, ver a rua, caminhar no parque próximo e tirar algumas fotos – um velho hobby que eu havia praticamente esquecido – e, se desse sorte, não precisaria de remédio nenhum.
Daria tudo certo.

Termino de vestir meu casaco, pois hoje faz muito frio, deixo o celular em cima da cama e pego minha máquina fotográfica; em seguida saio do quarto e em pé no meio do corredor vejo Karol distraída ajeitando alguns quadros.

Ela é, definitivamente, a mulher mais bonita que já vi.

E eu a amo.

Ergo a câmera, aproximo-a do rosto, ajusto o foco e tiro uma foto dela e isso a assusta, mas logo sorri e eu aproveito para bater outra foto, depois outra, até que ela se aproxime de mim e pegue a câmera.

− Você me disse que fotografa paisagens e não pessoas. – Diz.

Pego a câmera de volta e lhe dou um beijo suave nos lábios.

− Você é a minha paisagem favorita, moça. Não tinha te falado isso antes?

− Não, não tinha, mas eu adorei saber.

Beijo-a novamente e me delicio com o sabor adocicado de seus lábios. Sempre que a beijo parece a primeira vez.

− Eu te amo. – Sussurro como se fosse nosso segredo mais intimo. – Eu te amo.

Ela segura meu rosto com as mãos e me olha nos olhos.

− Eu te amo mais do que imaginei que se fosse possível amar. Te amo e me orgulho de você.

− Se orgulha?

− Sim e muito. Você melhorou muito nos últimos tempos, além de ter deixado o Thomas ir para uma escolinha... Seu filho te ama cada vez mais e, agora sim, está cheio de amiguinhos. Sabia que ele até me falou de uma menina que estuda com ele? Acho que ele está tendo sua primeira paixão. – Graceja e ambos sorrimos.

Suspiro profundamente me sentindo muito bem.

− Espero que ele encontre uma Karol Sevilla e seja muito feliz, assim como o pai dele está sendo.

Karol fica levemente corada.

− Que tal irmos, amor?

Mostro a câmera para ela.

− Não sei o que estamos esperando ainda! 

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Antes de nos sentarmos no parque, Karol sugere que passássemos no mercado que fica muito próximo para comprarmos algo para nosso piquenique improvisado e de ultima hora.
Aquilo não me parece uma boa ideia no primeiro momento, mas combinamos que ficarei no carro aguardando.

Ainda não me sinto preparado para ver tantas pessoas.

E as pessoas não estão preparadas para me ver. Ainda recebo cartas de ódio dos fãs mais alucinados que Cristina me deixou de brinde.

− Volto em um minuto. – Karol diz antes de me dar um beijo rápido e sair fechando a porta do carro atrás de si.

Ok. Suspiro. Ok. Eu posso ficar aqui dentro tranquilo. Eu consigo. Serão só alguns poucos minutos e está tudo bem. Está tudo bem.

Nos Seus Olhos (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora