Dezenove - Gosta quando faço assim?

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— Eu sabia que você ia cortar fino demais.

— Cala a boca. — Jackson rebateu, bufando. Era difícil ajeitar os cogumelos direito e conseguir cortar com aquela faca gigante com a outra mão.

Diferente dos outros dias, ele não estava usando a típica camisa social branca e sim trajando a cor preta da cabeça aos pés. Jaebum sorriu do chinês concentrado em conseguir cozinhar coerentemente. Ele fazia o básico, ou até menos que isso, mas nada que suas mãos produziam não possuía um sabor apetitoso, o japchae não poderia ser diferente.

— Vou mostrar a você. — JB avisou, colando seu tronco contra as costas do atleta e passando as mãos por baixo do cotovelo. — Você segura assim, está vendo? Precisa ter cuidado com as pontas dos dedos ou vai acabar sem elas.

— Hum. — Jackson murmurou em concordância, estava tão atento nas instruções e nos movimentos em sua frente que não se importou com a ausência de espaço entre os dois. Depois de ver e rever as mãos ágeis e familiarizadas com o ato de cozinhar, Jack fez questão de passar a fazer as coisas sozinho para que pudesse aprender, afinal, ele só estava cortando uma porção de cogumelos, pra depois virem as cenouras, cebolas...


— Tem água demais! — Jaebum alertou, sentado no balcão e vigiando o mordomo de longe. Colocou um pedaço de cenoura crua na boca e sorriu enquanto mastigava e ouvia Jackson praguejar. — Vamos, deixe de ser rabugento.

— Vou te mostrar o rabugento. — O chinês rolou os olhos antes de despejar o macarrão. — Na próxima vez que você inventar de comer jaepchae, vá a um restaurante.

— Meu mordomo está se recusando a cozinhar para mim? — Ele ergueu uma sobrancelha e apoiou o queixo em uma mão. — E o que eu vou comer no jantar?

Ah, hyung... — Jackson sorriu e se debruçou no balcão, olhando-o nos olhos com um sorriso ladino nos lábios. Jaebum não pôde não curvar os lábios minimamente também. — Não passa nenhuma ideia na sua cabeça do que comer?

JB fingiu pensar e o mordomo rodeou o balcão até parar atrás do coreano, dando-lhe uma sequência de selinhos na nuca conforme os pelos se arrepiavam pelo toque singelo. Jack pousou ambas as mãos na cintura do cantor e se deleitou com os suspiros curtos e quase inaudíveis que ele soltava conforme Wang o apertava mais forte, os beijos trilharam um caminho até o lóbulo sensível e ali foi deixada uma mordida delicada cujo efeito colateral fora um sorriso manhoso de Jaebum. As mãos firmes subiram até a parte frontal do corpo coreano, apalpando-o sem pudor nenhum enquanto deleitava-se no pescoço alvo que exalava um perfume de flor de laranjeira misturado com o cheiro natural de baunilha.

— Jackson... — Jaebum tentou chamar com dificuldade, o chinês soltou apenas um murmúrio mostrando que estava ouvindo. — O jaepchae...

Wang parou o que estava fazendo para encará-lo com incredulidade.

— Eu estou aqui tentando te deixar duro e você quer saber de jaepchae, porra?

JB riu, as costas apoiadas contra a cadeira enquanto observava um Jackson irritado e de braços cruzados. Tão bonito.

— E você está fazendo um ótimo trabalho, não reclamei de nada. Só estou com fome. — Respondeu, dando de ombros. Jack revirou os olhos.

— Jaebum, eu não quero cozinhar agora, eu quero foder, caralho! Eu finalmente estou solteiro e tudo que aconteceu entre a gente foi um boquete há três dias, é deprimente.

— Não sabia que você estava tão sedento assim. — Jaebum alargou o sorriso e os olhos do mordomo se estreitaram.

— Nem pense em me provocar desse jeito para nada. — Jackson respondeu, indo em direção ao sofá da sala com um cantor seguindo-o em meio aos risos.

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