Vinte e Seis - Feliz.

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Jackson saiu do banheiro com a toalha na cintura, secando o cabelo com outra em mãos. Ia até seu quarto se vestir, mas um grito do cantor em sua sala o fez andar rapidinho até lá, vendo o rapaz comemorar alguma coisa na televisão.

— Tudo bem? — O chinês perguntou, uma sobrancelha arqueada em confusão. JB sorriu largo ao ver o namorado de volta.

— Minha música começou a tocar no programa. — Respondeu, apontando para a TV. Wang assentiu com a cabeça, achando graça da cena.

Voltou para a sala depois de se vestir com uma calça de moletom e uma camiseta larga. Jaebeom estava na metade da quarta taça de vinho, enquanto o chinês bebericava a segunda vez ou outra, observando o namorado bêbado com uma expressão divertida no rosto. Era fascinante ver a mudança de personalidade que o álcool causava no organismo do outro.

JB gritou mais uma vez exageradamente para a televisão.

— Shhh! — Jackson colocou o indicador nos lábios, rindo do escândalo. — Fala baixo, vão descer o cacete em mim amanhã por sua causa.

Ele pareceu não se importar, dançando em movimentos esquisitos e desengonçados ao som de música nenhuma. O atleta estava sentado no sofá – este que havia sido deitado completamente, agora parecendo mais com um enorme colchão; as costas apoiadas na parede, um joelho levantado e outro flexionado no estofado; encarava o coreano com um olhar apaixonado, por mais que risse as vezes das atitudes do rapaz.

Coração... — Começa, cantarolando o apelido com um sorriso travesso nos lábios. Apoiou ambas as mãos nas coxas do esgrimista que arqueou as sobrancelhas pela atitude. — Coraçãaao...

Jackson riu pelo nariz e enxergou os sentimentos nos olhos escuros de Jaebum; pecaminoso ao extremo, o desgraçado já estava se contorcendo em tesão e o esgrimista nem havia o tocado. Ele já havia conhecido a versão embriagada do namorado e sabia que a pose de dominador sumia por completo, mas desconhecia a parte que o álcool era a chave para aumentar o libido em questão de segundos.

Tornava as coisas mais interessantes para Wang, por isso, ele se ajeitou no sofá, decidido a jogar o joguinho do outro.

— Sim?

— Posso te contar uma coisa?

— Fique à vontade.

Jaebum subiu no sofá, engatinhando até ficar próximo o suficiente para roçar o nariz na bochecha do mais novo que curvava os lábios contentemente em resposta.

— Você é lindo, Jack. Muito, muito bonito.

— E...?

— E fodidamente gostoso. — Murmurou, o rosto agora escondido no pescoço chinês, uma das mãos passeando pelas clavículas pouco marcadas do rapaz. Beijou-o no maxilar e subiu a palma para a nuca alheia. — Eu sou apaixonado por você, sabia disso?

— É, eu tinha uma ideia. — Jackson enlaçou sua cintura. — E você sabe que é recíproco, não sabe? Que sou somente seu.

JB ronronou com a resposta, desenhando aleatoriedades no pescoço bronzeado e se deliciando com o cheiro de sabonete misturado com o odor natural exalado. Jackson, de olhos fechados, apreciava o carinho com um sorriso nos lábios que não se desfazia de jeito nenhum. Jaebum beijava-o abaixo de sua orelha e era gostoso para caralho; senti-lo o apalpando por cima da camiseta com um certo desespero era incrível. Jaebum era incrível.

Eles estavam com os rostos pertos demais, o cheiro de vinho misturado com o aroma de hortelã da pasta de dente que Jackson usara.

Logo eles se perdiam em um beijo em outro nível de paixão, as línguas deslizando tortuosamente devagar uma na outra, o mais novo agarrando o coreano pela nuca e o trazendo para ainda mais perto. Puxou o lábio inferior de JB a tempo que sentia a mão do cantor invadindo sua camiseta de maneira descarada — aquela que ele tinha o costume de encher de anéis e pulseiras de jóias caras — e a empurrou para cima, na intenção de tirá-la.

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