Vinte e três - Coração.

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JB encarou as paredes de um tom escuro de azul, os móveis necessários e poucos itens de decoração, entretanto, nada fora do lugar, à cama de casal posicionada no meio de uma das paredes estava bem arrumada com um conjunto de roupa branca, incluindo as fronhas dos três travesseiros. Pisou no tapete fofinho calçando apenas meias e a sensação lhe deu cócegas.

— Vou buscar uma coisinha. — Jack avisou e deixou o outro sozinho.

Jaebum observou com as mãos nos bolsos Jackson aparecer com a garrafa de vinho e uma segunda taça, um sorriso travesso nos lábios fez o cantor rir. Era divertido vê-lo agir como uma criança prestes a aprontar algo proibido; serviu-se da bebida alcoólica e tomou longos goles enquanto os olhos escuros do moreno o encaravam com uma doçura e gentileza no olhar.

Eram dois bobos apaixonados.

JB se aproximou, as mãos indo na cintura chinesa como se fossem atraídas magneticamente, Jackson inclinou a taça para o coreano que aceitou a pergunta silenciosa e permitiu que Wang lhe desse vinho na boca. Os dois rapazes não haviam nem sequer começado, mas, de alguma forma, o ambiente do quarto passou a esquentar.

Jackson roçou o nariz contra o do outro, arrancando-lhe um sorriso manhoso. Deu-lhe um selar longo para depois pegar seu lábio inferior entre os dentes e repuxar delicadamente para enfim aprofundarem o beijo em uma saudade absurda de dias sem qualquer tipo de contato, o gosto de uva do vinho suave preenchendo o paladar de ambos. O chinês deixou a taça vazia rolar pelo tapete que amorteceu a queda — por mais que o material do copo fosse plástico — e enlaçou o pescoço pálido de Jaebum, as línguas se envolvendo de modo circular e excitante conforme as mãos do mais velho o apertavam em uma pegada firme e unia os quadris, suspirando ao sentir Jack mover-se em círculos sutilmente.

Jackson, particularmente, deleitava-se em como os lábios alheios deslizavam contra os próprios em uma fricção eletrizante e profunda. Jaebum tinha a mania de manter as mãos passeando contra as costas do mais novo, retirando suspiros de prazer conforme as palmas exploravam os centímetros da pele e apalpavam-lhe as nádegas fartas com possessão, além da mania enlouquecedora de arfar no meio do beijo que tirava Jackson de órbita.

Pela intensidade que o esgrimista carregava no DNA, Jaebum já se encontrava ofegante para o inferno e precisou separar as bocas para que pudesse respirar corretamente, a ponta da língua coreana tocando o lábio superior alheio por uma fração de milésimos enquanto ambos ainda mantinham os olhos fechados até se afastarem.

— Tira. — Pediu em um resquício de voz, puxando a camiseta justa de Jackson para cima. Beijou-o no pescoço e fez questão de marcá-lo com sucções e mordidas quando a imagem de Hyuntae piscou em sua mente.

JB se tornava possessivo quando duro, era algo que Jackson havia percebido há alguns segundos e não conteve um sorriso quanto a isso.

Wang puxou o cantor até a cama, deixou-o deitar de barriga para cima e sentou-se em seu quadril, aproximou-se e beijou-o naquela lentidão gostosa que estavam acostumados e totalmente viciados, afastou-se antes que Jaebum pudesse prolongar o ósculo e riu baixinho ao ouvi-lo grunhir. Brincou algumas vezes, deixando os lábios tão pertos e roçando minimamente a língua contra os do coreano que, toda vez que estava pronto para beijá-lo, era impedido pela distância que Jackson criava.

Ele tinha essa mania insuportável desde o primeiro beijo.

— Você está com muita pressa, hyung. — Jackson disse. — Eu nem comecei ainda.

Jaebum não conseguiu responder quando sentiu Wang lamber a extensão de seu pescoço lentamente além de cada pedacinho de pele que a gola de sua camiseta expunha. Sentiu as unhas curtas do chinês arranhá-lo por baixo do tecido e arfou baixinho com o contato, estava mais sensível do que jamais estivera em toda sua vida, seu corpo quente sob o calor que Jackson emanava o fazia alucinar que em breve derreteria com todo o calor do momento. O mais novo puxou a camisa para cima o máximo que podia, beijando a pele de Jaebum e remexendo-se contra o quadril do rapaz.

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