Três - Chocolate Quente

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Era a terceira loja que o trio estava visitando naquele dia e Jaebum já podia sentir as solas dos pés latejarem dolorosamente. Sabia que Jinyoung ainda tinha muita energia sobrando, mas tinha algumas dúvidas sobre o chinês ao seu lado; por mais que ele sorrisse e fosse extremamente gentil, quando o noivo não o olhava, Jaebum podia ver o cansaço invadir seu rosto.
Sentiria pena se fosse outra pessoa, mas ele não sentiu nada afeituoso em relação ao rapaz.

Enquanto Jinyoung examinava cada detalhe delicado das decorações de mesa, Jackson fazia questão de olhar as etiquetas de todos os arranjos de flores que o coreano falava bem, por mais que não gostasse da ideia de abordar Jinyoung com pedidos para ele não extrapolar, sabia que era necessário. Entretanto, não faria isso na frente de Jaebum.

O rapaz de vinte e quatro anos era praticamente bilionário, era certeiro que ele debocharia da crise financeira que o casal estava passando.

Provavelmente, culparia Jackson por achar o chinês tão irresponsável assim. Não era totalmente verdade, por mais que Wang insistia em gastar até o último centavo se fosse para o bem de alguém importante a ele, e era por esse motivo que ele estava praticamente liso.

Não se arrependera de pagar o tratamento caro para tratar a doença da mãe, mas também não queria ter que continuar na carreira de atletismo somente por causa de uma quantia grande de dinheiro. Ele poderia muito bem perder a competição e sair do mesmo jeito que entrou, com a carteira vazia e a conta bancária deprimente.

Jaebum já havia proposto alguns arranjos lindíssimos, mas eram todos caros demais. E, se Jackson não estivesse totalmente desesperado, poderia jurar que o tom de voz do coreano era gentil e verdadeiro quando elogiava as flores baratas que Jinyoung propusera.

Wang franziu o cenho quando uma ideia maluca passou por sua cabeça; ao ver seu noivo se afastar um pouco dos dois, puxou Jaebum pelo cotovelo.
Ele ignorou o olhar entediado que lhe foi lançado e espiou Jinyoung uma última vez antes de falar:

― Você vai estar em casa essa noite? ― Manteve o tom de voz baixo. JB fez uma careta.

― Hã?

― Quero saber se você vai estar em casa, Jaebum. Me passa o seu endereço.

― Desculpe, homens comprometidos não são o meu tipo. ― Ele debochou, os olhos levemente arregalados devido a descrença. Inacreditável, Jackson havia perdido o juízo? ― Se pedir meu endereço de novo, eu conto para Jinyoung que você está dando em cima de mim.

― Você é idiota? ― Jackson perguntou, irritado. ― Não quero nem tocar em você.

Jaebum olhou para a mão que segurava seu cotovelo e um segundo depois ela não estava mais lá. Wang respirou fundo, segurando a vontade de gritar.

― Você entendeu o que eu disse, não se faça de burro. ― Sibilou.

― Digamos que eu tenha entendido, ― Jaebum começou, cruzou os braços e passou a a andar devagar para que os dois não se afastassem muito de Jinyoung ― que garantia eu tenho de que você não vai colocar uma bomba no meu quintal?

Jackson revirou os olhos, acompanhando seus passos lentos.

― Para o que eu vou te pedir, preciso que você esteja vivo.

O cantor estreitou os olhos e espalmou uma palma no peito do rapaz, impedindo que este andasse mais um passo.

― Cada resposta que você me dá, eu te acho mais suspeito.

― Eu não quero pegar você, Jaebum. Pelo amor de Deus, é tão difícil de entender assim?

Jaebum o encarou, os olhos ainda estreitos. Jackson passou ambas as mãos pelo rosto antes de, mais uma vez, tentar esclarecer as dúvidas ridículas do coreano.

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