Tudo parecia estar em paz. Não se ouvia absolutamente nada. Era uma calmaria estranha que de alguma forma ela gostava. Gostava daquela sensação de alívio, de paz e principalmente de normalidade. Mas então, como se um botão tivesse sido ligado veio a dor. Era estranho sentir tanto depois daqueles breves minutos de tranquilidade.
Maite: Ela está acordando.- Avisou animada.
Dr. Hunt: Anahí você está me ouvindo?.- Perguntou assim que ela abriu os olhos. Anahí primeiro piscou atordoada pela luz forte que iluminava àquele quarto. As paredes eram brancas assim como as cortinas, tinha um sofá do lado direito da cama aonde estavam Maite, Mane, Angel, Marishelo, Henrique, Christian e na sua frente tinha um homem que nunca vira em toda sua vida.- Anahí!
Marishelo: Filha.- Chamou com a voz embargada.- Finalmente você acordou.
Anahí: A minha cabeça.- Murmurou erguendo os braços até a cabeça que estava enfaixada.
Dr. Hunt: Eu vou precisar fazer alguns exames.- Avisou sem desviar os olhos dela.- Agradeceria se todos vocês saíssem por favor.- Pediu fazendo sinal para que Anahí abrisse a boca.
Depois de Alfonso ter doado o sangue foi feita a cirurgia na perna direita e também a hemodiálise. Anahí continuou em coma induzido por mais dois dias até a pressão se estabilizar e os rins voltarem a funcionar correctamente. Maite e Marishelo ficaram com ela o tempo todo. Somente quando precisavam ir para casa tomar banho e comer alguma coisa é que Angel intercalava com Christian que soube do acidente por intermédio de Chad. Henrique foi todos os dias ao hospital mas não teve coragem de entrar no quarto para ver a filha até àquele momento, Sebastian e Mane também passavam horas dentro daquele hospital velando o sono de Anahí que parecia não ter fim.
Alfonso ficou o tempo todo do lado dela, saia apenas para dar privacidade aos familiares ou quando precisava de um café forte. Dirigia poucas palavras as pessoas ao seu redor só respondia com acenos de cabeça quando alguém perguntava se estava bem.Os primeiros dias a pós a cirurgia foram delicados,o corpo de Anahí primeiro pareceu rejeitar o sangue dado por Alfonso e a hemodiálise não surtia efeito nenhum. A respiração continuava comprometida pela pancada que teve no peito por estar sem o cinto de segurança no momento do acidente. Foram necessários mais dois dias para o corpo aceitar a mudança e só assim foi retirada do coma induzido para a alegria geral da nação.
Anahí: Estou muito fodida?.- Encarou Hunt que retirava a faixa da cabeça dela. A voz estava fraca por ter dormido mais do que gostaria.
Dr. Hunt: Digamos que a senhorita já esteve pior.- O seu corpo finalmente reagiu bem ao sangue que recebeu, o pulmão está funcionando devidamente e já não existe risco de uma segunda parada cardiorrespiratória.- Explicou anotando alguma coisa no papel que estava em mãos.- O seu rim também está funcionando do jeito que deve ser e o inchaço na sua cabeça desapareceu totalmente.
Anahí: Eu não sinto a minha perna.- Comentou encarando a perna direita que estava engessada.
Dr. Hunt: Você ficou em coma induzido durante dias e é normal que algumas coisas demorem a funcionar assim como a sua perna. Não existe risco de uma lesão permanente por tanto não precisa se preocupar tanto.- Assegurou e Anahí assentiu.- Só vai ser necessário manter ela bem esticada e provavelmente terá que fazer fisioterapia durante um tempo.
Anahí: Poderei usar saltos?.- Perguntou lembrando da quantidade exorbitante de sapatos altos que tinha em seu apartamento.
Dr. Hunt: Salto sim, correr não e brigar menos ainda.- Recomendou sério.- Eu vou agora chamar os seus familiares que devem estar loucos para matar as saudades.
Anahí: O senhor disse no princípio que o meu corpo reagiu bem ao sangue que recebeu.- Lembrou.- Quem foi o meu doador?.- Perguntou com curiosidade.
Dr. Hunt: Alfonso Rulli.- Respondeu encarando o papel que tinha em mãos.- Mantenha a calma senhorita Portilla.- Recomendou vendo Anahí arregalar os olhos e os monitores apitarem pela subida dos batimentos cardíacos.- Tenta ficar viva até a sua mãe olhar para você.- Brincou atravessando a porta.
Logo Maite entrou sendo seguida por Mane, Angel, Marishelo, Christian e Henrique.
Maite: Você nos deu um susto do caralho.- Disse encarando Anahí que revirou os olhos.
Anahí: Quem lhe ouve pensa que sentiu a minha falta.- Riu quando Maite depositou um beijo estalado na bochecha dela.- Claro que sentiu.- Constatou abraçando a amiga que voltou a chorar.
Christian: Essa vadia está mais sensível que a minha mãe quando soube do meu verdadeiro eu.- Frisou fazendo Mane e Angel gargalharem divertidos.- A minha vida não tem graça sem você Boss.- Anahí riu quando ele lhe roubou um selinho.
Mane: É muito bom voltar a ver esses olhos azuis.- Piscou para Anahí que gargalhou segurando a barriga.
Anahí: Eu sei que você tem adoração pelos meus olhos.- Brincou retribuindo o abraço de Mane.- Mãe!.- Falou quando Marishelo parou do lado dela.
Marishelo: Eu tive tanto medo minha filha.- Murmurou abraçando Anahí que retribuiu com um aperto fraco.- Graças a Deus você está aqui com a gente.- Enxugou o rosto e Anahí assentiu sem esboçar reacção nenhuma.
Angel: Será que eu posso abraçar você também?.- Perguntou se aproximando de Anahí com certo receio.
Anahí: Acho que se for um abraço de vinte segundos eu não me importo que tal?.- Sugeriu e Angel não pensou duas vezes antes de rodear os braços em volta da irmã.- E você está chorando.- Constatou ao escutar os soluços de Angel.
Angel: Tive tanto medo de perder você Any.- Murmurou com a voz embargada.- Me perdoa.- Pediu segurando o rosto de Anahí que não sabia exatamente o porquê daquele pedido de desculpas mas aceitou com um sorriso fraco nos lábios.
Anahí: Está tudo bem agora.- Garantiu voltando a apoiar a cabeça na almofada.- Eu estou faminta.- Anunciou segurando a barriga.
Christian: Banquete real sendo providenciado já já.- Avisou antes de deixar o quarto.
Henrique: Filha.- Hesitou quando viu o olhar frio de Anahí.
Anahí: O senhor nem precisa continuar.- Cortou dura e Maite que conversava com Mane arregalou os olhos.- Eu só não lhe mando ir embora porque estou bem humorada agora, então agradeceria se não testasse o mesmo.- Deu de ombros fitando a perna direita que começava a dar comichão.
Henrique: Eu só queria me desculpar com você por favor.- Pediu com lágrimas nos olhos.
Anahí: Porquê que o senhor não guarda essas desculpas e vai procurar o rapaz que tanto queria adotar?.- Perguntou inclinando a cabeça para o lado.- Eu não posso me estressar e essa conversa está me deixando visivelmente irritada.- Alertou fechando os olhos.- Ou o senhor não me dirige a palavra ou vá embora.- Avisou dura e Marishelo suspirou cansada.
Maite: Anahí o que..?
Anahí: Maite não argumenta sobre o que você não sabe.- Cortou sem encarar a amiga.- Eu bati com a cabeça mas as suas palavras antes de entrar naquele carro ainda estão ecoando bem aqui dentro da minha cabeça e o senhor não faz ideia do que eu estou sentindo agora. Na verdade ninguém faz.- Lembrou com desgosto.- Quero ficar sozinha por favor.- Pediu.
Maite: Eu fico.- Respondeu sentando no sofá de braços cruzados.- E nem adianta abrir essa boca.- Avisou encarando Anahí que deu de ombros.- Agora você vai me dizer que caralho aconteceu aqui?.- Perguntou assim que ficaram as duas no quarto.
Anahí: Não quero falar sobre isso.- Dispensou bocejando.- O Alfonso estava aqui?.- Perguntou do nada e Maite ergueu os olhos confusa.
Maite: Até ao momento que você abriu esses lindos olhos.- Respondeu contendo o riso.- Foi embora porque não queria incomodar.- Explicou.
Anahí: Ok.- Assentiu.- Estou com sono.- Avisou sentindo os olhos pesados.
Maite: Durma descansada que quando você acordar eu estarei aqui.- Garantiu deitando no sofá. Estava a dias sem dormir em condições e o cansaço já começava a cobrar.- Bons sonhos.- Desejou para uma Anahí que já dormia profundamente.
O susto tinha finalmente passado.
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For Now And For Love [ Concluída ]
FanfictionEm um dia vemos o nosso mundo desabar, nossos corações partidos, nossos sonhos destruídos, chegamos até a pensar que nunca mais seremos capazes de sorrir novamente. Mas em outro momento enxergamos a esperança bem diante dos nossos olhos, enxergamos...