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Anahí: Já vai!.- Gritou irritada. Estava confortável no sofá, com um pacote enorme de fritas enquanto assistia um filme de romance bem água com açúcar, quando à campainha tocou de maneira ensurdecedora.- Nem descansar eu...oh.- Hesitou, assim que abriu a porta e viu o ser humano parado do outro lado de braços cruzados.

Alfonso: Posso entrar?.- Mordeu o lábio apontando o interior do apartamento.

Se eu implorasse e se eu chorasse

Isso mudaria essa noite nublada?

Isso me traria alguma luz?

Anahí: O que faz aqui?.- Perguntou sentindo todo resquício de tranquilidade e paz ir para o fundo do poço.- Está tarde, e acredito que a sua mulher não vai gostar nada de lhe ver aqui.- Murmurou com ironia e ele sorriu de lado.

Alfonso: Não estou pensando nela, pelo menos não nesse momento.- Respondeu tranquilo.- Me deixa entrar, por favor.- Anahí deu as costas e não disse absolutamente nada. Mas já que a porta ficou aberta, ele entendeu como um sim.- Como você está?.- Perguntou primeiro encarando o apartamento, que continuava impecável com todos os móveis no lugar, e depois a mulher que estava diante de si, esparramada no sofá, usando um pijama de algodão minúsculo que marcava perfeitamente a barriga de quatro meses.

Anahí: Não é da sua conta.- Deu de ombros sem desviar os olhos da televisão. Alfonso suspirou e sentou no outro sofá. O clima era tenso pra caralho.

Alfonso: A Maite me contou que você passou mal hoje.- Disse cruzando as mãos por cima do joelho e ela revirou os olhos.

Anahí: Apenas uma subida na minha pressão, nada de alarmante.- Respondeu entediada e ele assentiu.- Era só isso?.- Perguntou erguendo os olhos para encará-lo.

Devo esperar você ligar?

Há alguma esperança de isso acontecer?

Você está me deixando de lado?

Alfonso: Eeeer.. sim.

Anahí: Ótimo, saia e fecha a porta.- Pediu indicando a porta, mas ele não moveu um músculo.- Qual o seu problema agora?

Alfonso: Eeee..eu tudo bem.- Assentiu levantando do sofá.- Feliz noite.- Desejou caminhando até a porta, mas parou ao ouvir novamente a voz dela.

Anahí: Você me amou algum dia?.- Perguntou de maneira súbita e ele estancou no lugar.- Seja sincero.- Pediu trêmula.

Quando penso sobre isso

Eu percebo que nunca estive aí

Ou sequer me importei

Alfonso: Nunca deixei de amá-la, baby.- Respondeu num sussurro e não viu ela arregalar os olhos e engolir em seco, porque estava de costas.- Nem poderia.

Anahí: Então porquê?.- Perguntou, os olhos azuis marejados.- Eu entendo que foi a sua decisão casar com ela, mas porquê não consigo enxergar um pingo de felicidade em seus olhos?

Quanto mais eu penso sobre isso

Menos eu fui capaz de compartilhar com você

Eu tento te alcançar, eu quase posso te sentir

Alfonso estava trêmulo. Desde o início, sabia que era fraco demais para ir até ao apartamento dela e ter que lidar com as consequências de uma escolha que fora obrigado a fazer. Mas não imaginou que fosse ser tão difícil. Ela estava lá, carregando um filho na barriga, que era dele, mas simplesmente não podia abraçá-la do jeito que queria, beijá-la do jeito que tem sonhado durante os últimos dias para deixar transparecer a felicidade que estava sentindo em saber que se tornaria pai. A situação era angustiante, sufocante. Tudo só piorou quando ele sentiu o perfume dela bem perto. Anahí estava parada atrás dele, os braços envolvendo a própria barriga num carinho suave ( uma maninha que adquiriu recentemente ) , os cachos caindo livre pelos ombros. Era uma imagem muito interessante de se ver.

For Now And For Love [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora