Epílogo

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Ruth Herrera era professora de matemática em uma das universidades de NY, casada com Armando Herrera, dono de uma rede de hotéis - podre de rico -. Ambos vêem de famílias humildes, passaram por cima de preconceitos e problemas para chegarem até aonde chegaram. Anos de casamento repletos de amor, amizade e compreensão.

Ruth sempre sonhara em ser mãe de um casal, era um sonho desde pequena. Sempre que seus pais a perguntassem: filha qual o seu sonho? Ela respondia prontamente: Ser mãe de uma menina, e de um rapaz.

Sua infância não fora uma das melhores. Seu pai era um simples agricultor e sua mãe era apenas a dona de casa, por vezes faltava um pão para colocar na mesa. Normalmente, se tinha o pequeno almoço, era bem provável que o almoço e o jantar ficariam apenas na imaginação. Levava os cadernos em uma capa de jornal que sua mãe fizera com amor, e tinha um único calçado, as roupas eram na sua maioria já usadas, oferta dos patrões de seu pai.

Perdeu os pais com vinte anos e começou a trabalhar como garçonete para pagar a escola. Levantava as cinco horas da manhã e só dormia as 10h da noite depois de revisar a matéria para a aula do dia seguinte. Conheceu Armando na faculdade em que cursava Pedagogia. Não fora um amor a primeira vista. Armando era seu mais velho de 6 anos, e o preconceito naquela cidade do interior era quase que o pão de cada dia. Armando cursava Gestão e junto com seu amigo Henrique Portilla abriram uma rede de hotéis bastante conhecida na cidade de NY.

Por um tempo o sonho de ser mãe ficou bem guardado no fundo de seus pensamentos pela necessidade de ter uma vida melhor. Quando já completava dois anos de namoro descobriu que estava grávida, fora uma emoção grande. Cinco meses depois recebera a notícia de que estava esperando um casal.

Àquilo só poderia ser um sonho!
Mas não era.

A gestação fora uma maravilha. Sem riscos, sem gorduras, sem estrias, sem desejos - nisso Armando tinha dado muita sorte -. Finalmente tinha chegado o dia do parto. Por um lado a emoção e a ansiedade de poder ter os filhos nos braços, por outro, o medo, o frio na barriga, o pânico.

Ruth: Eu estou com medo amor.- falou respirando fundo tentando conter as contrações.- Acho melhor fazer o parto aqui em casa, chama a Marishelo ela vai nos ajudar a encontrar uma boa enfermeira.

Armando: Isso é muito arriscado querida.- ponderou coçando a testa.- Eu estou aqui com você e não vai acontecer nada.

No final, Ruth se deu por vencida e seguiu para o hospital. As primeiras horas foram difíceis, a dor parecia insuportável, o cansaço era enorme. Mas assim que ouviu o chorinho fino dos seus filhos, a dor e o cansaço sumiram dando lugar ao amor - esse sim foi a primeira vista -, a ternura e a paixão.

Os bebês foram encaminhados para o centro de atendimento neonatal enquanto os pais aguardavam ansiosos no quarto.

Ruth: Eles estão demorando.- suspirou encarando mais uma vez a porta do quarto.

Armando: Tenha paciência meu amor.

Armando sorriu beijando a testa da mulher. Vinte minutos se passaram e a enfermeira entrou com apenas um bebê no carrinho. A princípio Ruth estranhou, mas logo deu de ombros chegando a conclusão que certamente ela não tinha como trazer os dois ao mesmo tempo.

Ela recebeu primeiro a menina em seus braços, era a coisa mais linda de se ver, os olhos pretos iguaizinhos aos seus, o cabelo preto e os traços do pai, era um verdadeiro anjo na terra.

Armando: E cadê o meu campeão enfermeira?.- Perguntou ansioso.

Enfermeira: De quem o senhor está falando?.- Estreitou os olhos confusa.

Ruth: Como assim do que ele está falando? Eu tive um casal se a senhora não sabe, e aqui só está a menina cadê o rapaz?.- Perguntou sentindo àquele aperto no peito.

Enfermeira: Senhora tenha calma por favor, no berçário só tinha um bebê, não tem rapaz nenhum.

Ruth encarou Armando assustada, e sem que ela pudesse controlar as lágrimas caíram dos seus olhos.

Ruth: VOCÊ ESTÁ MALUCA?.- Gritou.- EU ESTOU DIZENDO QUE TIVE UMA MENINA E UM RAPAZ, EU QUERO O MEU FILHO.

A enfermeira encarou a paciente assustada e saiu correndo para falar com o diretor do hospital.

As horas se passaram e nenhum sinal. Ninguém tinha visto, ninguém tinha escutado.. nenhuma imagem..nenhuma testemunha.

O bebê tinha simplesmente sumido..

Os anos se passaram, mas Ruth continuava com a chama da esperança acesa, algum dia ela encontraria o filho e se chamaria Miguel Herrera Rodrigues.

...

Estreia Brevemente..😘😘

For Now And For Love [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora