56

1.1K 48 1
                                    

As primeiras 24 horas depois de uma cirurgia são críticas. Cada respiração que você dá, cada fluído que toma, são meticulosamente anotados e analisados. Celebrados ou lamentados. Mas o que acontece depois das 24 horas? O que acontece quando o primeiro dia se transforma no segundo e duas semanas, em meses? O que acontece quando o perigo imediato passa, as máquinas são desconectadas e a equipe de médicos e enfermeiras vão embora? Na cirurgia é quando você é salvo, mas o pós-operatório, o depois, é quando você se cura. Mas, e se não conseguir?

Dr. Hunt: Bom dia.- Desejou entrando no quarto, e Maite que dormia na poltrona do lado da cama se sobressaltou.

Maite: Aconteceu alguma coisa?.- Perguntou em alerta, olhou Mane que seguia dormindo tranquilo.

Dr. Hunt: Daqui a pouco o efeito do sedativo irá passar.- Explicou se aproximando da cama.- E gostaria de estar aqui quando ele acordar.

Ela assentiu em silêncio e caminhou até a janela. Tinha o cabelo preso em um coque totalmente baguçando no alto da cabeça, o corpo dolorido por ter cochilado daquele jeito tão pouco convencional, a roupa amassada. Estava simplesmente um caos.

E como o médico dissera, o efeito do sedativo passou e Mane abriu os olhos lentamente. Primeiro estranhou a claridade do lugar e o facto de ter uma máscara cobrindo parte do rosto, ergueu os olhos e percebeu que a mão direita estava imobilizada.

Dr. Hunt: Mane.- Chamou a atenção dele que tinha o cenho ligeiramente franzido.- Você sofreu um acidente e está no hospital agora. Essa máscara é para ajudá-lo com a respiração e por isso vou pedir que não tente falar até eu examinar você tudo bem?.- Perguntou tranquilo e ele assentiu.

Maite que estava abraçada ao próprio corpo, assistiu o médico examinar o ex marido com toda tranquilidade, e no final retirar a máscara de oxigênio, testando se ele conseguia respirar sem a ajuda dela. Demorou um tempo até Mane tragar o ar de fora para dentro, e quando finalmente conseguiu, ela sorriu aliviada.

Dr. Hunt: Deixarei você sem a máscara durante um curto período de tempo, porque o seu pulmão ainda requer atenção, e não é bom forçá-lo muito.- Disse tomando uma grande nota na caderneta que tinha em mãos.- Sente alguma dor?

Mane: A minha cabeça.- Murmurou com a voz rouca e Hunt assentiu.- O que aconteceu com a minha mão?.- Perguntou encarando a mão imobilizada. Ainda não notara a presença de Maite.

Dr. Hunt: Tivemos que reconstruir o seu dedo anelar.- Respondeu com as mãos no bolso.- Daqui a pouco uma enfermeira virá com remédios para minimizar a dor de cabeça.- Disse e saiu da sala em seguida. Ele ficou lá, encarando a parede na sua frente, as imagens do carro capotando até atravessar a ponte ecoavam na mente dele, de um jeito angustiante.

Maite: Hey.- Disse se aproximando. Mane ergueu os olhos assustado.

Mane: Está aqui faz tempo?.- Ela assentiu sentando ao pé da cama.

Maite: Desde ontem.- Deu de ombros bocejando.- Como está se sentindo?

Mane: Meio grogue ainda.- Respondeu sem deixar de encará-la, tentando assimilar o facto dela estar lá depois da última vez que estiveram tão próximo.- E você está cansada.- Observou atento.

Maite: Ficarei bem, não se preocupe.- Dispensou sorrindo de lado.

Mane: A Luna?.- Perguntou com um sorriso afetado nos lábios. Sentia uma saudade enorme da filha.

Maite: Com a Anahí.- Disse simples e ele assentiu. O silêncio se fez presente dalí, porque sinceramente não havia muito o que se dizer. Estava claro para Mane, que ela só estava lá porque sofrera o acidente, do contrário estaria seguindo a própria vida sem se importar com ele.
A enfermeira entrou minutos depois. Deu o remédio para a dor de cabeça, e saiu deixando os dois novamente sozinhos.

Mane: Maite, o que você está fazendo aqui?.- Perguntou sem conseguir conter a curiosidade.

Maite: E...eu...- Ela hesitou quando ouviu o barulho do celular sinalizando uma chamada de Anahí.- Herrera.- Atendeu sem muita emoção na voz.- Você garantiu que ela amava você, e que não sentiria a minha falta.- Lembrou com um sorriso divertido nos lábios. Anahí do outro lado resmungava sem muita paciência.- Certo, eu vou precisar de um banho primeiro e depois passarei na sua casa, até mais.- Disse encerrando a ligação.

Mane: Aconteceu alguma coisa?.- Perguntou preocupado. Percebeu que falavam da filha deles.

Maite: A Luna meio que está fazendo a terceira guerra mundial na casa de Anahí.- Explicou e ele sorriu fraco.- Tem algum problema se eu deixar você por algumas horas?

Mane: Vá descansada, estou sonolento e tenho a certeza de que não demorarei nadinha para dormir.- Garantiu piscando o olho para ela que assentiu.

Maite: Ótimo, vou tentar ver com o doutor se posso trazê-la aqui para ver você.- Disse pegando a bolsa.- Se cuida.- Desejou antes de sair da sala.

...

Sofia: Estou dizendo à você mulher, ele me pediu em namoro.- Disse toda enfezada e Lexie que terminava de arrumar o cabelo dela riu gostosamente.

Lexie: Você tem sorte que o seu pai não está aqui para ouvir isso.- Disse vermelhinha pelo riso.- Do contrário, teríamos sérios problemas.

Era manhã de segunda-feira, e como Mark estava trabalhando naquele dia, Lexie se ofereceu para cuidar de Sofia, já que era seu dia de folga. As duas tomaram banho juntas, algo que Sofia adorava e comeram besteiras. Tudo estava muito tranquilo, até a menina dizer que tinha uma novidade para contar à namorada do pai, ela só não esperava que fosse justamente àquilo.

Lexie: O que você respondeu meu amor?.- Perguntou olhando-a com curiosidade.

Sofia: Que eu ainda sou muito pequena para ter um namorado.- Disse simples.- Ele ficou triste e agora não fala mais comigo.- Explicou desgostosa.

Lexie: Deus abençoe você por pensar assim.- Respondeu indo para sala. Sofia foi logo atrás.- E isso de não falar com você é só birra, logo passa.

Sofia: Você acha?.- Perguntou desconfiada e Lexie assentiu.- Será que ele vai aceitar vir na minha festinha de aniversário?

Lexie: Você quer convidá-lo?.- Sofia deu de ombros.- De qualquer forma, se ele não aceitar, você terá feito a sua parte.

Sofia: Tudo bem, eu vou me atrasar se a gente continuar nessa fofoca toda.- Resmungou pegando a mochila que estava largada no sofá.

Lexie: Sim senhora.- Assentiu rindo.- Vamos embora, e mais tarde a gente pode sentar para acertar alguns detalhes sobre o que você quer ter na sua festinha?.- Perguntou quando já estavam no elevador e Sofia maneou a cabeça positivamente.

Ela deixou a menina na escolinha e seguiu para o hospital, apesar de ser o seu dia de folga, precisava rever alguns pós-operatórios, e também queria saber sobre o quadro de Mane, que mesmo não sendo mais o marido da prima, ainda era alguém especial e importante para ela. Depois de fazer o que tinha que ser feito, e passar no quarto do ex cunhado que dormia profundamente, ela seguiu para a sala de Mark.

Lexie: Hey.- Disse entrando na sala dele que sorriu ao vê-la.- Atrapalho?.- Perguntou se aproximando e sentando no colo dele em seguida.

Mark: Nunca.- Respondeu antes de beijar os lábios dela com carinho.- O que faz aqui em plena folga?

Lexie: Passei apenas para rever alguns casos, visitar o Mane e lhe dar um beijo de bom dia.- Explicou tranquila.

Mark: E cadê o meu beijo de bom dia então?.- Ergueu os olhos expectantes. Lexie riu antes de grudar os lábios nos dele em um beijo profundo. As mãos dele rodeando-lhe a cintura de forma possessiva. Eles ficaram assim por longos minutos, até ele ser bipado para uma cirurgia de emergência.

Mark: Nos vemos em casa?.- Perguntou levando uma parte do cabelo dela atrás da orelha. Lexie assentiu antes de abraçá-lo.

Lexie: Tenha um bom dia querido.- Desejou e saiu da sala.

...

Capítulo curtinho

Compensarei no próximo😘😘😘


For Now And For Love [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora