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Passavam das duas horas da manhã quando Anahí abriu a porta do apartamento e enxergou a sala iluminada apenas pela luz da lua. Ela observou o cómodo em silêncio, e viu Maite sentada no canto da sala, o rosto apoiado nos joelhos que estavam dobrados, e uma garrafa de tequila, agora completamente vazia, estava largada do lado dela.

Anahí: Se Fosse para beber, deveria ter me chamado.- Falou enquanto livrava os pés dos sapatos. Ao ouvir a voz, Maite automaticamente ergueu a cabeça a tempo de enxergar a figura de Anahí parada a poucos quilómetros.

Maite: Que faz aqui?.- Perguntou depois de soltar um longo suspiro. Apesar de ter devorado uma garrafa inteira da bebida, a morena sentia-se estupidamente em alerta. A coisa estava tão fodida que nem bêbada ela conseguia ficar.- Achei que fosses querer ficar perto da sua filha.

Anahí: Tem mais de oito pessoas naquela casa cuidando dela e da Luna.- Respondeu dando de ombros, e sentou no chão bem do lado de Maite.- Vim cuidar de você agora.- Explicou tranquila.

Maite: E quem disse à você que eu preciso de cuidados?.- Perguntou, a voz carregada de irritação ou quem sabe fúria, afinal, havia matado um homem.

Anahí: O porteiro ligou para o Mane, e contou que você chegou chorando.- Contou serena e Maite bufou incrédula.- E como a Luna estava grudada nele eu me ofereci para vir aqui saber o que está acontecendo.- Continuou sem desgrudar os olhos da outra que revirou os olhos e abraçou o próprio corpo.

Maite: Não está acontecendo nada.- Respondeu, a voz saindo duas notas mais baixas.- Pode ir embora.

Anahí: Maite, apesar de eu ainda estar sob o efeito daquele calmante que fui obrigada a tomar, eu consigo ver perfeitamente essas marcas roxas no seu pescoço, isso para não falar do resto.- Observou, e a advogada engoliu em seco.- O que aconteceu?

Maite: Eu matei o Velasco.- Respondeu na lata e viu Anahí arregalar os olhos.- Ele sequestrou as meninas, teve a audácia de beijar e tocar no meu corpo Anahí. Faz ideia do nojo que senti no momento em que a língua dele passou em cada canto do meu corpo? Ou quando àquelas mãos imundas apertaram os meus seios, ou quando àqueles olhos infelizes me devoraram como se eu fosse um simples pedaço de carne?.- Questionou, e Anahí permaneceu em silêncio porque não tinha nada para dizer, pelo menos enquanto todas àquelas informações assentavam na cabeça dela.- Eu não podia permitir que ele fizesse comigo o que fez com a Lexie e então quando vi, já tinha enfiado um abridor de cartas e uma tesoura no pescoço dele.- Deu de ombros e uma lágrima caiu sem que pudesse controlar.

Anahí: Ok, você precisa de um banho.- Disse depois de ter passado vários minutos em silêncio.

Maite: Eu preciso ficar bêbada para esquecer o que vivi hoje.- Falou antes de levantar e começar a caminhar em direcção à cozinha.

Anahí: Eu não estou perguntando, Mai.- Esclareceu, e em um movimento rápido, recebeu a garrafa de vinho que a morena tentava abrir.- Vem comigo.- Ela puxou Maite pela mão até que estivessem dentro do banheiro, e mesmo sob os protestos da mesma conseguiu colocá-la debaixo do chuveiro. Assim que a água molhou o corpo dela, foi possível ver o sangue que certamente era de Velasco, escorrer das mãos dela até ao chão.

Maite: Eu matei um homem.- Murmurou olhando as mãos em choque, e então um choro compulsivo atingiu a morena em cheio.- E..eu.. Eu sou uma assassina.- Disse, a voz saindo completamente embargada.

Anahí ficou durante um tempo olhando Maite que chorava e esfregava as mãos que já estavam mais do que limpas, e quando achou que já era o suficiente, deu banho nela não se importando com o facto do próprio corpo estar completamente molhado.

Anahí: Vou preparar algo para você comer.- Avisou tão logo terminou de vestir a morena com apenas uma camisola do Mane que estava largada por aí. Ela preparou sanduíche de atum, e colocou em uma bandeja com um copo de leite e algumas frutas.- Vem cá.- Chamou batendo ligeiramente na borda da cama. Maite mesmo a contra gosto, arrostou o corpo até onde Anahí estava sentada, e comeu tudo em silêncio. Os últimos dias foram pesados e ela nem se lembrava mais da última vez que colocara algo decente no estômago.

For Now And For Love [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora