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Maite só foi acordar horas depois, estranhando a claridade do lugar e sentindo uma dor absurda na base da barriga. Para além da dor, ela sentia-se completamente vazia, como se faltasse alguma coisa. E realmente faltava. Lembrava-se de ter preparado o almoço, colocado a mesa e de ter ido para o quarto antes mesmo de comer porque não estava se sentindo muito bem, e preferiu descansar.

Anahí: Finalmente você acordou.- Murmurou chamando a atenção de Maite que ergueu os olhos confusa.- Como está se sentindo?.- Perguntou observando a outra que tentou sentar e desistiu pela dor na barriga.- Você foi operada ontem de emergência.- Contou acariciando o cabelo da amiga.

Maite: O que aconteceu?.- Perguntou atordoda pela dor.- A minha barriga.- Murmurou trêmula.

Anahí: Calma Mai.- Pediu tentando tranquilizá-la.- Eu encontrei você convulsionando em casa e uma ambulância lhe trouxe para cá. A sua médica disse que você estava com enclampsia e que era necessário adiantar o parto.- Explicou rapidamente. Maite seguia com os olhos fixos nela.- Mas felizmente tudo correu bem e você e a sua filha estão a salvo.

Maite: Tiraram ela de mim?.- Perguntou rouca. Anahí assentiu.- Que bom, não aguentava mais todo àquele peso.- Murmurou aliviada.

Anahí: Você não quer saber como ela é?.- Perguntou encarando a outra que deu de ombros.- Estava todo mundo aqui. Alfonso, Sebastian e Angel tiveram que ir para o trabalho, mas prometeram voltar mais tarde com presentes. Dulce e Christian também foram trabalhar porque alguém precisava fazer a nossa parte, e os seus pais foram para casa tomar um banho e virão apenas de tarde.

Maite fez menção de falar, mas a enfermeira entrou no quarto carregando um carrinho de bebê. Anahí abriu um sorriso enorme ao observar a menina que estava toda bonitinha dentro de um fatinho cor de rosa e enrolada em uma manta branca.

__ Alguém quer conhecer a mamãe.- A enfermeira murmurou retirando a menina do carrinho com todo cuidado e se aproximando de Maite que encarava tudo com o cenho franzido.- Essa é a sua filha Maite.- Disse estendendo o bebê para ela.

Foi então que o inesperado aconteceu.

Maite: Eu não quero.- Dispensou virando o rosto para o lado sem se dar o trabalho de pelo menos ver o rostinho da filha.- Tira ela daqui.- Rosnou derramando as primeiras lágrimas.

Anahí: Maite, é a sua filha.- Lembrou com os olhos arregalados. Àquilo tinha que ser uma brincadeira.- Olha para ela, é tão linda.

Maite: Eu não quero Anahí!.- Respondeu, a voz embargada pelo choro.- Tira ela daqui.- Gritou.

Anahí: Jesus Cristo!.- Exclamou exasperada, encarando a enfermeira que rapidamente saiu do quarto levando a bebê que chorava.- Maite que porra foi essa aqui?.- Perguntou se aproximando da amiga que chorava compulsivamente.

Maite: Eu não quero essa criança.- Respondeu rapidamente e Anahí não conseguia acreditar no que estava escutando.

Quando Maite voltou a dormir, Anahí procurou Addison para saber o motivo pelo qual a advogada tinha reagido daquela maneira ao ver a filha. Addison apenas respondeu que provavelmente foi porque durante a gravidez, Maite foi submetida a muito estresse e que com o tempo as coisas mudariam.

Mas não mudaram.

Maite e a bebê tiveram alta dois dias depois e foram diretamente para o apartamento dela. A médica recomendou repouso pelo menos até a ferida cicatrizar e receitou alguns remédios para o caso de sentir alguma dor. Com um mês, a menina seguia sem nome porque ela não fazia questão de escolher e sequer deixava Mane se aproximar da filha.

Naquela manhã de sábado, Maite estava simplesmente esgotada porque não dormia à dias. A filha acordava de madrugada e abria o berreiro por tudo e por nada. E sem paciência como já estava, ela simplesmente não sabia o que fazer. O apartamento estava uma bagunça. Eram roupas espalhadas por tudo quanto é canto. Louça por lavar, resumindo, tudo estava um caos.

Maite: Chega!.- Gritou exasperada. Estava com a filha no colo que chorava por algo que ela simplesmente não conseguia identificar.- Eu não sei mais o que fazer para você calar essa boca.- Murmurou colocando a menina no berço que aumentou o choro, e ligando para Anahí pedindo ajuda.

Anahí: Eu vim o mais rápido que consegui.- Falou entrando no quarto e se assustando com o modo como a bebê chorava. Maite tinha simplesmente desistido de fazê-la calar e agora estava sentada na cama com o rosto entre as mãos.- O que aconteceu?.- Perguntou se aproximando da menina que soluçava profundamente. O rostinho vermelho. Chorara demais.

Maite: Eu não sei o que ela quer.- Declarou num sussurro.- Ela chora por tudo, grita por tudo. Eu vou ficar louca desse jeito.

Anahí: Maite calma.- Pediu pegando a menina no colo.- Vai para o quarto tomar um banho bem demorado e tenta descansar.- Sugeriu ninando a bebê que ainda soluçava.- Está claro que você não dorme a dias. Pode ir, eu assumo daqui.

Maite: Deus seja louvado.- Suspirou saindo do quarto rapidamente.

Anahí encarou a menina que ainda chorava e respirou fundo tentando se organizar. Primeiro ela deu banho nela do mesmo jeito que vira em alguns vídeos na internet, colocou-lhe um fatinho amarelo todo bonitinho e seguiu com ela para cozinha, onde com uma habilidade, que nem sabia que possuía, preparou a mamadeira.

Anahí: Sua mãe precisa arranjar um nome com urgência sabia?.- Encarou a menina que soluçava. A boca estava ocupada demais para voltar a gritar.- Precisa sim.- Insistiu.

Ela sorriu satisfeita quando depois de um tempo a bebê finalmente dormiu. Não conseguiu perceber qual o motivo de todo àquele choro, mas ficou aliviada por ela finalmente ter calado. Anahí colocou-lhe no berço e aproveitou para organizar a casa que estava uma bagunça. Maite acordou horas depois, já era de noite e Anahí ainda estava lá, deitada no sofá com a menina nos braços.

Anahí: Finalmente você acordou.- Disse encarando a amiga que bebia água na cozinha.- Está na hora de você dar ela de mamar.

Maite: Eu não vou mais colocar os meus seios na boca dela.- Respondeu séria.

Anahí: Maite você está louca?.- Perguntou incrédula.- Ela precisa de você, precisa se alimentar. O que eu faço?

Maite: Anahí faça o que você quiser.- Dispensou dando as costas e voltando para o quarto.

Anahí: Filha da puta.- Rosnou irritada.- Desculpa princesa.- Pediu sorrindo fraco, a menina lhe encarava com curiosidade.- Eu juro que por vezes me dá vontade de bater na sua mãe.- Contou suspirando. Ela ficou durante alguns minutos brincando com a bebê e chegou a uma conclusão, ela precisava de ajuda.- Não tenho outra escolha meu bem.- Deu de ombros beijando o rosto dela e pegando o celular.- Olá seu filho da puta.- Murmurou logo que a pessoa do outro lado atendeu.- Vem agora até ao apartamento da Maite..  não quero saber se você está ocupado.- Revirou os olhos.- Você foi tão homem ao ponto de engravidar a minha amiga de um jeito tão covarde, agora está na hora de desempenhar o seu papel de pai. A sua filha precisa de você. Não demora.- Disse antes de desligar o telefone.

Pois é..

...


For Now And For Love [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora