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Ninguém casa esperando se divorciar um dia. Não passamos pelo stress dos preparativos, da procura pelo vestido perfeito, da cerimônia perfeita, para simplesmente acordar num belo dia e decidir que não quer mais.
Mas exitem situações que nos levam a tomar decisões que nunca se quer nos passou pela cabeça. O fim de um casamento, namoro ou até mesmo um caso, nunca é um processo fácil, é comum que surja àquela sensação de confusão e de não compreensão do motivo que levou àquela situação.

Depois de anos juntos, o casamento de Maite tinha chegado ao fim. Quando as coisas finalmente voltaram para o seu devido lugar, no que diz respeito a descoberta do irmão, Maite ligou para Dulce remarcando a audiência para então assinar os papéis que faltavam. Mane até tentou fazê-la repensar naquela decisão que parecia ser tão absurda, mas a morena simplesmente bateu o pé no chão e disse que não tinha absolutamente nada para pensar e assim foi. Papéis assinados e cada um poderia seguir a vida como bem quisesse.
A guarda da filha deles passou a ser compartilhada. As decisões sobre a saúde, educação e todos aspectos relacionados à ela, eram tomadas por ambos. Luna ficava com Maite durante toda a semana e somente nos sábados e domingos, passava o dia com o pai.

Terninar um casamento significava choro todos dias, noites de raiva e emoções galopantes. E posso dizer desde já que ambos passaram por isso, de maneira diferente, mas passaram. Maite ficou uma semana inteirinha trancada no próprio apartamento, não saia para nada, não falava com ninguém e apenas revezava as horas do seu dia em cuidar da filha e dormir. Teve choro, raiva, e principalmente àquele sentimento de querer voltar atrás, mas infelizmente já estava feito e ela precisava arcar com as consequências das próprias escolhas.

Quanto a Mane, bom, digamos que não existia sombra do homem que um dia fora. Vivia mal humorado e não falava com ninguém. Teve esse dia em que chegou completamente bêbado no trabalho e Ricardo foi obrigado a dar-lhe alguns dias para descansar e quiçá se recuperar do banque que fora a separação. Pria esteve lá o tempo todo, cuidava dele como uma verdadeira amiga, e fazia companhia sempre que desse.

Não houveram alterações maiores depois, pelo menos não até àquele dia.

Pria: Hora de levantar.- Disse abrindo as cortinas do quarto de Mane que ao meio dia ainda estava jogado na cama.- Anda homem, saia dessa cama.

Mane: Me deixa em paz.- Bocejou esfregando os olhos.

Pria: Você precisa se alimentar e tomar um banho, pelo amor de Deus.- Respondeu puxando a coberta que cobria o corpo dele.- Estarei na cozinha preparando o seu café da manhã. Tem cinco minutos para sair dessa cama Mane, e se eu voltar e encontrá-lo novamente aqui, juro que sou capaz de jogar água fria na sua cara.- Avisou saindo do quarto.

Ele resmungou em tom baixo, e em menos de cinco minutos saiu da cama e foi para o banheiro. Sabia que Pria seria bem capaz de fazer o que prometera, e por tanto preferiu não arriscar. Estando devidamente composto, seguiu para sala onde Pria terminava de organizar a mesa.

Pria: Agora sim.- Aprovou sorrindo largamente. Mane revirou os olhos e ocupou um lugar da mesa.- Leite ou café?

Mane: Leite.- Respondeu sem muita emoção na voz. Logo a comida foi servida e os dois comeram em silêncio, quer dizer, ela falava e ele fazia questão de ignorá-la.

Pria: Até quando essa fossa vai durar?.- Perguntou encarando Mane que tinha uma garrafa de vinho presa entre as mãos enquanto assistia um filme qualquer.

Mane: Até quando eu quiser.- Respondeu simples. Não estava nem ligando se tinha a barba por fazer, ou se o cabelo estava simplesmente uma bagunça.

Pria: Mane você precisa aceitar que acabou.- Disse sentando do lado dele que ergueu os olhos azuis em alerta.- Fazem dias agora desde que você assinou àqueles papéis, e não vai adiantar em nada ficar dentro desse apartamento como se não existisse um mundo lá fora.

For Now And For Love [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora