Capítulo 18

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Sebastiã Montanari

Fiquei tão preocupado com a Elisabeth que não pensei duas vezes em levar ela –e o tapado do Gabriel– para o hospital. O médico disse que por pouco eles não entraram em coma alcoólico. Ambos precisaram ficar um tempo no hospital, tomando soro. Quando receberam alta, Cristian levou Gabriel pra casa dele e eu, a Elisabeth e a minha irmã voltamos pro orfanato.

As crianças estavam preocupadas, pois ninguém acabou indo buscá-la na escola e, ao chegarem em casa, não nos encontraram. Eu simplesmente não sabia o que dizer. Por sorte a Giovana estava por perto e me ajudou, lendo algumas histórias pra dormir pro Marvin e a Kaya, dando dinheiro pra Stella sair com os amigos e deixando o Robert na residência do namorado. O meu desejo era que elas ocupassem a cabeça com outra coisa.

Já estava achando a Giovana incrível por conseguir "comprar" à todos, só que faltou uma única pessoa...

— Toc, toc.

Bati na porta do quarto da Cass.

— Entra.

Ela me deu permissão.

— Oi, meu amor.

— Oi, pai.

Disse entristecida, cutucando a unha.

— Ainda preocupada com a mamãe?

Me sentei ao seu lado na cama.

— É. Ultimamente ela vive entrando e saindo do hospital. O que está havendo? Eu odeio ser a última a saber das coisas que acontecem na minha família.

Respirei fundo.

— Então querida, a mamãe está... ela está bem, só está... passando por alguns pequenos problemas. Nada com que você tenha que esquentar sua cabecinha, okay?

Deitou a cabeça no meu ombro.

— Okay.

— Você vai ficar bem?

Balançou a cabeça em um sim.

— Ótimo!

Abracei-a, beijando o topo de sua cabeça. A última vez que fiz àquilo com minha filha, ela tinha 3 anos de idade. Achei que seria uma coisa difícil tentar aproximação com a Cass. Eu estava errado. Infelizmente teve que acontecer uma coisa dessas pra gente se unir.

Me levantei e fui até a porta.

— Filha...

Me virei. Aquela era a primeira vez que a chamava de filha em voz alta.

— Papai te ama, tá?

Ela deu um sorriso de orelha a orelha.

— Também te amo, pai.

Abri a porta e sai do cômodo.

— Isso foi lindo!

Atrás da porta, escutando tudo, estavam a Giovana e o Cristian.

— Eu que sou tio tenho mais afinidade com ela do que você que é pai. Ainda bem que você está tentando mudar isso, irmão.

Tocou meu ombro.

— Mas tem que melhorar pra não soar forçado ou estranho pra você.

Giovana me aconselhou.

— Parem de se intrometerem e me digam como ela está.

É, parece que uma parte do Sebastiã insensível e amargurado ainda vivia dentro de mim.

— No momento, o melhor remédio é ela descansar. Será bom se a mesma dormir o dia inteiro hoje, pra amanhã já ter se recuperado por completo.

Ditou Giovana.

— Tem um garoto que entrou recentemente dizendo ser filho da Ângela. O nome dele é CJ e eu tenho quase certeza que foi o pivetinho quem fez isso.

— Como assim a Ângela teve um filho? Com quem?

Perguntou Cristian, curioso e perplexo.

— Ainda não sabemos. Eu preciso conversar com o Bartolomeu pra tirar isso a limpo.

— Ah, se ele tiver tido algum contato com o nosso irmão, estará claro porque ele é doido de pedra.

Continuou o meu irmão.

— E cadê esse garoto agora?

Perguntou a Gio.

— Eu sei lá. Na hora que o circo tava pegando fogo, ele estava na primeira fila da platéia. Agora que estamos a procura do incendiário, o capetinha sai vazado.

— Por que acha que ele tem culpa?

Ela quis saber.

— Só estavam os dois aqui. A Elisabeth nunca fez isso, daí ele surge e de repente esse tipo de coisa acontece!? Meio suspeito, não acham? Esse garoto é muito misterioso e com certeza esconde algo. Vou fazer questão de desmascara-lo.

— E pra fazer isso, você precisará aliar-se ao seu inimigo.

Cristian debochou.

— Como assim?

O questionei, não entendendo.

— Já entendi tudo e acho que o Cristian tem razão. Ele pode ajudar.

— Do que estão falando?

Os questionei, confuso.

— Você não pode perguntar diretamente pra Elisabeth. Ela agora só sabe defender e proteger esse tal de CJ.

— Aonde é que vocês querem chegar?

— Por que será que tem sempre que ter um lerdinho no meio?

Cristian bagunçou os meus cabelos. Peguei seu braço e torci o mesmo, fazendo ele reclamar de dor.

— Tá bom, cara. Desculpa. Não precisa partir pra violência.

— Devia ter te matado no berço quando tive oportunidade.

Como eu disse, o velho Sebastiã não tinha ido totalmente embora.

— Quantos anos vocês têm, hein? Cinco? Cresçam!



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O livro está em reta final .

Leiam com atenção

Um abraço!

CRISTIAN- MÁFIA MONTANARI [L3]Irmãos Da Máfia 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora