Capítulo 16

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01:08

Sebastiã Montanari

— Eai, conversou com ele?

Perguntei ao ver a Elisabeth voltando pro quarto.

— Sim, conversei. Ele disse que estava a procura da mãe e... nossa, foi difícil revelar que ela já havia partido dessa pra melhor.

Se sentou na cama e puxou as cobertas.

— Como ele ficou todo esse tempo sem saber que a mãe estava morta?

— Bom... a Ângela cortou completamente contato com todos que conhecia quando decidiu se tornar uma stripper e se juntar com o Bartolomeu.

— Mas até com o filho?

— Você quem devia ter ido lá conversar com ele.

— E por que eu?

— Você é a pessoa mais próxima que ele tem de um tio, certo?

— Eu mal cuido da minha filha, vou cuidar do filho dos outros também? Já basta o meu irmão que é maluco, agora descubro que ele "procriou."

— Chega a ser assustador, né? Uma criança vinda de uma mãe suicida e um padrasto, por assim dizer, assassino e com sérios problemas mentais.

— Não fala uma coisa dessas. Me faz querer esse moleque fora daqui. Vai que ele decide seguir os mesmos passos. Sabe o que devíamos fazer? Um teste de DNA.

— Pra quê? Ninguém chegaria aqui, dizendo "ah, eu sou filho de fulano" quando não é.

— Querida, uma das coisas que eu aprendi nessa vida é que você deve confiar em poucos e desconfiar de todos. Não sabemos nada a respeito desse menino e você já foi o colocando para dentro de casa.

— Se queremos conhecê-lo melhor, é mais fácil chegar nele e perguntar do que pedir um fio de cabelo ou uma pitada da saliva.

— Você é tão ingênua...

— Ele é só um garoto assustado que não tinha mais pra onde ir. Eu disse pra ele que podia ficar alguns dias.

— Ficou doida? Sem me consultar?

— O orfanato é meu, não nosso. E outra, eu também não conhecia nenhuma das crianças que moram aqui, mas com o tempo aprendi a amá-las e hoje considero todas parte da minha família.

— Pelo menos me prometa que será dura com esse rapaz. Ele já é de maior, bote ele pra trabalhar.

— Com licença pessoal, só vim dizer boa noite e... agradecer por me deixarem ficar.

CJ deu uma batida e abriu a porta do quarto.

— Oh garoto, as pessoas educadas batem primeiro, esperam pela permissão e depois entram.

— Não foi nada, CJ.

Elisabeth me deu um tapa no braço, na intenção de me silenciar.

— Tenha uma boa noite também.

Ele sorriu, tirando a cara do vão da porta.

— Viu só? Ele estava escutando nossa conversa.

— Chega de paranoia. O garoto acabou de chegar, pare de pegar tanto no pé dele.

— Eu estou te dizendo, Beth. Não podemos dar voto de confiança. Tudo e qualquer pessoa relacionada ao Bartolomeu, seja lá qual for o tipo de ligação, eu não confio.

— Boa noite, Sebastiã.

Elisabeth deitou com a cabeça no travesseiro e apagou o abajur, fechando os olhos.

— Me ignora mesmo. Não vou me cansar de falar "eu te disse" pro resto das nossas vidas quando ele te der uma rasteira.

***

No dia seguinte...

— Bom dia pra todos.

Cheguei na cozinha, encontrando as crianças tomando café da manhã enquanto o CJ arrumava o lanche deles. Todos retribuíram, me cumprimentando educadamente.

— Eu só vim preparar o café da manhã da Elisabeth.

Comecei a vasculhar os armários.

— Precisamos fazer compras...

— Não é mais o tio Gabriel que vai cuidar da mamãe?

Marvin perguntou, tentando lamber o danone do canto da boca.

— Não, porque eu estou aqui agora -sorri pra ele-

— Ele foi embora igual ao tio Ritchie?

— Quem são o tio Gabriel e o tio Ritchie?

CJ perguntou, interessado.

— Ninguém.

Eu respondi, rude.

— São os ex's da Elisabeth.

Stella respondeu, me fazendo fuzilá-la com os olhos.

— Ah, sim. Tenho certeza que nenhum deles chega aos pés do Sebastiã. Bom, todo mundo já terminou de tomar café? Precisamos ir logo antes que vocês se atrasem.

— Vão pra onde?

Eu questionei o CJ.

— Pra escola. O CJ vai levar a gente.

Disse a Cass, se levantando da cadeira.

— Ah, eu não sei não. Não me leve a mal CJ, mas acho que a Elisabeth não concordaria com isso. É que você acabou de chegar, nem sabemos se tem carteira e...

— Qual é, Sebastiã! Tô de fazendo um favor. Hoje tem jogo na TV, você pode assistir de boa. Eu levo as crianças, volto, limpo a casa e a Elisabeth não vai desconfiar de nada. Palavra de honra.

Levou a mão ao peito. Na mesma hora, me lembrei da conversa que tive com a Beth ontem a noite sobre parar de pegar no pé dele e tentar compreendê-lo.

— Tá bom, mas volta logo. A Elisabeth ainda não pode andar. É minha responsabilidade levar as crianças, se ela ver que foi você quem saiu com eles, vai ficar zangada.

— Okay, deixa comigo. Todos a bordo, pessoal.

Pegou a chave da minivan e foi pra fora junto com os outros. Olhei para o lado do fogão e vi que tinha uma bandeja de café da manhã preparado.

— É, acho que eu estava enganado em relação a ele.

Peguei a bandeja e subi de volta pro quarto.

— Aw amor, assim eu vou ficar mal acostumada.

A coloquei sobre o seu colo e lhe dei um beijo.

— Cadê as crianças?

— Já as levei pra escola.

— Sério? Tão rápido!

— Tinha que voltar correndo pra você.

Me sentei ao seu lado.

— E o CJ?

— Lá embaixo, assistindo televisão. Sabe, tô começando a gostar desse garoto.

— Eu te disse.


*****"

Kkkkkkkk mano sebastiã é muito FDP

Eai confiam no Cj?

CRISTIAN- MÁFIA MONTANARI [L3]Irmãos Da Máfia 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora