Sebastiã Montanari
- Cuidado! Isso, assim! Devagarinho.
Entrei para dentro de casa com a Elisabeth se apoiando em mim. Ela conseguia andar normalmente, mas ainda sim reclamava de dor.
- Pelo menos agora acabou de vez.
- É, e que isso te sirva de lição para nunca mais fazer algo sem antes pensar nas possíveis consequências.
A levei para o quarto e coloquei-a deitada na cama.
- Precisa de alguma coisa, amor?
- Não, obrigada.
- Vou deixar a porta aberta caso você grite.
Caminhei até a saída.
- Meu bem...
Olhei rapidamente para trás.
- Que foi?
Sentei-me na cama e me curvei sobre ela, sentindo seus lábios em um beijo carinhoso.
- Eu não quero mais brigar.
- Está dizendo isso com medo deu colocar algo na sua comida enquanto estiver cuidando de você?
- O que? Não, seu maluco! Estou dizendo isso porque... nós vamos nos casar.
- Será o período das nossas vidas onde mais iremos brigar.
- Tô falando sério.
- Tá, desculpa.
Lhe dei um selinho.
- Também detesto quando discutimos.
- Me promete que essa foi a última vez que brigamos?
- Prometo. E você promete que sempre que tivermos um problema, resolveremos com sexo, sem discussão?
- Qualquer tipo de problema?
- É. Imagina "nossa, nós não pagamos a conta de luz esse mês. Vão cortar. Legal, bora transar? Para não gastar mais, podemos fazer no escuro".
Ela gargalhou.
- Você não vale nada.
- Mas você gosta. Eai, promete ou não.
- Prometo. Em falando isso, eu também prometo te recompensar por tudo com uma noite bem selvagem. Espera só até eu melhorar.
Alisou os meus braços e mordeu o lábio.
- Antes que você vá atrás de outra para se aliviar.
Deu uma risadinha enquanto eu ficava sério. Não teve como eu não me recordar da Drica.
- Descanse.
Lhe-dei um beijo na testa e sai do cômodo. Em seguida, fui direto para o quarto da Cass e passei a procurar pelo seu notebook.
Eu ainda tinha lá minhas dúvidas e desconfianças em relação ao CJ. Por isso estava disposto a fazer de tudo para manter todos daquela casa em segurança. Estava seguindo o velho ditado do meu pai "proteger o que é nosso".
Comecei uma transação online com um amigo meu para negociarmos uma arma. Ninguém podia saber daquilo, eu terei que ser discreto e se tudo desse certo, teria que deixar aquela belezinha bem escondida.
- Sebastiã... não me diga que você é do tipo que vasculha o perfil da sua filha nas redes sociais.
Ah, aquela voz...
- CJ...
Fechei a tampa do notebook.
- Achei que tivesse se mandado.
Me virei pra porta, o vendo encostado no batente.
- Senti saudades e resolvi voltar. Também sentiu minha falta?
Aquele sorriso sarcástico e aquela pose de "eu que sei" já estava começando a me irritar.
- Por que sumiu por tanto tempo?
- Vou levar isso como um sim.
- Onde você estava?
Me aproximei dele.
- Por aí, dando um passeio.
- Eu já saquei a sua, garoto. A Elisabeth até pode ser bobinha por cair nessa sua conversa, mas eu... eu você não engana.
- Sério?
Levantou a sobrancelha.
- A cada dia que se passa, eu vou criando mais e mais ranço de você, moleque.
Continuei chegando perto dele, que parecia não se sentir ameaçado.
- Você tem que parar com essa obsessão comigo... Seba.
- Eu quero que saia daqui. Não sei por onde esteve, o que fez, muito menos porque voltou, mas você vai deixar dessa casa ainda hoje.
- Não pode me expulsar. Eu sou praticamente um órfão.
Disse uma vozinha fina, me olhando com grandes olhos piscando e fazendo beicinho, como se fosse uma criança.
- A Elisabeth me acolheu e eu só vou embora quando ela me mandar embora.
- Escuta aqui...
Peguei ele pelo pescoço e o prensei contra a parede.
- Eu estou no comando agora e você vai embora por bem ou por mal.
- Talvez a... a Elisabeth vá gostar... d-de saber que você... v-voltou a ativa.
- Como é que é?
Fui fechando a mãos aos poucos.
- Eu vi você... fa-fazendo esquemas sujos na internet. C-com... comprando uma arma.
- Acreditaria se eu dissesse que era pra usar em você?
- A-aposto que a Elisabeth não sabe disso... e... e iria te mandar cascar daqui quando descobrisse... q-que você... colocou uma arma dentro da casa, com os filhos dela dentro.
Tentou tirar minhas mãos do seu pescoço.
- Está me ameaçando? Você sabe quem eu sou?
Ele começou a fechar os olhos e a perder as forças. Ai, que vontade que eu tive de continuar a prender sua respiração até ele não saber mais o próprio nome.
- Mas que droga!
O soltei, fazendo com que ele caísse no chão com falta de ar.
- Foi bom fazer negócio com você.
Tossiu, recuperando o fôlego aos poucos.
- Okay, você fica e não conta nada pra Elisabeth sobre o que viu, entendeu bem?
- Sim, senhor.
Se levantou, alisando o pescoço.
- E é melhor ficar bem longe de mim e de todos aqui, ouviu?
Passei por ele, esbarrando em seu ombro propositadamente. Enquanto eu descia as escadas, fiz questão de parar para ouvir.
"- CJ, você voltou! Onde estava?"
"- Desculpa não ter dado notícias, Beth. Eu senti que estava sendo um incômodo aqui e decidi dar um tempo pra vocês."
"- Ah, querido. Imagina. Você sempre será bem-vindo."
"- Não sei o que faria sem você. Obrigada por tudo."
- Hipócrita, nojentinho.
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CRISTIAN- MÁFIA MONTANARI [L3]Irmãos Da Máfia 2018
ChickLit• completo × livro 3 Para entender este livro é necessário ler Sebastiã e Bartolomeu Erros ortográficos como sempre Mas quando concluirmos os 3 livros entraram em Revisão Plágio é crime E blá blá blá Você sabe não copie crie