Capítulo 15

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Sebastiã Montanari

9:45 AM

Lá estava eu, de terno preto e óculos escuros na cara, vendo o caixão onde minha mãe estava dentro, sendo colocado para debaixo da terra. Giovana chorava no colo do Cristian e limpava suas lágrimas com um lencinho. Do outro lado estava o Bartolomeu, com as mãos algemadas e usando o famoso uniforme laranja.

Mal o olhávamos durante a cerimônia, já ele não parou de nos encarar, com um olhar frio e impiedoso. Havia bastante gente no funeral, amigos e parentes que se disponibilizaram para nos dar os pêsames.

Quando estávamos para ir embora, Bartolomeu fez questão de passar perto de mim e balançar as correntes das algemas que o prendia pelas mãos e pelos pés. Qualquer um teria esbarrado no ombro, mas como ele tinha uma cicatriz profunda...da minha arma, não dá pra imaginar que passou 11 anos.

Obviamente ele ainda guardava mágoas por eu tê-lo posto na cadeia.

Na hora de partimos, Giovana comprou passagens com os mesmos horários para nós três, o que veio a dar certo deu ir junto com eles dessa vez. Nos despedimos de todos e fomos para o aeroporto.

***

— Pessoal, voltei.

Disse assim que cheguei em casa. Coloquei minhas malas no chão da sala e olhei tudo envolta.

— Oi, pai.

Cass passou por mim enquanto mexia no celular. Me deu um beijo na bochecha e foi pra cozinha.

— Eu nunca vou me acostumar com isso...

Disse pra mim mesmo.

— Olha ela aí!

Abri um sorriso ao ver a Elisabeth descendo as escadas com a ajuda do Robert.

— Como é que você tá, minha gata?

Fui até ela e a abracei, não com muita força, pela cintura, afundando meu rosto na curva do seu pescoço e sentindo seu cheiro. É fato, quando o cara faz uma burrada e depois pensa na mulher, ele volta correndo para os braços dela, todo carinhoso.

— Nossa! O que deu em você?

Estranhou.

— Nada. Só senti sua falta. Fiquei me punindo a maior parte do tempo por não ter ficado ao seu lado nesse momento tão... delicado.

— Tá tudo bem. Eu recebi alta do hospital, já estou em casa e o Gabriel ficou de olho em mim, como o prometido.

A levei para o sofá e o Robert foi para o quintal.

— Ah, que legal!

Revirei os olhos.

— Calma, tá? Eu o perdoei, mas não esqueci o que ele fez comigo.

— Ele tentou alguma coisa?

— Não, ele foi super atencioso. Mas sinto que toda vez que eu o encaro, ele parece ter um olhar de tristeza, sei lá. Acho que é porque ele sente falta de ter algo sério com alguém.

— Ele sente falta é de você. Tá arrependido de ter te traído.

— Pode ser também. Sabia que ele e a Erin se separaram?

— Não. Gente, que bafo!

Ela gargalhou.

— Me conta mais, miga.

Afinei a voz.

— Para! Você sabe que eu não posso rir.

— Se quer saber, eu tô pouco me lixando pra esses dois.

— Mas me diz aí, como foi de viagem?

Engoli em seco. A coisa que eu mais queria era me esquecer dessa viagem.

— Foi tudo bem. Reencontrei o Downey, a gente conversou bastante. Ele não é mais guarda-costa, agora é segurança da boate.

— É, eu lembro que a Giovana tinha me dito mesmo.

— Nós fomos ao enterro, eu vi o Bartolomeu...

A Elisabeth fez uma careta.

— Ele estava espetacular com aquela roupinha de detento. E depois viemos embora, só isso. E como vocês passaram?

Peguei em sua mão.

— Por aqui também foi tudo tranquilo. O Gabriel me recomendou continuar de repouso, beber muita água e não fazer esforço. As crianças estão levando jeito pra fazer as coisas aqui dentro de casa. Vez ou outra quase põem fogo na cozinha, mas aos poucos elas pegam a manha.

— Que bom! Ahn amor, eu... queria te perguntar uma coisa.

Olhei fundo em seus olhos.

— Já faz um tempo que nós estamos nesse vai e vem e parece que dessa vez é pra dar certo. Finalmente.

Ambos demos uma risadinha.

— Estamos morando juntos agora, somos uma família e eu... não quero perder mais tempo. Tô ficando velho e... vai que o Gabriel te conquista de novo. Nunca se sabe, né.

Tirei uma caixinha de veludo de dentro do bolso do meu casaco.

— Ai meu Deus!

Ela cobriu a boca.

— No caminho pra cá eu passei em uma joalheria e... te comprei isso.

Abri a caixinha, deixando a mostra o anel de brilhantes.

— Sebastiã...

Ela chorava de tão emocionada.

— Elisabeth Morelli...

Fiquei de joelhos.

— Você quer ser Elisabeth Montanari?

Ela balançou a cabeça pra cima e para baixo várias vezes.

— Sim, amor. Eu quero! Esperei tanto por isso.

Me levantei e ela me abraçou, distribuindo vários beijos pela minha bochecha antes de chegar aos meus lábios. Tirei o anel de dentro da caixinha e coloquei em seu dedo.

— Tão bonito...

Ela ficou admirando, com grandes olhos brilhosos. De repente ouvimos a campainha tocar.

— Sério isso?

Reclamei enquanto ia atender a porta.

— Quem será que pode ser?

Elisabeth se perguntou.

— Se for o Gabriel, eu juro que...

Girei a maçaneta.

— Oi. É aqui o orfanato da Elisabeth Morelli?

Era um jovem de aparentemente 18, 19 anos.

— É sim, por que?

— Ela está, por favor?

— O que você quer, garoto?

Perguntei já impaciente. Eu estava no meio de um momento importante e não ia deixar que fosse por água abaixo só por causa de um escoteiro que queria me vender biscoitos.

— Meu nome é CJ. Sou filho da Ângela.

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CARALHO KSKSKKSKSEKEKSKSKSKS

EU SOLTEI A BOMBA E CAI FORA

CRISTIAN- MÁFIA MONTANARI [L3]Irmãos Da Máfia 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora