Capítulo 7

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Elisabeth Morelli

Assim que pousamos o jatinho, já tinha até um carro alugado nos esperando. A chave já estava dentro. Foram quatro horas de voo e eu nem ao menos consegui pregar os olhos ou comer alguma coisa de tão nervosa que estava. Cristian dirigiu até o hotel e nós subimos de elevador.

— Você tá bem?

Ele perguntou enquanto caminhávamos pelo corredor.

— Tô aflita.

Dei uma risadinha. Eu sentia as minhas mãos suando frio e as pernas bambas.

— Normal. Este aqui é o quarto aonde ele está hospedado.

Paramos na porta de número 170.

— E se você estiver errado e ele não quiser me ver? Tô começando a achar que foi um erro ter vindo.

Lhe dei as costas.

— Elisabeth, não. Espera.

Me segurou pelo braço e me fez ficar de frente pra ele.

— Isso não é aflição, nervosismo ou enjoo, é ansiedade. Você quer entrar lá dentro, só não sabe o que irá fazer primeiro, se irá abraçá-lo, se vai beijá-lo, se irá agredi-lo, se irá começar a falar pelos cotovelos.

— Você não avisou que nós viríamos, né?

— Não, quis fazer uma surpresa.

— Bom, já que nós estamos aqui...

Suspirei.

— É assim que se fala! Vou deixar vocês a sós. Qualquer coisa estarei no saguão.

Foi em direção ao elevador, com a intenção de descer e me esperar lá embaixo.

"— Quase pensei que você fosse realmente embora... Agora entra e vê se ele está aí mesmo."

Abri a porta e entrei, a fechando de novo. O quarto era gigantesco e muito bem decorado. Tinha uma vista maravilhosa e tudo se encontrava arrumado, o que era surpreendente para um homem que vivia sozinho.

Ouvi passos e prendi o fôlego, não me aguentando de tensão. Era ele, descalço, com uma tigela de salgadinhos na mão, alguns fios de barba por fazer, os cabelos bagunçados e usando apenas uma cueca boxer preta. Ele estava do mesmo jeitinho... Seu corpo todo tatuado a mostra e seus incríveis olhos azuis vidrados, me encarando sem acreditar.

— Elisabeth?

— Sebastiã!

— O-o que faz aqui?

Se aproximou, deixando a tigela encima da mesinha de centro.

— O Cristian me trouxe. Eu... eu vim ver você.

Ele abriu um sorriso de orelha a orelha, correndo até mim e me pegando pela cintura.

— Como você fez falta!!!

Levei minhas mãos até a sua nuca e o puxei para um beijo.

"— O pássaro está no ninho. Repito, o pássaro está no ninho. Vão, vão, vão!"

De repente eu comecei a chorar e virei meu rosto.

— Que foi?

Soltou uma risadinha.

— Eu não beijo tão bem quanto antes ou é muita emoção pra você?

Acariciou os meus cabelos.

— Me desculpa.

Toquei seu rosto e ele, um tanto confuso, limpou minhas lágrimas.

— Pelo o que? Por que tá chorando?

— SE AFASTA DA MOÇA. MÃOS NA CABEÇA AGORA!

Policiais chegaram eufóricos, arrombando a porta.

— O que... O que está havendo? Como entraram aqui?

Obedeceu, dando alguns passos para longe de mim.

— Bom trabalho, Beth.

Cristina chegou no quarto, com um sorriso vitorioso nos lábios.

— Olá, Sebastiã. Também sentiu minha falta?

— Cristina? V-você estava trabalhando pra Cristina?

— Sebastiã, eu sinto muito. Ela me obrigou. Eu não queria que...

— Sim, ela estava. Deixa que eu faço isso.

Foi para trás do Sebastiã e empurrou o policial que já estava fazendo o seu trabalho, querendo ter o prestígio de algema-lo.

— Não sabe o quanto isso é gratificante e prazeroso pra mim. Um dia por cima, outro dia por baixo. Que ironia do destino, não?

Sussurrou no ouvido dele.

— Sebastiã Montanari, você está preso pelo assassinato de Vagner Montanari.

— O que?

— Você tem o direito de permanecer calado. Tudo o que disser pode e será usado contra você no tribunal. Você tem direito a um advogado. Se não puder pagar por um, terá um defensor público. Você entendeu os direitos que eu acabei de ditar?

— Eu não matei o meu tio.

— Você entendeu os direitos que eu acabei de ditar?

Ele bufou, achando não ter outra escolha a não ser responder e se entregar.

— Sim.

— Ótimo.

O levou até a porta.

Durante toda a ação, eu o fitei com os olhos, já ele nem olhava na minha cara. Encostado na porta estava o Cristian, balançando a cabeça em um não, incrédulo e completamente arrependido.

"— Desce, Elisabeth. Você virá conosco. Poderá ter que depor contra o culpado. Vai esclarecer tudo ao juiz sobre o que você passava quando ainda trabalhava na boate. Os mals tratos, o abuso..."

— Não acredito que você foi capaz disso. Eu confiei em você.

Cristian me repreendeu, aproximando-se de mim.

— Não era minha intenção.

Passei correndo, com os olhos cheios de água e envergonhada de mim mesma.

******

É cada burrada que meu deus

CARALHO BETH

COMENTEM MUITO
QUE POSTO O PRÓXIMO CAPÍTULO... TÁ PRONTINHO AQ

CRISTIAN- MÁFIA MONTANARI [L3]Irmãos Da Máfia 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora