Capítulo 9 - Som do Comando

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Zerk jogou três Magos inimigos contra o chão, dentro da Grande Casa, na Escola de Prosna, dos Magos de Fogo. O Orc gargalhava mostrando seus músculos para cada um dos subordinados de Shita Prosna, mas cada um deles estava mais chocado com a aparência e com seus laços.

A grande parede de músculos verde respondia a quase todas os comandos de Orion Baker, e mesmo assim, era o Humano quem o chamava de mestre. No final, ouviam excelências um ao outro com mais frequência do que estavam acostumados.

Visto que assistiram como Zerk derrubou e cortou a cabeça do gigante que liderava o ataque no limiar entre Chifre Ondulado e Amod, não questionaram sua estadia. Era mais do que suficiente para confirmar de que lado ele estava.

Shita era o mais desgastado de toda batalha. Mesmo sendo um grande Mestre e também o líder da Escola, sua mana foi gasta das mais diversas formas. Muitos dos seus Magos foram salvos por suas magias, e por pouco não foi morto.

Estava com a cara suja de terra e sangue seco, seu manto avermelhado estava cheio de furos, e cortes se estendiam pelo peitoral. Quase duas horas depois da luta, sua respiração ainda era pesada. Quem cuidava de seu pai era Ryandel, o jovem mostrara suas habilidades na batalha, sendo tão feroz que amedrontava a maior parte dos inimigos.

Seu estilo variado era a faca que a antiga geração de Magos odiava. Como diziam os mais velhos, aquele que progride criando ramificações de seu estilo está fadado a ser menos reconhecido, porém, mais forte.

– O que fazemos com esses, senhor? – O Orc se esticava, já entediado. – Não acho que queiram lutar contra mim. Podemos tentar arrancar alguma força para apostarmos quem consegue fazer eles lutar. Que tal?

– Eles são valorosos demais para morrer tão cedo – Orion o respondeu. – Fallus está voltando com Leonardo, um Elfo, ele vai fazer eles falarem.

O animo de Zerk foi nas alturas, ele apertou os punhos, ansioso.

– Um Elfo? Ele gosta de lutar? Que tal eu mostrar uma ou duas magias para que você copie, senhor? Me dá uma chance com o Elfo?

Aos poucos, Orion entendia muito bem a natureza do seu mais novo companheiro. Ele era sábio nas palavras, mas seu instinto era de guerreiro. Estava fadado a caminhar no sangue mesmo se não fosse preciso.

Estava procurando seu irmão, mas Orion duvidava que Zerk andou até Hemilyn e voltara apenas por isso. Ele queria lutar contra qualquer coisa que se mexia ou tinha nome. Era uma face de dois gumes.

Seus pensamentos foram interrompidos quando Magion entrou correndo. A mulher se debruçou em cima do próprio pai, tocando sua face e procurando ferimentos por todo canto. O homem sorrira para ela, mas negara tudo.

Era a primeira vez que Magion demonstrara uma face além da arrogante habitual. Embora Orion não achara que ela fosse fria como aparentava, também sabia que sua atitude não era apenas por transparência.

Um líder temido era mais forte do que um amado. Assim devia ser, pelo menos.

– Você – o dedo de Magion apontava para Orion, como uma faca mirada ao inimigo. – Desde que chegou aqui, a cidade vem decaindo, pouco a pouco. E agora, traz uma abominação para dentro de minha casa. Eu deveria mandar matá-lo.

Zerk olhou para Orion e depois para ela, sem entender nada.

– Posso atacar ela?

– Não. – Orion suspirara. A ideia de Zerk não era ruim, mas não ansiava por uma morte precoce de uma mulher que sequer era Mestre de uma Escola ainda. Se contentaria com o vocábulo. – Magion, não é? Seu pai voltou de uma batalha longa, e creio que deva receber os melhores cuidados médicos. Leonardo está voltando da Escola de Raidem, ele poderá ajud-

Passos Arcanos: Sombras do LesteOnde histórias criam vida. Descubra agora