Capítulo 17 - Descanso Quase Eterno

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Orion abrira a porta de seu quarto, sendo o primeiro a sair, porém, o segundo a acordar.

Mina estava sentada na mesa de centro recheada de papiros ao redor, criando e desenhando símbolos alternados. Mexia o pulso com facilidade, dedicando boa parte aos limites impostos por cada uma das letras ou números.

Era um trabalho demorado e deveria ser preciso. Vendo a menina escrever de maneira tão natural, lembrou-se de quando praticava em casa, dedilhando cada símbolo e gravando como se fosse seu próprio nome. Era a parte mais divertida.

Várias das vezes, seu pai acabava perdendo os jogos simbolistas. Cada um dos dois deveria mostrar um símbolo e o outro falaria seu significado e uso. Era a maneira mais fácil de praticar e levava ambos as partes a rir.

Dias e mais dias com Oliver fizeram Orion o perito em símbolos e runas. Observar uma pequena garota com o mesmo entusiasmo que ele tinha quando pequeno o enchia de orgulho. Uma geração a mais iria procurar meios de evoluir o Arcanismo.

Ao se sentar na cadeira ao lado dela, Mina demorou alguns segundos para saber que estava sendo observava com tanta cautela. Levou um susto que a fez largar o lápis, bruscamente.

– Senhor Orion – ela disse, juntando as mãos perto das pernas, abaixando a cabeça. – Eu não o vi se aproximar. Me desculpe.

– Eu quem deveria pedir desculpa, não se preocupe com isso. – Com um arrastar de olhos pelo papel desenhado, Orion reconheceu o símbolo. – Vejo que está trabalhando em compressão de ligamentos.

– Sim, senhor. – Ao virar-se para o papel, um único simbolo estava desenhado. – Mas, como sabe tudo isso? Só tem esse pequeno 'Rebelo' desenhado.

– É um símbolo de ligamento, e os outros estão todos desenhados com ligamentos diversificados, para purificação, alinhamento, diluição. Está tentando melhorar algum tipo de ligamento primário entre símbolos, mas... não está progredindo muito bem.

– Não mesmo. As partes energéticas perdem força sempre que passam pelos símbolos. Os ligamentos que estou criando seriam imparciais, iriam apenas liberar a carga necessária e seguir adiante. – Ela debruçou o braço na mesa, pondo a bochecha na mão, ainda olhando para os papéis. – Vovó Abba disse que se eu conseguir fazer algo desse tipo, posso arrecadar dinheiro com panteamento com o Conselho dos Doze.

– Seria bem inovador achar uma carga que fizesse isso. – Orion olhou para o restante dos papéis espalhados, mas não achava o livro que procurava. – Estranho. Você não possui o primeiro Volume de Arcanismo Comum?

– Não.

– E como tem treinado todo esse tempo? – Perguntou ele, um pouco confuso.

– Apenas lendo os pergaminhos que a vovó recebe. Sempre que chegam, eu estudo muito. Por isso, conheço o senhor. Aqui – ela pegou um dos artigos mais distante, no centro da mesa, e entregou para Orion. – É seu. Ganhei de presente quando completei meus nove anos, ainda estou tentando entender.

Orion ficara um pouco atordoado. Sem uma base para medir seus cálculos ou experimentos, uma runa ou símbolo não teria precisão ou posição correta para fazer efeito. Ela estava apenas estudando com pontas soltas, mesmo assim, seu progresso estava além do que um aluno de Primeiro Núcleo conseguiria.

O artigo de sua autoria era Calamidade Energética, onde o assunto principal eram as correntes elétricas em diversos materiais diferentes, com uma porcentagem de liberação distinta para cada um.

Uma das páginas estava marcada com um lápis, e ao dar uma olhada, ficou ainda mais surpreso. Mina estava estudando os fundamentos da Escola de Eletricidade, sem saber como eles funcionavam.

Passos Arcanos: Sombras do LesteOnde histórias criam vida. Descubra agora