Capítulo 20 - A Curta Batalha Final

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O Sol Estelar brilhava com força. Sua mana estava sendo absorvida por Orion, que de costas, abrira os poros de seu corpo, organizando a mana latente e liberando em uma forma muito mais refinada. Como não poderia fazer com o braço por demorar demais, deixara que a marca se espalhasse, mesmo que isso significasse selar uma parte de seu corpo por muito tempo.

O Sol Negro escurecia qualquer luz que se aproximasse, metade da face de Orion estava contagiada pelo breu, e a outra metade liberava pulsos de mana tão limpas que parecia ser mana do ar e da terra.

– Quando os humanos sugam a mana, as impurezas que estão acumuladas em seus corpos a fazem com que se sujem de diversas vezes – Orion liberou uma remessa ainda maior para o círculo ao redor, o deixando mais forte do que antes. – O corpo humano não pode refinar, mas essa runa que criei pode exemplificar a contração das impurezas e também de purificação.

– Eu ficaria chocado com essa informação, mas eu acabei de saber que você é a porra do Sol Negro – Tarot gargalhou. – É o Sol Negro mesmo. Tem ideia de quão importante você é, moleque? Eu vou arranjar um lugar no Festival do Saber mesmo que eu não consiga voltar minha forma normal.

– Não – Orion imprensou a mana e a liberou em fragmentos, absorvidos pela runa e Himeru. – Jurei que traria seu corpo de volta ao normal. É o que vou fazer.

Doía e muito. A coluna de Orion, seus pulmões, as costelas, pareciam que iam rasgar, quebrar e cair em pedaços. Era tanta energia sendo sugada para dentro de si que estava cada vez mais ficando sobrecarregado.

Poderia utilizar metade do corpo para fazer a purificação, mas o resultado era uma contração celular esmagadora. Sentia que metade do seu corpo ia se desfazer, mas a outra metade soprava vida por cima, o mantendo.

Uma linha entre a vida e morte.

E com um transe, os olhos de Orion se fecharam completamente.

– Merda, o que aconteceu com ele? – Tarot gritou, desesperado. – Ele está dormindo.

– É a mana. Eu sinto pouco, mas é uma dormência, senhor – Himeru tocava o ombro de Tarot, liberando a mana refinada para o corpo dele. A pressão que estava sentindo era pequena, ele imagina como Orion estava lidando com tanta energia ao mesmo tempo.

Uma pessoa normal tinha um limite de quanto mana poderia absorver, mas Orion parecia extrapolar esse limite só respirando. Era como se seu pulmão sugasse tudo o que tinha ao redor e jogasse uma pequena parte para fora.

Himeru temia por ele não conseguir aguentar, mas até aquele momento, era como ver uma criatura que era feito da própria mana. Era como ver uma antiga familiar, muitos anos quando estava em casa.

– Himeru Lou Baker – sua irmã gêmea o advertia, com uma cara séria. – Eu disse que não era para usar essa magia nos Vidian. Agora, o papai vai ter que falar com todos eles.

– Deixa aquele velho lá, ele só sabe mexer com esses papeis.

O rosto da mulher evoluía, ponta por ponta. A mana mudava sua face, e de repente, ela sumira. Himeru tentou esticar a mão, mas a perdeu em poeira.

– Não... Volte.

Orion assistia a Himeru, mesmo que ele não soubesse. Via a mulher sumir, e o rosto de um homem surgir. Estavam em um funeral, nas Caldeiras.

– Nunca nos esqueceremos de você.

Ao olhar ao redor, Oliver, seu pai, estava parado, com um pequeno garoto no colo e um outro, de dez anos, ao seu lado. Estavam parados, e Oliver fazia uma reverência formal.

Passos Arcanos: Sombras do LesteOnde histórias criam vida. Descubra agora