Passos Arcanos: Sombras do Leste

Capítulo 15 - Poder Latente de um Guerreiro com Fúria

– O que está fazendo, seu idiota? - Leo gritou, ainda nervoso, para Zerk. O Orc estava caído no chão depois de receber um golpe direto no peito. A criatura feita de pedra que se erguia diante os dois era tão surreal que sua mana destorcia até o solo. – Aquele desgraçado, como ele conseguiu fazer isso?

Acima do corpo gigante de terra, um homem velho, segurava seu cajado. Ele o balançava de um lado para o outro, junto de sua grande barba avermelhada e um capuz negro sobre a cabeça. Ainda que estivesse usando sua própria magia, aquele cajado não era dele.

– Ora, ora. Bem que me disseram que o cajado do tal Baker era surpreendente. Isso me pertence agora, não que eu goste de matar meus próprios camaradas humanos, mas vocês estão no caminho, e ele pediu que eu viesse.

Leonardo praguejou, mas estava sozinho contra a imensa magia que parecia crescer ainda mais. O poder esmagador de um Mago de Pedra parecia não ter fim, e agora, com a nova carga de um item mágico, ele estava quase invencível.

– Alias, eu não sabia que o tal Baker estivesse tão longe? Onde ele está, no final das contas?

Péssima hora para ter saído, péssima hora.

– Parece que o golpe foi um pouco repentino. – Zerk se levantou, esticando os dois braços. Seu peito sequer estava ferido, mas o velho e Leonardo viram-no ser acertado. – Foi um golpe e tanto. Mas, senhor Orion vem me testando dia a dia desde que saímos de Chifre Ondulado. Eu estou em um nível diferente.

O som agudo produzido pelo corpo de Zerk lançou uma camada de poeira para cima, girando a sua volta. Ele puxou seu machado das costas e seus músculos trincaram com o aperto a arma.

– Ele me deu uma missão, uma na qual não irei falhar. – Ao segurar o machado para trás, pressentiu o movimento inimigo. – Não precisa se acovardar, eu sou Zerk Yui, Senhor das Armas do Vilarejo Yui. Samar: Esquerdo de Yui.

A magia liberada fez o corte sumir antes mesmo de ser liberado. O velho segurava o cajado em um momento, e em outro, não sentia o membro direito. Seus olhos se arregalaram ao sentir sua pressão cair, a dor o golpeou com força.

Não somente seu braço, o risco da magia cortou o imenso guardião de terra ao meio, na vertical. Ele se desfez em segundos e o velho caiu. Leonardo não esperava que a força dos dois fosse tão absurda, mas esse não era o seu jogo, nunca fora.

Batalhas diretas eram uma maneira de disputar quem era mais forte, quando seu intuito era desvendar a mente por trás dos golpes. Suas habilidades eram indiretas, e respirou levemente ao ver Zerk vitorioso.

– Agradeço, Leo – O Orc disse com um sorriso largo. – Foi pelo seu plano que ele perdeu.

O velho estava se arrastando pelo chão, seu braço bom esticado na direção do único objeto que poderia salvá-lo. Ainda assim, quando se aproximou ainda mais, o cajado começou a desaparecer, pouco a pouco, em fragmentos.

– O quê?!

– Finalmente – Leonardo mostrou seu sorriso monstruoso. – Eu estava mesmo achando que você era apenas um estúpido, mas nunca esperei que fosse tanto.

O velho teve as costas pisada por Zerk, quase afundando no chão. Leonardo agachou bem na frente do desesperado homem, sorrindo.

– Os Humanos ainda carregam uma vontade de obsessão tão ridícula que ficam cegos. Está tão abismado que perdeu o controle de sua própria magia, acreditando que estava sendo revolvido pelo poder do cajado sumona, não é?

– O que... você fez?

– Acha que conseguiria pegar um objeto tão valioso assim apenas por não estarmos vendo você escondido debaixo do solo. Sua magia é estranha e eficiente, mas nós sentimos o seu cheiro, sentimos seu fedor quase milhas de distância daqui. – Leonardo tocou a testa do velho, fazendo uma energia escura descer e transbordar na pele dele. – Esteve nas nossas mãos a todo momento, seu miserável.