5 - União

3 2 0
                                    

Quando o dia seguinte chegou, todos os veículos de comunicação estavam focados na chegada dos alienígenas. Cada passo, cada movimento, cada palavra era devidamente filtrada pelo porta-voz da ONU, e em seguida divulgada para a população, que ansiavam por toda e qualquer informação que pudesse elucidar a origem e principalmente o motivo dos seres terem invadido o espaço terrestre. As especulações eram muitas, desde que os alienígenas seriam pacíficos, até de que os próprios presidentes dos países eram da mesma raça que eles e agora a dominação mundial começaria. E por essas especulações, quase todos erravam por muito o proposito daqueles estranhos seres ali, mas ainda assim histórias fantasiosas acabavam tornando-se verdade nas mentes desavisadas e pouco informadas do povo mundial e alguns mais fanáticos já reuniam grupos nas portas de embaixadas e em lojas de armamento para se precaverem de um possível ataque. Depois de pousar no mar mediterrâneo, os três Et's imediatamente requisitaram uma reunião com o representante mundial, ficaram surpresos em descobrir que não havia apenas um, mas sim vários, que se dividiam em regiões, tal como o seu planeta, os presidentes, que sem hesitar cancelaram todo o qualquer compromisso, para falar com eles. Havia mais pessoas na sede da ONU do que era possível contar, entre líderes, repórter, população e militares, todos queriam saber o que os visitantes desejavam.

Quando os representantes enfim se encontraram, os três visitantes começaram a falar, porém, foram pouco compreendidos já que, apesar da coincidência de familiaridade entre idiomas, o povo terreno falava diversas línguas, tão distintas entre eles que nem pareciam viver no mesmo planeta.
– Isso é bem idiota. Por que não falar apenas um idioma? – Questionou baixinho Raeb Ap Bjeu para Julwry Up Paehk, que estava ao seu lado, olhando atentamente para tudo ao seu redor.
- Talvez eles sejam primitivos de mais para pensar nisso. – Respondeu ela, sem dar muita importância.
- Isso só serve para nos atrasar mais. Essa viaja já demorou mais do que deveria e agora estamos presos aqui esperando esses minúsculos seres encontrarem um modo de conversar conosco. – A irritação na voz de Raeb era notável e até compreensível, mas Julwry já conhecia seu companheiro e não deu muita bola, a fim de não fazer sua cabeça guerreira ter ideias que jogue fora todo o planejamento da missão. Enquanto os dois estavam ali, Hambrt Ap Jkui por ser o mais novo e entusiasmado com os terrestres davam todo o suporte que ele conseguia para se fazer entender. Somente quando a lua jazia alta no céu esse proposito foi alcançado e finalmente as conversas se iniciaram.

Para a surpresa de ambas as partes, as duas culturas eram bastante semelhantes, apesar da óbvia diferença evolutiva. A linguagem, exceto por algumas palavras, principalmente, e cultura deles se assemelhavam em alguns pontos e isso serviu para que a reunião fluísse de uma maneira muito dinâmica, haja visto que os moradores do pequeno planeta ao redor de Kup , que depois os Dartarianos descobriram se chamar 'Terra' ou 'Terha' como seria chamado no idioma deles, eram bastante curiosos a respeito de política, tecnologia, ciência, arte e religião. Foi um choque de culturas bem diverso que rendeu conversa para horas e horas, com ninguém se importando a respeito de sono. Os visitantes extraplanetários sentiram-se à vontade para provar a gba dos terrestres e viram que era diferente da que provinha de Dartarien, pois havia junto sais minerais que davam um sabor exótico e delicioso para aquela substancia importante. A comida também era bastante variada.

"É incrível como um povo que vive no mesmo planeta, pode ser tão variado culturalmente. " – Pensou impressionada Julwry, que se deliciava com um prato de nome estranho e sabor adocicado que os anfitriões chamavam de pudim. A consistência daquela substancia era mole e pastosa, mas o sabor adocicado que se assemelhava muito com o famoso Jvko originário do distrito Corkps. Enquanto a Air comia, Raeb resolveu agora fazer suas perguntas e todas relacionadas a armamento e defesa do planeta. Mas o pequeno povo não era tão tolo e impressionável como o líder achava, e pouco revelaram quanto a isso, mas, entretanto, conseguiu informações sobre as armas e ficou impressionado pois se assemelhavam rusticamente com as que eles tinham. Era talvez menos potentes e muito menos inteligentes, mas ainda assim eles estavam no caminho certo. Preferindo dar-lhes o dom da ignorância e falsa superioridade, o Air contou os humanos que eram suas armas eram fracas e serviam basicamente para amedrontar e que os Dartarieanos eram um povo pacifico sem qualquer intenção de atacar.

A conversa durou dias a fio e os três estavam, apesar de um deles não querer revelar, bem animados e empolgados com as descobertas que estavam acontecendo ali, mas apesar disso, eles não estavam num passeio de férias e quando se sentiu confiante, Hambrt resolveu abrir o jogo.
- Queridos terrestres. – Começou ele, com um sotaque carregado e ainda embolado, mas bem compreensível. – Temo que o motivo da minha viagem não seja apenas uma visita informal. – O rapaz mesmo novo era muito bom com as palavras e falava como um diplomata. – Nosso planeta está morrendo.
Todos ali ficaram abismados com a revelação, pois muitos já tinham planos de ir lá para visita-los. Um muxoxo começou pela sala, até que o presidente holandês Jakko Frenken tomou a palavra e perguntou.
- O que podemos fazer por vocês? – Apesar de perguntar em idioma pátrio, ele foi compreendido, graças ao computador que traduzia as palavras de todos ali, indiferente quanto a quem falava.
- Nos esgotamos nossos recursos naturais e agora sofremos as consequências. – O pesar em sua voz foi percebido por todos ali. – Nosso planeta já não consegue mais sobreviver e temo que temos menos de quinhentos anos terrestres.

Novamente a conversação se impôs na sala. Todos falavam ao mesmo tempo, tentando entender o que havia acontecido com Dartarien para tentar resolver os problemas que a própria terra enfrentava. O Alienígena pacientemente contou a história de seu planeta. Ele falava como quem lia um livro sobre o passado e todos ouviam como crianças na biblioteca. O jovem contou sobre como utilizaram os recursos do planeta para construir maquinas e produtos que acabavam voltando para o meio ambiente de maneira negativa, poluindo lagos e mares, desmatando florestas e principalmente poluindo o ar. Diferente da humanidade, os exoplanetarios perceberam que não deveriam desmatar suas florestas mas o consumo predatório já era imponente demais para ser parado e isso culminou num colapso ambiental, onde as aguas límpidas para o consumo, que muitos julgavam ilimitada, tornaram-se escassas e as improprias já estavam tão sujas e corrompidas que não era possível receber o processo. Em seguida o ar, graças as grandes empresas e fabricas, também se tornou improprio.

Todos ali na sala perceberam que essa história estava se repetindo na Terra e se deram conta de que estavam seguindo os passos dos aliens, mesmo se esforçando para o contrário. Sem precisar se alongar muito em sua história, o jovem diplomático conseguiu fazer com que os líderes mundiais o apoiassem, oferecendo em troca, maneiras de produzir energia limpa, ou talvez, menos poluentes que as usadas naquele lugar. Todos os presidentes, em menos de quatro semanas disponibilizaram milhões de cientistas e pensadores para tentar achar uma solução para o planeta vizinho, que ainda não havia sido descoberto por eles, mesmo estando numa estrela a menos de cinco anos-luz de distância. Julwry que de todas era a mais incrédula, finalmente sentiu uma pontada de esperança para a sua amada casa, e sentiu-se feliz por estar ali, fazendo parte disso. Quando a reunião estava encerrada, um estranho e empolgado humano implorou para conversar com ela. Era estranho, mas mesmo assim ela aceitou. Ele se revelou como Johan Burrowes, e fora ele quem teve o primeiro contato com eles quando chegaram. O rapaz era muito educado, mas precisava de um interprete chamado Willians Cave que tremia de medo diante daquele ser quase quarenta centímetros mais alto que ele. Ela, por outro lado estava confiante e ao mesmo tempo amável, pois respeitava militares como aqueles dois corajosos soldados, indiferente do planeta onde eles estavam.

Então, em um quarto militar disponibilizado pelo contado chamado Estados Unidos, os três conversaram durante horas a fio, trocaram informações e foi de certa forma, onde os Et's descobriram mais vínculos do que se podia imaginar.

Acima do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora