Durante os primeiros anos do século XX uma invenção revolucionaria surgiu entre os humanos permitindo-o acesso à informação de maneira bem mais dinâmica. O rádio teve seu ápice desde que foi inventado até o fim da segunda guerra mundial. Nesse conflito, inclusive, civis recebiam informações de ultima mão vindas das zonas de conflito, o que antes nunca foi possível. Entretanto, com o advento dos televisores, o rádio perdeu sua força e logo fui substituído pela recém invenção que não só permitia transmissão de áudio como de vídeo também. Os anos se passaram e a Internet tomou o lugar da televisão, que se tornaram cada vez mais moderna. Apesar disso, o rádio nunca morreu, e sempre existiu emissoras e pessoas que preferiam o bom e velho aparato do que televisões ou mesmo a internet. Muitos acreditavam que não o rádio se tornaria obsoleto perante as novas tecnologias, mas graças a ele Susana, Sebastian, Clara, Katherine e todos os outros civis que estavam em Pittsburg podiam ter notícias de como estava a situação mundial.
As novidades vindas de vários lugares do Estados Unidos diziam que algumas cidades estavam sendo tomadas de volta, enquanto outros já estavam livres das garras invasoras. Os poucos jornalistas, em estações de rádios precárias falavam também a situação em outros países, como Brasil, Rússia e Canadá. Era sempre uma felicidade geral quando era anunciado no rádio mais uma vitória humana, e ao que tudo indicava, a grande guerra intergaláctica, como havia sido nomeada, estava prestes a encontrar o fim com a soberania humana se sobressaindo perante os aliens. Clara era a que menos tinha tempo para saber das novidades, pois estava atolada de trabalho com as pessoas, mal dormira e comia às pressas sempre. Entretanto, havia outra garota agora, chamada Emily que aparecera na cidade a poucos dias. Estava muito cansada e sofria de inanição quando foi avistada por um homem que fazia a ronda. "Mais uma" pensou cansadamente a Auxiliar de enfermagem, mas quando se recuperou, a jovem se mostrou uma poderosa aliada no ramo da saúde. Logo as duas se tornam bastante próximas. Emily Kaldwin tinha a pele morena bem claro, seu cabelo era preto e longo sempre amarados em um rabo de cavalo, bastante bonito. Seus olhos castanhos mostravam força e serenidade ao mesmo tempo. Os lábios rosados estavam rachados por conta da situação que ela estava, contudo se cicatrizavam com rapidez.
- Você parece se dar muito bem com ela. – Disse Susana, em um dos poucos momentos de folga que Clara tinha. As duas estavam encima de um prédio, aproveitando a brisa fria que sempre soprava antes da chuva voltar a cair
- Ela me ajuda bastante com os pacientes. Ou melhor, eu a ajudo bastante. – Respondeu a garota com um pequeno sorriso.
- Clara, minha querida, você as vezes esquece qual é a minha formação. Você gosta dela.
- Eu sempre esqueço. – Confessou. – Mily é simpática, cativante, forte...
- Mily? – Suzzy gargalhou. – Ora, então parece que vocês duas estão bem próximas mesmo. Eu apoio o casal. Clarmily. Hmm Shippei!
- Você é péssima com isso. – A garota se levantou rindo e voltou para o batente.Os dias que se sucederam foram bastante tranquilos, sem muitas novidades no rádio e com o estado dos pacientes melhorando bastante, graça a ajuda conjunta das duas garotas. Como se percebesse a situação melhorando, o clima também se tornara mais ameno, com menos frequências de chuva, permitindo explorar bem mais a cidade em busca de mantimentos, remédios e roupas limpas. Todos estavam sempre ansiosos por notícias novas e quando isso acontecia era um silencio sepulcral que se instalava entre eles, para que pudessem ouvir todas as novidades. Em dia de muita chuva, outra notícia chegou:
- Segundo informações, O decimo terceiro batalhão, liderado pelo corajoso Major Black, responsável pela vitória em diversas batalhas e salvador da humildade cidade de Memphis agora se encontra a poucos dias de seu destino final, Utah, onde se reunirá com soldados de todas as nações para libertar os Estados Unidos.- Por que Utah? – Perguntou Sebastian.
- É uma notícia falsa, para desviar atenção. – Disse Susana. Ela sabia a verdade, já que Augustus havia revelado para ela.
- Bem pensando. É uma excelente isca. Mas, qual é o objetivo deles então?
- Eu não entendi muito bem o plano, aparentemente saíram do Canadá e cruzarão a América até chegar no México, onde exércitos latinos se juntarão para liberar o país, devido a seus avanços científicos. Aparentemente os mexicanos estão usando as próprias armas inimigas contra eles.
- Adelante, país del guacamole – Disse o rapaz animado.Susana não sabia muito bem o que aconteceria quando a guerra acabace, mas sabia que deveria esperar ali, pacientemente, até que o batalhão de Black voltasse para resgata-la e levava para um lugar melhor. "Será que existe um lugar melhor?" a jovem se lembra de ter perguntando, e obteve uma resposta evasiva e pouco consistente. A noite chegara mais cedo, por conta do inverno e com ela a tempestade também se tornou forte. Suzzy não gostava daquilo, pois para ela representava um mal pressagio. Indo para um canto mais reservado, ela ajoelhou e rezou para que Carl protegesse Black, onde quer que ele estivesse. O major precisava se manter vivo durante sua incursão, pois a vitória dependia disso. Ela sabia que existiam outros exércitos, em outros países usando táticas parecias, mas eles, onde estavam, dependia do sucesso de Augustus para se manterem seguros e com esperança. Quando se levantou, Viu Katty, na mesma posição. Susana não conversou muito com ela desde que soube da notícia, e sentia que precisava, pois, a garota mostrava sinais de um cansaço físico e psicológico que não haveria remédio no mundo que pudesse ajuda-la se a situação se agravasse. Com passos leves e ritmados, a psicóloga se aproximou da amiga e começou a conversar com ela. Poucos minutos depois, Katharine estava desabando em lagrimas, confessando toda a dor que sentia. Já esperando sessa situação, Suzzy se manteve firma e fez o melhor trabalho de psicóloga que conseguia com a amiga, a fim de acalma-la. Sebastian, como sempre, apareceu pouco depois para consolar a jovem. Susana sabia que os dois tinham um lance, e que o laço dos dois estavas se tornando mais forte a cada dia e quando estava prestes a ir embora, sussurrou um obrigado no ouvido do rapaz, que aparentemente não entendeu o agradecimento.

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Acima do Céu
Science FictionO mundo está em perigeu. O ar e água estão poluídos, necessita-se mais de energia do que o próprio sol produz. O planeta nunca teve tanta gente viva ao mesmo tempo. Os governantes estão reunidos mas não sabem o que fazer. Um grupo de estudantes da u...