Capítulo 38

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Lorenzo Sullivan

E eu achando que eu era o maior injustiçado, mas quando vejo meus irmãos com lágrimas nos olhos, me lembro que eles também foram enganados tanto quanto eu, fui estúpido em me afundar na dor e não lembrar que eles também estavam sofrendo.

Passar um tempo com eles foi divertido, me ajudou a esquecer um pouco o que descobri, mas agora deitado na minha cama, tudo volta na minha mente, cada palavra, cada mentira, cada justificativa sem sentido, será que eu sou tão ruim assim para não merece nem a consideração de saber sobre minha origem?

Tento lembra se alguma vez já fiz algo ruim para eles, mas tudo o que lembro é que eu sempre estive lá quando precisaram, sempre fiz de tudo por eles, Allan quando precisava eu me virava em dois para ajudar ele, mamãe? O que diz dela? Não vou ser ingrato e dizer que não fez nada por mim, eu a amo, mas Deus, porquê ela não me disse a verdade, cada o amor que ela diz sentir por mim? Cadê, a regra que ela mesma criou de sempre, não importa as consequências de contar a verdade? Cadê a consideração que eu tive com ela, quando me pediu para lhe entregar Angelina? Eu fiz, passei por cima da autoridade de Allan só pra lhe satisfazer, e meu pai? O homem íntegro, que enche a boca para dizer que o quanto é importante a família, o homem que dita regras mais é sempre benevolente conosco, cadê a verdade quando eu perguntei? Cadê sua benevolência comigo?

Deus, estou tão confuso, tão magoado, eu poderia esperar isso de qualquer pessoa mais nunca, da minha própria família, nunca dos meus pais.

Olho pra o lado e vejo minha mulher dormindo, lembro o quanto ela foi atenciosa comigo, lembro da sua paciência e sua força, a sua tentativa de me animar, e por um tarde inteira ela conseguiu.

Porém, agora estou sozinho, não tem nada para desviar minha atenção, saio da cama calmamente e logo em seguida do quarto, desço a escada e vou direto para meu bar, preciso beber.

Pego uma garrafa não olho para vê o que é a bebida, contorno o cilindro de viro na minha boca, a bebida desce rasgando minha garganta, me sento no chão junto com a garrafa, volto a beber, depois que primeira garrafa acaba pego mais uma e volto para o chão, nao sei quantas tomei, só sei que quero afogar minha dor, quero esquecer dessa porra.

- Irmão - ouço a voz de Aeron - O que está fazendo sentado aí no chão?

- Bebendo - ergo a garrafa - Matando o que me mata.

- O vício? - ele pergunta tentando fazer graça.

- A mágoa- respondo dando um gole na bebida.

- Isso serve? - ele pergunta apontando.

- De servi não serve - digo - Mais da um dor de cabeça do inferno.

Então meu irmão se joga do meu lado.

- Então é disso que estou precisando - toma a garrafa da minha mão e vira na boca.

Depois disso tomamos várias e várias garrafas juntos, só paramos quando vemos minha Selena e minha irmã de braços cruzados nos olhando furiosas, dou um sorriso bêbado e Aeron gargalha da cara delas.

- Vocês querem? - Aeron pergunta bêbado.

Louise toma a garrafa da mão dele é coloca na bancada do bar.

- Muito bonito isso em!? - Selena diz contrariada.

Sorrio do seu jeito de falar.

- Não estou rindo Lorenzo - ela diz brava.

Faço um bico bêbado.

- Não fica brava Seleninha - digo jogando um charme bêbado.

- É não fica brava com a gente - é a vez de Aeron- Por favor, se você brigar comigo eu vou chorar.

Selena e minha irmã trocam um olhar.

- Acho que eles estão muito bêbados- minha irmã diz soltando uma risadinha.

- Acha é? - ela resmunga - Estão mortos de bêbados.

Para diz que ela está enganada, me apoio no ombro de Aeron para mim levantar quando me coloco de pé tombo pra frente fazendo meu irmão rolar no chão de tanto ri, rio com ele, mais de repente lembro o porque de eu está bêbado, então choro, lembrando de como fui traído.

Aeron também chora, as meninas olham sem entender nada e eu também choro sem entender o porquê do Aeron está chorando.

- Porque vocês estão chorando? - Louise diz nos olhando com se fossemos loucos, talvez sejamos um pouco.

- Eu fui adotado - soluço bêbado - Minha família me enganou.

Aeron soluça.

- E você? - pergunto entre lágrimas a ele.

- Eu tô chorando porque tu tá chorando - ele diz e de repente cai na gargalhada, me deito no chão rindo também, e volto a esquecer do meu problema.

- Acho que eles são loucos - Selena sussurra.

- São Sullivan, queria algo melhor do que isso? - Louise debochada.

Ergo um dedo.

- Não sou um Sullivan de verdade - digo entre risos. - Sou adotado, filho de uma porca parideira que me abandonou.

- Que Deus me de paciência! - Selena exclama.

- E que ele me de umas mulheres bem gostosas - Aeron diz sofrido - Poque eu preciso esquecer aquela bunda brasileira.

- Bunda brasileira? - as duas perguntam juntas.

- Ele tá apaixonado por uma das sequestradas - lhes informa - Mais ele não quer relacionamentos sérios.

- Lorenzo - Aeron grita me espantando.

- Que foi? - pergunto tendo uma conversa de porre com meu irmão.

- Não podia contar pra elas - ele diz chateado.

- E porque não? - pergunto desentendido.

- Seu besto - me dá um tapa na testa - Era um segredo de nós dois, não quero que falem por aí que fui amarrado pelo o rabo de uma mulher.

Abro a boca entendo seu ponto de vista.

- Desculpas - digo - Não foi porque eu quis.

- Ela vai embora mesmo, não vou mais ser atormentado pela bunda gigante de Siera.

- Será que dá para pararem de falar de bunda perto de mim? - e é nesse momento que lembro que não estávamos sozinhos.

- Acho que vou da mais bebidas para eles - diz minha irmã- Estou escutando coisas maravilhosas, vai ser ótimo amanhã, vou acordada super animada.

As duas trocam um sorriso maléfico e um olhar cúmplice, mais não me importo, estou bêbado mesmo, amanhã o pau me acha.

Ou melhor dizendo.

A vergonha me dá uma paulada na cabeça de tirar o crânio fora.

Lorenzo : Série Permita-se Onde histórias criam vida. Descubra agora