Lorenzo Sullivan
Mais confuso do que nunca encaro meu pai.
- Como fui adotado para tomar o lugar de alguém se ele esteve vivo até eu ser adolescente? - questiono olha para Paul - Você está mentindo. Quando meu irmão morreu eu já estava aqui, eu cresci com Alex.
- Ops, me confundi - Paul diz cínico - São tantos da mesma cara que até se troca o nome.
- Não são tantos - digo ficando furioso com toda essa conversa sem sentindo - Só são dois gêmeos!
Paul solta uma gargalhada debochada.
- Você não contou à eles? - Paul pergunta para meu pai.
Em resposta meu pai trava o maxilar ainda sendo segurado pelo Pietro, faço um gesto e ele solta meu pai.
- Não nós contou o quê? - Louise diz entrando na sala sendo seguida por minha mãe.
- Eu também queria saber sobre o que esse homem fala - digo olhando do meu pai para Paul.
Allan se põe do lado meu pai. O olho confuso porque se ele não sabe como ele apoia meu pai nesse momento?
- De que porra ele está falando? - grito perdido.
- Calma-se filho - pedi minha mãe.
- Me acalmar? - pergunto debochado - Como vou me acalmar se esse homem vem dizendo que sou adotado e que só me adotaram para tomar lugar de alguém?
Os olhos dela brilham cheio de lágrimas.
- É verdade? - pergunto quando vejo dor na face dela, dou um passo para trás quando ela tenta me tocar - Não me toque.
- Filho - meu pai diz.
- É verdade? - grito com a visão embaçada.
- É - diz Allan me olhando com pena.
Esfrego a mão no meu rosto limpando as lágrimas que caem.
- Me adotarám para tomar o lugar de quem? - pergunto com a voz embargada.
- Não diga isso, você não tomou lugar de ninguém - papai diz e caminha em passos rápidos para perto de mim, segura meu rosto com as duas mãos, porém, lhe empurro de perto de mim.
- Não me toque - me afasto de novo - porque ele diz que são tantos iguais? Porque ele insinua que são mais do que dois gêmeos?
- Lorenzo - Allan me repreende.
- Não falei com você - rosno apontando um dedo para ele - Você sabia dessa porra e não pensou em me contar? Eu tinha o direito de saber........ eu tinha o direito de saber.
- Não cabia a mim dizer nada - ele diz friamente.
- Ae, como soube que não sou irmão de sangue você decidiu me esconder a verdade - digo soltando um riso de desespero.
- Não diga bobagens, você sempre vai ser meu irmão - a voz de Allan embargada.
Novas lágrimas escorrem pelo meu rosto, minha mão treme, meu peito dói, eu confiei tanto neles, sempre fiz de tudo para ser bom para eles, sempre contei a verdade, achando que se eu fosse sincero eles nunca me esconderiam nada, como fui burro.
Caiu de joelhos no chão, soluços escapam da minha boca, braços me rodeiam, me preparo para empurrar, mais ouço a voz da minha mulher.
- Sou eu querido - a voz dela me faz desabar, me agarro nela com força, enfio meu rosto no pescoço dela e choro, choro com nunca chorei na vida, soluços ecoam pelas paredes, mas não me importo, eu não merecia que eles não me contasse a verdade, eu merecia saber, eu entenderia, mas eles escolheram me esconder, me enganar.
- Vocês tiveram mais de dois gêmeos? - pergunto levantando a cabeça quando me vem à mente que eles não responderam quando perguntei, minha mãe está com o rosto enfiado no peito do meu pai.
E tão estranho pensar nisso agora. Pai e mãe.
- Sim, tive trigêmeos - a voz de choro da minha mãe me causa desconforto.
- E ele morreu? - pergunta Aeron visivelmente abalado.
- Morreu - mamãe diz - Adotamos Lorenzo ainda bebê, fazia dois anos que tínhamos perdido Luís, não me arrependo de ter adotado você, você é uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida.
- Porque não me contou? - pergunto praticamente suplicando uma explicação.
- Não queríamos que você se sentisse excluído - ela diz se afastando do meu pai e dando um passo em minha direção.
- Sabe o que estou sentindo agora? - pergunto me pondo de pé e ajudando minha mulher a se levantar também- Estou me sentindo traído, vocês me traíram, se tivesse me contado antes eu teria entendido, mais sabe o quanto é foda saber de uma coisa assim pela boca dos outros? Vocês preferiram que eu descobrisse pela boca desse infeliz, vocês se negaram a me contar, estou tão magoado com vocês, não sei se serei capaz de perdoar ou voltar a confiar em vocês algum dia.
Limpo uma lágrima que escorre e caminho na direção de Pietro.
- Me dê sua arma - digo estendendo a mão para ele.
Mesmo hesitante ele me dá a arma, mamãe ofega quando vê na minha mão a arma.
- Lorenzo - ela diz em desespero - Filho o que você vai fazer?
Sem responder miro e atiro na testa de Paul que si diverti com o meu sofrimento.
Deixo a arma na mesa e volto para perto da minha mulher, tomo sua mão na minha e dou as costas para a família que cresci e que me criou, em cima de mentiras.
Quando passo por perto de Louise e Aeron, eles têm lágrimas nos rostos, ambos me abraçam chorando, deixo lágrimas escorrem livremente, dói tanto.
- Lorenzo - a voz de Allan chega nos meu ouvidos - Vamos conversar.
- Não temos nada para falar - digo secamente.
- Por favor irmão - ele pede.
- Não sou seu irmão- respondo rudemente.
- Porra, Lorenzo - ele xinga quando menos espero sou puxado e um soco me acerta.
- O que caralho você tem? - Selena empurra Allan.
- E quero conversar com ele - Allan diz ríspido.
- Ele não quer falar com você, entendeu? - ela rosna de volta.
- O que quer falar comigo? Vai dizer que se arrepende mais eu sei que é mentira, vai dizer que não foi traição, mas foi - digo puxando minha mulher para perto de mim - Além de me trair ainda quer ter razão? Já me traiu duas vezes seguida, uma quando mandou fazer um exame de DNA da minha filha quando eu disse que eu não queria, e agora me esconde que não sou filho dos seus pais, vai fazer o que mais além de me bater?
Allan arregala os olhos surpreso.
- Pensou que eu não sabia? - pergunto sorrindo sem humor. - Pois, saiba que sei tudo relacionado a minha filha, o resto das coisas? Não posso diz o mesmo. Quero que vocês vão embora, quero ficar sozinho com a minha família.
Dou um beijo no rosto dos meus irmãos mais novos e saio em seguida do porão, o pior lugar da minha casa, o lugar que destruiu meu relacionamento com os meus pais e com Allan.
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Lorenzo : Série Permita-se
Roman d'amourLorenzo, um homem romântico, vive em um mundo cheio de armações e perigo, cuida da sua filha sozinho, passou por coisas que sua família não sabe é segundo ele nunca vai saber, ele é do tipo caladão, não gosta de se meter em confusão, mas se ele se...