Eu e o Lourenço estávamos sentados a beber café na cozinha e ele parecia preocupado.
D.: O que é que se passa, Lourenço?
L.: Tens de sair daqui. - olheio nos olhos e ele estava em pânico.
D.: Mas passa - se alguma coisa? Desculpe aquilo do meu filho, nós não vamos apresentar queixa por ele ter imaginado uma velhar qualquer no quarto!
L.: Ele não imaginou, ele viu. - levantou - se bruscamente e virou - me costas.
D.: Desculpe? - já não estou a perceber o rumo desta conversa.
L.: Não, não posso falar mais... - vira - se para mim e aproxima - se - A única coisa que te posso dizer, rapaz, é que, para o teu bem e para o bem da tua família, saiam desta casa!
D.: Não estou a perceber, Lourenço. Quer dizer, antes, estava feliz por conhcer o meu pai e por eu voltar às minhas raízes e, agora, está a pedir - me que saia a correr da casa do seu irmão falecido?! Ao menos, dê - me uma boa desculpa...
O Lourenço senta - se a meu lado mais calmo, mas sempre com receio de falar demasiado ou de dizer alguma coisa que não suposto ser dita.
L.: Eu já falei demasiado, parece que agora cabe - te a ti decidires se confias em mim ou não.
D.: Como assim «falou demasiado»? E como é que quer que eu confie em si se ainda não disse nada com sentido?!
L.: Sabes qual foi o maior erro do teu pai? Foi não ter confiado no seu instinto!
D.: O quê? O meu pai?!
L.: Não digo mais nada!
Levantou - se bruscamente, nem tentava disfarçar a raiva dentro de si e... Foi - se embora. Foi - se embora sem dizer uma única palavra, batendo com a enorme porta feita de madeira velha. Mas o que é que o meu pai tem a ver com isto? E o que é que ele queria dizer com «não ter confiado no seu instinto? E mais importante, porque é que temos de ir embora desta casa?!
Começo a sentir - me estonteada e com suores frios.
M.: É ali. - aponta para a porta de um quarto.
De repente, o meu cérebro congela, parecendo que vejo tudo em câmara lenta.
C.: Não tenhas medo, querido. - seguro - lhe pela mão e, muito lentamente, abro a porta.
A imagem do quarto começa a aparecer e... MAIS NADA! Suspiro de alívio, por momentos, pensei que a imagem que o Miguel tinha visto, a velhota, era real.
C.: Eu disse - te que não tinhas de ter medo - entro no quarto e puxo - lhe pela mão - Não está ninguém aqui, vês?!
M.: Mas eu vi...
C.: Querido, se calhar foi um sonho ou uma memória e confundiste com a vida real...
M.: Pensava que acreditavas em mim...
C.: E acredito, só que, às vezes, a pessoa vê um reflexo de uma pessoa a andar na rua e confunde...
M.: A andar na rua? Esta casa é completamente isolada, não há ninguém a andar na rua!
Antes de me deixar dizer alguma coisa, vai - se embora a correr chateado.
Acabamos de chegar e o Miguel já arranjou um problema!
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Férias Arruinadas
HorrorUma família que decide passar as suas férias de natal numa casa de campo, totalmente isolada, sugerida pelo colega de trabalho do pai, passa por um grande período de terror. Chamam a isto férias?! ____________________________________________________...