Corremos o percurso da loja até à casa do Mestre.
A imagem do Teddy morto permanecia na minha cabeça. É óbvio que aquilo não foi um acidente! Quem é que faria uma coisa destas a um cão?! O pior é que já desconfio de alguém...
Abro a porta de casa.
D.: Carla! - chamo Carla - Já chegamos!
M.: Pai, quem é que fez aquilo ao Teddy?
D.: Não sei, filho. - dou - lhe uma festa na cabeça - Mas vou descobrir.
Começo a achar estranho a Carla não me responder.
D.: Carla! - grito mais alto.
M.: A mãe saíu?
D.: Não sei. - olho à volta - Vai ver na sala.
M.: Ok...
Miguel vai para a sala.
Mas onde é que estará a Carla?! Não é normal dela desaparecer sem nos dizer nada, ainda para mais que estava cheia de medo de ficar sozinha!
Vou até à cozinha e não está lá ninguém.
Vou até à sala de jantar e também não está ninguém.
D.: Carla! - grito.
Subo as escadas e procuro no andar de cima, mas mesmo assim não a encontro.
Desço as escadas e vou em direção à sala ter com Miguel.
D.: Miguel, encontraste - a?
Assim que entro na sala, vejo Carla e Miguel amarrados a uma cadeira e Lourenço ao lado deles com uma faca na mão.
Carla assim que me vê dá um gemido de agunia.
C.: Carla! - olho para ela - O que é que lhes fizeste?
L.: Não pareces muito surpreendido, Duarte...
D.: Já estava à espera de uma visita tua...
L.: É por isso que se iam embora?
D.: Solta - os, Lourenço. Ele é apenas um miúdo...!
L.: Lamento, Duarte, mas eu avisei - te. Não te lembras?
D.: É claro que me lembro.
L.: Eu disse - te logo no primeiro dia que tu e a tua família deviam sair daqui imediatamente, mas não me ligaste nenhuma... Pensaste que eu era um velho louco, não foi?
D.: E não és?! Olha para ti!
L.: Não fales do que não sabes! Eu não queria que nada disto acontecesse, mas tu não me deste outra opção!
D.: Sabes, é isso que não percebo.... - sento - me num sofá individual - Porque é que nos pediste para sairmos daqui?
L.: Cala - te! Já chega de conversas!
D.: Eu tenho uma teoria: tu mataste os teus irmãos assim que ouviste uma conversa entre eles da janela da sal-
L.: O quê?!
D.: Eles estavam preocupados porque o vosso pai deixou - lhes a casa e não te incluíu no testamento, daí a preocupação dos teus irmãos de como irias reagir face a esta notícia, realmente, deve ser triste o nosso próprio pai não gostar de nós.
Carla geme outra vez cheia de medo da reação de Lourenço.
L.: Tu não sabes do que falas! - grita, já irritado.
D.: Sei, acredita que sei muito bem. - olho fixamente para Lourenço - Tu depois de saberes disto, convidaste - os para um jantar e puseste calmantes na salada e serviste - a aos teus irmãos. Levaste a Patrícia para o quarto, algemaste - a na cama e asfixiaste - a.
L.: Isso é ridículo...! - solta uma gargalhada assustadora.
D.: Posso continuar?
L.: Podes. Diz lá essa tua teoria antes que eu mate a tua mulher e o teu filho.
Olho para Carla e Miguel e estão ambos aterrorizados.
Tento mostrar calma face às ameaças de Lourenço, não quero que ele se aperceba que me está a intimidar.
D.: Obrigado. Bem, como eu estava a dizer, mataste a Patrícia asfixiando - a e mataste o Pedro com um guarda - chuva. E pronto, o teu plano correu na perfeição: não foste apanhado, pois livraste - te do corpo da Patrícia sem ninguém dar conta, pois ela não era lá muito conhecida, dando - a como desaparecida; A parte mais difícil foi livrar - se do corpo do Mestre Pedro, pois ele realmente era muito conhecido cá no Santo, mais tarde ou mais cedo, as pessoas iam estranhar a sua ausência. Por isso, fingiu que o seu irmão morreu num acidente provocado por um corta - relvas. Ou acha que eu sou burro ao ponto de não ler jornais antigos?! O Lourenço disse que foi apenas «um trágico acidente» que ias a conduzir o corta - relvas e que não deu conta do seu irmão e passou por cima dele.
L.: Já chega, eu não tenho de ficar aqui a ouvir isto!
D.: Após a morte dos seus irmãos, mudou - se cá para casa e uma coisas estranhas começaram a acontecer. Coisas sobrenaturais... E foi por isso que me avisou para sair desta casa, por causa dos espíritos enraivecidos dos seus irmãos. Mas infelizmente, nós continuamos e graças à ajuda dos seus irmãos descobrimos tudo!
L.: Só que falta - te uma parte nessa tua teoria, Sherlock Holmes.
Lourenço à medida que vai falando, aproxima - se de mim.
L.: Porque é que eu te avisei para saires daqui?
D.: É para eu responder?
L.: É, diz lá, Sherlock.
D.: Porque conhecias o meu pai e eras amigo dele.
L.: Exatamente, éramos amigos. E os amigos fazem coisas incríveis uns pelos outros... Eu contei tudo ao teu pai e sabes o que é que ele me disse?
D.: O quê?
L.: Ele disse que me ia ajudar a livrar dos corpos.
D.: Não, ele não era capaz disso!
L.: Não só não era, como fez! Foi o teu pai que me ajudou a montar o cenário da morte do Pedro e foi ele mesmo que se livrou do corpo da Patrícia.
D.: Não...!
L.: O teu «papá» triturou o corpo da minha querida irmã.
Saio da sala a correr e vou para a cozinha.
Vomito para o lava - loiça.
Lourenço vem atrás de mim.
L.: Acredita no que te digo, o teu pai era tão mau como eu. Quer dizer, acho que era pior. Eu fiz isto para ficar com a casa, agora ele, ele fez isto por apenas prazer. Duarte, o teu pai é um psicopata.
Volto a vomitar.
Passo água na cara e olho para Lourenço.
D.: Por favor, deixa a minha mulher e o meu filho. Eles não têm nada a ver com isto!
L.: Eu queria, mas eles envolveram - se demasiado...!
Lourenço pega na maior faca da cozinha e vai em direção à sala e sem hesitar vou atrás dele.
Carla e Miguel estavam cada vez mais com medo.
L.: Escolhe o primeiro.
D.: O quê?!
L.: Escolhe um, que eu mato.
D.: Eu não vou fazer isso, seu tarado!
L.: Pois, realmente não pensei bem, desculpa. - passa - me a faca - Matas tu!
D.: Eu não vou matar nenhum deles!
L.: Vá lá, eu sei que lá no fundo querias. Afinal, tens sangue de psicopata em ti!
Aceito a faca e fico especado a olhar para ela.
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Férias Arruinadas
TerrorUma família que decide passar as suas férias de natal numa casa de campo, totalmente isolada, sugerida pelo colega de trabalho do pai, passa por um grande período de terror. Chamam a isto férias?! ____________________________________________________...