Capítulo V - Lourenço?!

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Cheguei a casa e não vi nem o Duarte nem o Miguel. Comecei a procurar no andar de baixo, mas não os vi. Aquela sensação estranha voltou e os suores frios também.

C.: Duarte! - comecei a subir as escadas. - Miguel!

Nenhum deles respondeu, mas ouvi uma voz do meu quarto. A porta estava fechada e, cada vez que me aproximo, começo a ouvir a voz de uma mulher também. Não sabia se fugia ou se entrava no quarto. Será que é o mesmo homem e a mesma mulher que a empregada da caixa ouviu? Mas, o medo apoderou - se mim e, sem mais nem menos, desatei a correr para fora de casa, até que tropecei no alpendre. Ao tentar me levantar, alguém agarrou - me pelo braço e, do susto, dei um grito enorme.

D.: Carla! Carla, sou eu!

Era a voz do Duarte, que figura parva que fiz.

M.: Mamã, magoaste - te? - o Miguel também estava lá.

C.: Miguel! - desatei a chorar.

D.: Miguel, vai lá dentro buscar gelo.

M.: Não, eu fico com a mamã. - agarra - me no braço.

D.: Ajuda a mamã, Miguel, vai buscar gelo que eu fico com ela.

C.: Vai lá, Miguel. - já estou um pouco mais calma.

O Miguel sai a correr. O Duarte ajudou - me a levantar e sentamo - nos num banco lá no alpendre.

D.: Carla, o que é que te aconteceu?

C.: Caí e assustei - me, mais nada.

D.: Mas e porque é que estavas a correr daquela maneira?

C.: Foi... Um rato. Cheguei a casa, fui logo arrumar as compras na cozinha e vi um rato.

 D.: Um rato...? - começou - se a rir de mim - Só mesmo tu...

O Miguel chega com gelo.

M.: Toma, mamã. - passa - me o gelo.

C.: Obrigada, amor.

M.: O que é que aconteceu?

D.: A mamã viu um rato e assutou - se.

M.: Um rato! A onde é que ele está?

C.: Ele fugiu.

M.: Podera, com esses gritos...

D.: Coitado do rato...

C.: Bem, eu vou começar a fazer as sandes de atum.

Levanto - me com dificuldade.

D.: Deixa estar. - ajuda - me a levantar - Vai descansar, que eu faço. - olha para Miguel - Ajudas - me?

M.: Ok.

O Duarte ajuda - me a ir para dentro de casa. As vozes tinham desaparecido, será que foi tudo da minha cabeça ou esta casa estará, não sei... Assombrada? Deito - me no sofá e adormeço. Sonho com uma senhora, da idade da minha mãe. Depois, aparece um homem, também um pouco mais velho que a senhora. Parece que estão a disuctir... Mas não consigo perceber o que dizem, pois estou a vê - los de uma janela. Dou a volta à casa e começo  a espreitar da janela da sala,onde eles estavam. Já conseguia ouvir melhor:

Velha: E agora, o que é que fazemos? Contamos ou não ao Lourenço?

Homem: Acho que devíamos esperar até à escritura estar feita...

Velha: Mas achas que ele nos pode fazer alguma coisa?!

Acordo com o coração aos pulos.

C.: Lourenço?!

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