Cheguei a casa e não vi nem o Duarte nem o Miguel. Comecei a procurar no andar de baixo, mas não os vi. Aquela sensação estranha voltou e os suores frios também.
C.: Duarte! - comecei a subir as escadas. - Miguel!
Nenhum deles respondeu, mas ouvi uma voz do meu quarto. A porta estava fechada e, cada vez que me aproximo, começo a ouvir a voz de uma mulher também. Não sabia se fugia ou se entrava no quarto. Será que é o mesmo homem e a mesma mulher que a empregada da caixa ouviu? Mas, o medo apoderou - se mim e, sem mais nem menos, desatei a correr para fora de casa, até que tropecei no alpendre. Ao tentar me levantar, alguém agarrou - me pelo braço e, do susto, dei um grito enorme.
D.: Carla! Carla, sou eu!
Era a voz do Duarte, que figura parva que fiz.
M.: Mamã, magoaste - te? - o Miguel também estava lá.
C.: Miguel! - desatei a chorar.
D.: Miguel, vai lá dentro buscar gelo.
M.: Não, eu fico com a mamã. - agarra - me no braço.
D.: Ajuda a mamã, Miguel, vai buscar gelo que eu fico com ela.
C.: Vai lá, Miguel. - já estou um pouco mais calma.
O Miguel sai a correr. O Duarte ajudou - me a levantar e sentamo - nos num banco lá no alpendre.
D.: Carla, o que é que te aconteceu?
C.: Caí e assustei - me, mais nada.
D.: Mas e porque é que estavas a correr daquela maneira?
C.: Foi... Um rato. Cheguei a casa, fui logo arrumar as compras na cozinha e vi um rato.
D.: Um rato...? - começou - se a rir de mim - Só mesmo tu...
O Miguel chega com gelo.
M.: Toma, mamã. - passa - me o gelo.
C.: Obrigada, amor.
M.: O que é que aconteceu?
D.: A mamã viu um rato e assutou - se.
M.: Um rato! A onde é que ele está?
C.: Ele fugiu.
M.: Podera, com esses gritos...
D.: Coitado do rato...
C.: Bem, eu vou começar a fazer as sandes de atum.
Levanto - me com dificuldade.
D.: Deixa estar. - ajuda - me a levantar - Vai descansar, que eu faço. - olha para Miguel - Ajudas - me?
M.: Ok.
O Duarte ajuda - me a ir para dentro de casa. As vozes tinham desaparecido, será que foi tudo da minha cabeça ou esta casa estará, não sei... Assombrada? Deito - me no sofá e adormeço. Sonho com uma senhora, da idade da minha mãe. Depois, aparece um homem, também um pouco mais velho que a senhora. Parece que estão a disuctir... Mas não consigo perceber o que dizem, pois estou a vê - los de uma janela. Dou a volta à casa e começo a espreitar da janela da sala,onde eles estavam. Já conseguia ouvir melhor:
Velha: E agora, o que é que fazemos? Contamos ou não ao Lourenço?
Homem: Acho que devíamos esperar até à escritura estar feita...
Velha: Mas achas que ele nos pode fazer alguma coisa?!
Acordo com o coração aos pulos.
C.: Lourenço?!
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Férias Arruinadas
HororUma família que decide passar as suas férias de natal numa casa de campo, totalmente isolada, sugerida pelo colega de trabalho do pai, passa por um grande período de terror. Chamam a isto férias?! ____________________________________________________...