Capítulo XXVII - Solta a minha mamã!

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D.: Ok.

L.: Boa, és igualzinho ao teu pai. 

Lourenço afasta - se de mim e senta - se no sofá a ver.

Aproximo - me de Carla com a faca e esta fixa - me o olhar assustada, porém confia em mim e sabe que nunca na vida lhe ia fazer mal. Notava - se mais dúvida e confusão no seu olhar do que propriamente medo.

E agora mesmo que já estou frente a frente com Carla, pronto para lhe matar, viro o tronco tão rápido como um relâmpago e espeto a faca no braço de Lourenço, a mesma faca que iria matar a minha mulher e o meu filho, a minha família, a minha vida.

Lourenço tenta reagir ao meu ataque mas cai para trás e cai sobre o sofá onde estava antes sentado.

L.: Seu... - leva a mão à faca e tenta tirá - la do braço.

Miguel perante àquele gesto desvia o olhar, pois todo aquele sangue fazia - lhe muita impressão.

Desamarro Miguel e logo de seguida Carla.

C.: Duarte!

Carla e Miguel dão - me um rápido abraço e saem logo da sala.

Carla pega no telefone fixo que se encontrava na entrada e marca o número 112.

C.: Estou? Por favor, ajudem - me! Eu e a minha família corremos perigo! Casa do Mestre, Santo da Serra. Rápido!

Carla desliga o telefone e pega em Miguel.

C.: Duarte, as chaves do carro? - pergunta, histérica.

D.: Toma. - retiro as chaves muito depressa do bolso das calças de ganga e passo a Carla - Fujam!

M.: Papá!

D.: Vão, vão!

Assim que me viro para ir à cozinha buscar mais uma faca para me defender, Lourenço apunhala - me pelas costas e não faço nada senão soltar um gemido de dor.

L.: Armaste - te em esperto...! - diz, ainda com dificuldade - Se não és tu que matas a tua família, então mato eu.

Lourenço sai de casa à procura da Carla e do Miguel, deixando - me sozinho, estendido no chão, formando uma poça de sangue.

Tento me levantar, mas não tenho força suficiente, por isso, rasteijo com bastante dificuldade até ao telefone que está neste momento a uns três metros de mim, no chão, pois Carla quando o desligou estava tão apressada e nervosa que simplesmente jogou - o para o chão.

Consigo finalmente chegar ao telefone, mas assim que tento marcar o número do 112, este fica sem bateria. Devido à minha frustração jogo o telefone contra a parede e este parte - se todo aos bocados.

D.: Merda! - grito e cuspo sangue.

*Carla

Abro a porta de trás do carro e empurro Miguel com força para lá dentro.

C.: Despacha - te!

M.: E o papá?

C.: Ele já vem.

Entro no carro muito rapidamente e ligo o motor.

M.: Não! Vamos esperar pelo papá!

C.: Cala - te, Miguel!

Conduzo até ao portão, mas este está fechado.

C.: Não, não...! Fogo! - saio do carro a correr.

Assim que tento empurrar o portão, para conseguirmos passar, Lourenço agarra - me por trás.

L.: Então já ias embora, sem te despedires?!

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