Capítulo VII - Ele disse que o viu lá fora...

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Arrepiei - me quando ele disse aqueles nomes. De certeza que a Patrícia e o mestre são a mulher e o homem que a empregada de caixa me falou e, às tantas, foi a Patrícia que eu ouvi.

C.: Filho, quem são eles?

M.: Não vais acreditar...

C.: Não. - agarro - lhe o braço com força - Eu acredito em ti, querido. - respiro fundo - Diz lá quem são eles.

M.: A Patrícia é aquela velha que te falei. - aproxima a sua cara da minha - A que estava sempre no teu quarto.

C.: E como é que é ela é?

M.: É loira e usa óculos.

C.: E ela falou contigo?

M.: Não me lembro...

C.: Miguel, isto é importante. Não te lembras de ela te dizer alguma coisa... Ou fazer alguma coisa de estranho...?

M.: Ela está sempre sentada na cama onde tu e o papá dormem.

Fiquei toda arrepiada ao saber que uma mulher fantasma estava sempre sentada na cama onde vou ter de dormir esta noite.

C.: E o homem... Fez alguma coisa?

M.: O Mestre?

C.: Sim, como é que ele era?

M.: Parece ser mais velho que a Patrícia, o cabelo dele é cinzento e tem uma careca em cima... Ah, tem olhos azuis e um casaco azul escuro.

C.: E a onde é que ele costuma estar?

M.: Não sei...

C.: Como assim «não sabes»? Onde é que o costumas ver?

M.: Em todo o lado, ele parece... Baralhado, anda por todo o lado como se procurasse alguma coisa...

Duarte: Despachem - se! Caíram na sanita?! - grita o Duarte.

C.: Já vamos! - respondo - lhe também a gritar.

M.: Mamã, tenho medo.

C.: Porquê, querido?

M.: Porque o Mestre disse - me que o viu lá fora.

C.: Quem?

O Miguel fez sinal com os ombros.

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