Capítulo XIII - Mas tu podes ir preso!

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*Miguel 

Que seca, estou farto de brincar aos carrinhos...! Que barulho é este? Parece - me a voz de dois homens...

Vou ver no escritório que é daí que vem o barulho. Abro a porta e vejo o Lourenço a falar com outro homem, espera... É o meu avô! Porque é que o Lourenço está a falr com o avô Rui?! 

L.: Rui, tu não estás a perceber a gravidade da situação! - leva as mãos à cabeça.

R.: Não, nós somos amigos desde sempre. - levanta - se da cadeira - Sempre que eu tinha algum problema, tu ajudavas - me sem pensares sequer duas vezes! Deixa - me fazer o mesmo por ti...

L.: Mas tu podes ir preso! - senta - se, cada vez mais enervado - O que é que seria dos teus filhos, Rui?!  Não te posso arrastar para um problema meu.

R.: Lourenço, não te preocupes, pois, no que depender de mim, nunca vamos ser apanhados! 

E, sem mais nem menos, desaparecem os dois e o escritório volta a ficar sem luz.

Cheio de medo, corro para o andar de baixo ter com os meus pais.

Chego à sala, ofegante da corrida, e vejo os meus pais sentados no sofá a falarem, muito sérios.

M.: Mãe! Pai!

C.: Miguel, estiveste a correr?

Sento - me entre eles.

M.: O avô Rui...

D.: Hum?

M.: Eu vi o avô Rui a falar com o Lourenço lá em cima, no escritório.

D.: Espera aí, viste o avô a falar com o Lourenço?! Mas era uma visão?

M.: Acho que sim, porque, assim que eles acabaram de falar, desapareceram e o escritório, que antes estava todo iluminado, assim que eles desapareceram, ficou sem luz.

C.: Deve ter sido uma visão... 

D.: E o que é que eles disseram?

M.: Qualquer coisa que o avô queria ajudar o Lourenço num problema dele, mas o Lourenço não queria receber ajuda dele, porque o avô podia ir também preso... Mas o avô quis, mesmo assim, ajudá - lo... Ah, o avô também disse que, se depende dele, ninguém os apanharia.

C.: Não percebi nada...!

D.: Mas o que é que o meu pai tem a ver com isto?! - faz uma pausa para pensar - Espera, o Lourenço disse - me: «Sabes qual foi o maior erro do teu pai?! Não ter confiado no seu instinto!». Mas o que é que isso quer dizer? 

C.: Não sei, mas tens que falar com o teu pai, Duarte.

D.: Ah, sim. E digo o quê: «Pai, em que é que ajudaste o Lourenço e porque é que vocês os dois podiam ir presos? Como é que eu sei isto? Ah, porque os fantasmas da Patrícia e do Mestre mostraram uma conversa vossa através de uma visão ao Miguel!».

Antes de a mãe responder, o homem das pizas toca à campainha.

C.: Deve ser a piza. - vai buscar o porta moedas à mala.

O pai fica parado no sofá, simplesmente parado a pensar...

 A mãe grita da cozinha:

C.: Venham jantar!

M.: Piza! - já estava pronto para ir comer, mas primeiro trato de chamar o pai - Pai, não vens comer? 

D.: Já vou, não esperem por mim. 

M.: Ok..... 

Saio da sala, sem dizer mais nada e, à medida que ando, olho fixamente para ele mas o pai continua imóvel como uma estátua a pensar.

*Duarte

Assim que Miguel sai da sala, levanto - me logo e começo a procurar, de novo, no móvel.

Mais fotografias... Procuro numa outra gaveta e encontro uma fotografia interessante: a Patrícia, provavelmente com 20 e tal anos de idade; o Mestre, um pouco mais velho que ela e muito bem - disposto; o Lourenço, com mais ou menos 16 anos, pois era o mais novo deles todos e estava com uma cara de chateado e revoltado.  No meio deles, estão os pais: o pai está abraçado ao Mestre, nota - se no seu olhar orgulho e felicidade. 

Guardo a fotografia no bolso e continuo a procurar na gaveta, mas sem sucesso. Deste móvel, já não se aproveita nada! 

*Carla

Procuro nas várias gavetas da cozinha uma faca para cortar a piza.

C.: Ora, precisamos de uma faca...

M.: Queres que eu te ajude a procurar?

C.: Não é preciso, mas tira três pratos daquele armário. - digo, apontando para um armário da cozinha.

C.: Já encontrei uma faca! 

Dirijo - me à piza e começo a cortá - la. 

C.: Miguel, os pratos?

M.: Não consigo chegar... - faz pontinhas com os pés, tentando alcançar os pratos.

C.: Eu ajudo - te. 

Vou até ele. Tiro os pratos do armário e dou - lhos para não se sentir inútil.

Enquanto o Miguel pousa os pratos sobre a mesa, procuro copos.

O Duarte aparece.

D.: Estou cheio de fome!

C.: Credo, não vos percebo, acabamos de fazer um piquenique e já estão cheios de fome! - pouso três copos sobre a mesa, juntamente com guardanapos de papel.

M.: Eu também já estou cheio de fome.

C.: Toma. - corto uma fatia de piza e pouso - a no prato de Duarte - E esta é para ti. - Corto outra para Miguel e pouso - a no seu prato - Se quiserem mais, ainda sobrou bastante. - Desta vez, corto uma para mim e começo a comê - la.

D.: É claro que eu vou me servir de mais, não sou como tu que se contenta apenas com uma fatia de piza. - dá uma gargalhada.

C.: É por isso que estás gordo...! 

Miguel começa a rir do pai.

C.: A piza está boa?

D.: Hum, está ótima!

M.: Pois está!

As pessoas da fotografia que pus correspondem ao Rui e à D.Dolores (pais do Duarte).

O que é que acharam deste capítulo??

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