Capítulo XVI - És louco.

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11:30

Estamos os três sentados, numa manta sobre o chão, a jogar às cartas.

M.: Peixinho! - diz recolhendo as suas quatro cartas.

C.: Estou exausta. 

D.: Também eu, por mim, o jogo dá por terminado!

M.: Não! Só mais um joguinho...! - esboceja.

C.: Olha para ti, estás cheio de sono! Vá, vamos para a cama. - levanto - me com dificuldade.

D.: Vamos, Miguel. - ajuda Miguel a se levantar com a mão.

M.: Não quero...

C.: Querido, já sabes que não precisas de ter medo. 

11:50

Já estou deitada na cama, a ler um livro e à espera que o Duarte chegue, pois já estou a ficar com medo de estar sozinha no quarto em que supostamente a Patrícia morreu. Agora, resta - me saber como é que o Mestre Pedro morreu e o que é que o pai do Duarte tem a ver com esta história toda...

Não, uma visão outra vez não!!!

Estou outra vez na cozinha. O Lourenço, a Patrícia e o Mestre estão muito bem dispostos a rir.

P.: E eu cheguei a casa toda coberta de lama e advinhem qual foi a primeira coisa que fiz... Deita - me na cama dos pais! - começa - se a rir às gargalhadas, provavelmente deve ser por causa do vinho.

M.: Eu lembro - me desse dia! - começa - se a rir também às gargalhadas - E tu culpaste a gata! - os três riem com mais intensidade.

P.: Pois é, já me lembro! A mão pô - la na rua como castigo e ela nunca mais apareceu... O que será que lhe aconteceu?

M.: Não faço ideia, ela era uma gata tão obediente. A mãe ponha - lhe sempre a dormir na rua quando se portasse mal e ela nunca fugia, não sei o que aconteceu daquela vez...

L.: Eu sei.

P.: Tu sabes? - começa - se a rir.

L.: Sim, atirei - a para o poço do jardim.

M.: Tu o quê?!

Patrícia começa - se a rir mas para assim que vê que Lourenço estava a falar a sério.

P.: Estás a falar a sério?

L.: Estava farto dela, por isso fiz uma fogueira no jardim, queimei - a e joguei - a para o poço.

M.: Não tem piada, Lourenço.

L.: Não estou a brincar, Pedro.

Pedro fica vermelho e salta para cima de Lourenço pronto e dá - lhe um soco.

M.: Seu doente mental!

P.: Parem já com isso!

Patrícia tenta afastar Pedro de Lourenço mas desmaia.

Pedro assim que vê Patrícia deitada no chão larga Lourenço.

M.: O que é que lhe fizeste?! - grita para Lourenço.

L.: Droguei - a.

Pedro deixa Patrícia no chão e volta - se a aproximar de Lourenço.

M.: Tu o quê?! - aponta - lhe o seu punho fechado pronto para lhe dar mais um soco.

L.: Pus dois calmantes na salada. O da Patrícia já deu efeito, agora falta o teu.

M.: Tu és... - sente - se estonteado - Tu é lou-...

L.:M: Sou o quê?

M.: És louco. - cai sobre os braços de Lourenço ainda consciente.

L.: Anda, vamos arranjar - te um lugar confortável para descansares.

Leva - o até à sala e pousa - o sobre o sofá, este fica deitado, sem poder fazer nada.

 Depois de deixar Pedro no sofá dirige - se a Patrícia, que se encontra estendida no chão dda cozinha. Lourenço leva - lhe no colo até ao andar de cima e pousa - a na cama do quarto de casal, onde vou dormir esta noite, isto se consegui dormir alguma coisa. 

Amarra os pulsos de Patrícia às grades de ferro da cama de casal e sai do quarto, deixando - a a dormir ou desmaiada. Desce as escasdas, vai à sala onde Pedro estava deitado, este ainda o consegue ver mas com dificuldade devido aos calmantes. Lourenço pega nas chaves do carro e da casa e vai - se embora. 

E pronto voltou tudo ao normal: estou novamente deitada na cama com o meu livro pousado no colo. Levanto - me rapidamente devido ao medo que sinto por estar aqui no quarto onde o Lourenço amarrou a Patrícia e que provavelmente a matou. Vou até ao quarto onde Miguel vai dormir esta noite. 

C.: Já adormeceu? - pergunto para Duarte a sussurrar.

D.: Já. - levanta - se da cama onde Miguel estava a dormir - Finalmente adormeceu! 

C.: Ele estava cheio de medo em dormir  aqui... - olho para Miguel e dou - lhe uma festinha na cabeça - Será boa ideia deixa - lo aqui sozinho? Não achas que o Mestre ou a Patrícia não sei... Podem lhe fazer mal...!

D.: Não há perigo nenhum! A porta fica aberta, à mínima coisa que aconteça, eu venho aqui.

C.: Não sei... 

D.: Carla, nós não vamos passar uma semana sempre com medo de ir para a cama. 

C.: Pois é, é ridiculo! Isto tudo é ridículo! Nada disto faz  sentido: se o Lourenço matou os irmãos, porque é que nos pediu para irmos embora daqui? E o que é que o teu pai fez?

D.: Não sei! - apercebe - se que falou um pouco alto, por isso tenta falar mais baixo - Mas vamos descobrir, querida.

19 de dezembro, 10:30

 *Miguel

Saio da cama, que gelo que esta casa fica de manhã! 

Vou até ao quarto dos meus pais e jogo - me para cima da cama, de forma a acordá - los.

M.: Acordem!

D.: Vai brincar...

M.: Já é tarde e tenho fome! 

C.: Ele tem razão, já é tarde. - levanta - se devagar - Pronto, estou acordada. 

M.: Finalmente!

D.: Deixem - me dormir só mais um bocadinho!

C.: Fazemos assim, eu tenho de ir ao supermercado para o pequeno - almoço. Ficas a dormir e tu, Miguel, vens comigo?

M.: Sim!

C.: Boa! Vamo - nos vestir. 

Saímos os dois do quarto.

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