Capítulo XX - EU NÃO SEI!

93 5 0
                                    

*Duarte

Entramos os dois na casa de banho e Lourenço abre a torneira da banheira.

L.: Está fria, é mesmo o gás.

D.: Que mais poderia ser?

L.: Não se faça de engraçadinho comigo, se faz favor. - faz uma pausa - Sabe, o seu pai não era nada assim...

D.: Porque é que está sempre a falar do meu pai? O que é que aconteceu? - começo a ficar irritado com aquele homem, há qualquer coisa nele estranha.

L.: Bem, nós eramos amigos, só isso.

D.: Pode - me explicar por que é que disse que o grande problema do meu pai era não confiar no seu instinto?

L.: Isso já foi há muito tempo, filho...

D.: Na mesma, quero saber o que aconteceu!

L.: Ó rapaz, se eu já nem me lembro do meu jantar de ontem, quanto mais saber o que é que se passou há não sei quantos anos atrás!

D.: Então, porque é que disse aquilo?! Por favor, explique - me o que é que o meu pai fez!

L.: Eu não repito isto mais nenhuma vez: EU NÃO SEI! E agora deixa - me em paz!

D.: Ok, peço desculpa se o chateei.

 L.: Amanhã eu trago a garrafa de gás.

D.: Ok, a que horas?

L.: Não sei.

D.: Não podemos combinar a uma hora? É que amanhã nós estavamos a pensar em dar uma voltinha de carro.

L.: Pelas oito.

D.: Ok, fica então para as oito.

L.: Pronto, vou andando. 

D.: Ok, eu acompanho - o à porta.

Saímos os dois da casa de banho e fomos em direção à porta.

C.: Já está resolvido?

L.: Não, o problema é mesmo o gás. Por isso, amanhã passo por cá às oito com a garrafa de gás.

C.: Ah, ok. 

D.: Bem...

L.: Já vou. Até amanhã.

D.: Até amanhã e obrigado.

Lourenço sai pela porta da entrada.

C.: Obrigada! - grita para Lourenço.

Fecho a porta

Olho para Carla.

D.: Vais me dizer que não achaste isto estranho?!

C.: É claro que achei! Aquela história do Fernando e da garrafa via - se mesmo que era aldrabice!

D.: Miguel! - grito.

Miguel aparece a correr.

M.: O Lourenço já se foi embora?

D.: Já, filho. 

C.: Querido, ele fez te alguma coisa?

M.: Eu estava à procura de alguma coisa fixe e ele apereceu do nada e começou - me a ameaçar.

D.: Espera lá, ele ameaçou - te?

M.: Sim! Ele disse - me que se nós continuássemos a mexer nas coisas dele, íamos acabar por morrer.

C.: Duarte, esse homem é louco, temos de sair daqui o mais rápido possível!

D.: Tem calma, Carla.

C.: Não me digas para ter calma! - a Carla descontrolou - se completamente com o meu pedido para se acalmar - A culpa disto tudo é tua!

D.: Minha?!

C.: Sim, se não fosses tu a sugerires esta casa nós nunca estaríamos aqui!

D.: Desculpa?! Tu adoraste a ideia de mudarmos de planos para o Natal! 

C.: Isso foi antes! Eu depois disse - te que não queria vir!

D.: Tu não disseste isso, tu disseste que tinhas um mau pressentimento quanto a esta casa, só isso! Não ponhas a culpa em mim!

C.: Se tu me ouvisses uma vez que seja...! - vai - se embora para o andar de cima a chorar.

M.: Mãe! - Miguel chama a mãe, mas esta continua a andar apressadamente para o andar de cima.

Férias ArruinadasOnde histórias criam vida. Descubra agora