*Duarte
Entramos os dois na casa de banho e Lourenço abre a torneira da banheira.
L.: Está fria, é mesmo o gás.
D.: Que mais poderia ser?
L.: Não se faça de engraçadinho comigo, se faz favor. - faz uma pausa - Sabe, o seu pai não era nada assim...
D.: Porque é que está sempre a falar do meu pai? O que é que aconteceu? - começo a ficar irritado com aquele homem, há qualquer coisa nele estranha.
L.: Bem, nós eramos amigos, só isso.
D.: Pode - me explicar por que é que disse que o grande problema do meu pai era não confiar no seu instinto?
L.: Isso já foi há muito tempo, filho...
D.: Na mesma, quero saber o que aconteceu!
L.: Ó rapaz, se eu já nem me lembro do meu jantar de ontem, quanto mais saber o que é que se passou há não sei quantos anos atrás!
D.: Então, porque é que disse aquilo?! Por favor, explique - me o que é que o meu pai fez!
L.: Eu não repito isto mais nenhuma vez: EU NÃO SEI! E agora deixa - me em paz!
D.: Ok, peço desculpa se o chateei.
L.: Amanhã eu trago a garrafa de gás.
D.: Ok, a que horas?
L.: Não sei.
D.: Não podemos combinar a uma hora? É que amanhã nós estavamos a pensar em dar uma voltinha de carro.
L.: Pelas oito.
D.: Ok, fica então para as oito.
L.: Pronto, vou andando.
D.: Ok, eu acompanho - o à porta.
Saímos os dois da casa de banho e fomos em direção à porta.
C.: Já está resolvido?
L.: Não, o problema é mesmo o gás. Por isso, amanhã passo por cá às oito com a garrafa de gás.
C.: Ah, ok.
D.: Bem...
L.: Já vou. Até amanhã.
D.: Até amanhã e obrigado.
Lourenço sai pela porta da entrada.
C.: Obrigada! - grita para Lourenço.
Fecho a porta
Olho para Carla.
D.: Vais me dizer que não achaste isto estranho?!
C.: É claro que achei! Aquela história do Fernando e da garrafa via - se mesmo que era aldrabice!
D.: Miguel! - grito.
Miguel aparece a correr.
M.: O Lourenço já se foi embora?
D.: Já, filho.
C.: Querido, ele fez te alguma coisa?
M.: Eu estava à procura de alguma coisa fixe e ele apereceu do nada e começou - me a ameaçar.
D.: Espera lá, ele ameaçou - te?
M.: Sim! Ele disse - me que se nós continuássemos a mexer nas coisas dele, íamos acabar por morrer.
C.: Duarte, esse homem é louco, temos de sair daqui o mais rápido possível!
D.: Tem calma, Carla.
C.: Não me digas para ter calma! - a Carla descontrolou - se completamente com o meu pedido para se acalmar - A culpa disto tudo é tua!
D.: Minha?!
C.: Sim, se não fosses tu a sugerires esta casa nós nunca estaríamos aqui!
D.: Desculpa?! Tu adoraste a ideia de mudarmos de planos para o Natal!
C.: Isso foi antes! Eu depois disse - te que não queria vir!
D.: Tu não disseste isso, tu disseste que tinhas um mau pressentimento quanto a esta casa, só isso! Não ponhas a culpa em mim!
C.: Se tu me ouvisses uma vez que seja...! - vai - se embora para o andar de cima a chorar.
M.: Mãe! - Miguel chama a mãe, mas esta continua a andar apressadamente para o andar de cima.
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Férias Arruinadas
TerrorUma família que decide passar as suas férias de natal numa casa de campo, totalmente isolada, sugerida pelo colega de trabalho do pai, passa por um grande período de terror. Chamam a isto férias?! ____________________________________________________...