Guardo as sandes no cesto e oiço um barulho. Não sei de onde é que vem, mas parece que é da sala.
D.: Despachem - se! - grito, com medo de ficar sozinho no andar de baixo.
Não sei porquê, mas começo a sentir - me estonteado, como se tivesse sido drogado. Começo a ouvir a voz de uma mulher:
Mulher: Cuidado, ele vem aí!
Dou uma volta e , desorientado, continuo a andar. A voz da mulher não sai da minha cabeça:
Mulher:Foge! Sai desta casa!
Dou mais uma volta, como se estivesse à procura dessa tal mulher e, de repente, dou de caras com ela. Caio no chão e adormeço.
C.: Duarte! - abana - me o braço.
Tento abrir os olhos, mas vejo tudo desfocado.
D.: Carla?
C.: Quantos dedos vês? - mostra - me quatro dedos, ao que parece.
D.: Quatro...
C.: Queres ir ao hospital?
D.: Não, não é preciso.
C.: Anda. - tenta me levar para o sofá.
Apoindo o braço nela, consegui chegar à sala, parecia que estava drogado ou bêbedo.
C.: Deita - te aqui. - pousa - me no sofá. - Estás confortável assim?
D.: Tenho dores de cabeça.
C.: Deves ter batido com a cabeça quando desmaiste.
D.: E o piquenique?
C.: Esquece o piquenique, Duarte. Tu precisas de descansar.
D.: Não é preciso, já me estou a sentir melhor agora.
Sento - me no sofá, ainda meio estonteado e com dores fortíssimas de cabeça.
C.: Descansa só mais um bocadinho e depois vamos.
D.: Ok... Não sei o que me deu!
C.: Merda, esquecemo - nos de trazer comprimidos. - vai buscar a carteira.
D.: Onde é que vais?
C.: À farmácia, o que é que achas?
D.: Nem penses, não é preciso. - tento me levantar, sem sucesso.
C.: Deixa - te estar. Fica aí a descansar e, quando eu voltar, tomas o comprimido e vamos ao piquenique. - pega na carteira, pronta para sair. - Aproveita agora para descansar. - dá - me um beijo na testa.
D.: Ok, até logo.
Assim que Carla sai, Miguel aparece e deita - se em cima de mim.
M.: Estás melhor, pai?
D.: Agora já estou bem, filho.
M.: Desmaiaste?
D.: Parece que sim...
M.: Queres que te traga alguma coisa?
D.: Não, eu estou bem, filho, a sério. - dou - lhe uma festa na cabeça - Porque é que não vais desenhar um pouco antes de irmos ao piquenique?
M.: Ok, mas a onde é que há lápis nesta casa?
D.: Vê naquela cesta ali ao fundo. - aponto para uma cesta velha.
M.: Não tem. - remexe na cesta.
D.: Então vai brincar com os teus brinquedos que trouxeste.
M.: Ok.
Assim que Miguel sai da sala, levanto - me depressa e começo a procurar fotografias antigas ou coisas assim do género. Afinal, preciso de encontrar essa tal mulher que vi no meu sonho. Nunca tinha tido um sonho assim tão explícito, lembro - me perfeitamente da cara dessa tal mulher. Aparente ser mais velha que eu, é loira e usa óculos.
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Férias Arruinadas
TerrorUma família que decide passar as suas férias de natal numa casa de campo, totalmente isolada, sugerida pelo colega de trabalho do pai, passa por um grande período de terror. Chamam a isto férias?! ____________________________________________________...