Capítulo I - Finalmente de férias...!

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18/12/2014

Férias! Depois de nove meses a trabalhar, finalmente estou de férias! 

Duarte: Então, já tens tudo pronto?

Carla: Deixa ver... Guardaste as chaves de casa?

Duarte: Não, pensava que tu é que as tinhas guardado.

Carla: Não acredito! Onde é que será que elas estão?! Agora vamos chegar atrasados e o dono da casa já não vai estar lá para nos receber!

Duarte: Nós não estamos atrasados, Carla. Vê lá se te acalmas... Estamos de férias!

Entra na sala Miguel. 

Miguel: Mãe, afinal guarda mais este. - mostra - lhe um diossauro de brincar.

Carla: Mais um, Miguel?! Por que é que precisas de levar tantos brinquedos? Não vamos ficar lá um mês, é só uma semaninha!

Miguel: Vá lá, prometo que é o último brinquedo que eu te peço para guardar.

Carla: Que remédio, não é?!  - continuo a procurar as chaves - Viste as chaves de casa, filho?

M.: Não... Nem sequer sem como é que elas são.

O Duarte levanda um caixote de cartão pousado em cima da mesa.

D.: Encontrei - as!

C.: Ah, que bom! Agora sim, já podemos ir.

M.: Hey, férias!!!

D.: Vá, Miguel, ajuda - me a levar estas malas para o carro.

M.: Espera, deixa - me ir ao meu quarto ver se não falta nada. - Miguel sai da sala a correr.

C.:  Só espero que não falte nada, já não temos espaço para mais brinquedos! 

D.: Vou levar estas duas para o carro - pega nas malas. - Vê se não falta nada.

C.: Ah, já me ia esquecendo do repelente! 

D.: O repelente?

C.: Sim, para os mosquistos! - agora não encontro o repelente, até parece de propósito! - Mas a onde é que o guardei?

D.: Credo, de repente, parece que tudo ganhou pernas e fugiu.

C.: Olha, talvez seja um sinal para não irmos... 

D.: O quê, perder as chaves de casa e o repelente para os mosquistos é um sinal para não irmos de férias?!

C.: Não sei, ultimamente tenho andado com uma sensação estranha no estômago, parece que alguma má vai acontecer...

D.: Carla, isso chama-se sair da zona de conforto.

O Miguel aparece.

Miguel: Tinha me esquecido deste, mãe. - mostra - me um carrinho de brincar.

C.: Ok, vai fazer xixi. - pego no carrinho e guardo - o na minha mala.

M.:  Mas eu já fiz de manhã!

C.:  Mas faz agora para depois não termos de parar pelo caminho.

M.: Ok...

Miguel sai da sala.

C.: O que é que querias dizer com «sair da zona de conforto»?

D.: Queria dizer que estás nervosa por que todos os anos vamos ao Porto Santo para a casa dos teus pais e, este ano, vamos experimentar um sítio novo para ficar e estás nervosa, o que é normal.

C.: Tens a certeza que esse teu amigo é de confiança?

D.: Ele não é meu amigo, é um tipo novo lá da empresa...

C.: Boa, está a ficar cada vez melhor...!

Levo a mão à cabeça de preocupação. Parece que, de repente, tudo está errado, tenho a sensação que há alguma coisa de errado com aquela casa e, neste momento, só me apetece ficar em casa, mas claro que não posso estragar as férias ao Duarte e ao Miguel, só porque tenho um pressentimento quanto às férias!

C.: Mas achas que ele é de confiança?

D.: Sim, pelo que parece e pelo que falamos, ele é de confiança! És capaz de ter calma, caramba, estamos de férias!

Lá está ele com a conversa do «estamos de férias!», agora maniou com aquilo.

C.: Eu sei que estamos de férias, não é preciso estares sempre a repetir!  - respiro fundo para me acalmar - Só estou nervosa, mais nada... -  viro - lhe as costas para não começar a chorar e senta - mo numa cadeira lá da cozinha. 

Mas afinal o que é que se passa comigo?! Deve estar perto a me vir o período, só pode...!

D.: Eu sei, desculpa. - senta - se na cadeira, a meu lado e vira - se para mim - Mas não tens nada que ficar nervosa, querida. - pousa a sua mão sobre a minha - O quê, deixa - me advinhar, estás a imaginar um assassino de mácara branca e com uma cerra elétrica na mão?! - começa a rir.

C.: Não tem piada, Duarte! - afasto a mão.

D.: Vá lá, Carla, tem piada. Diz - me só se era isso que estavas a pensar?!

C.: Mais uma dessas e não vou! - levanto - me da cadeira.

Era mesmo isso que eu queria: não ir! Mas não ia cancelar as férias por uma birra, claro.

D.: Pronto, já parei.

Miguel chega à cozinha.

C.: Porque é que demoraste tanto, Miguel?

M.: Aproveite e lavei os dentes, vejam como estão brancos! - mostra os dentes.

D.: Uau, estão tão brancos! - dá uma festa na cabeça de Miguel. - Vá, ainda faltam quatro malas, leva esta. - passa - lhe a mala mais pequena

C.: Eu levo esta. - ao pegar na mala, o meu braço fica dormente e, muito rapidamente, deixo cair a mala no chão. - Ai!

D.: O que é que se passa?! Estás bem?

C.: Estranho, o meu braço ficou dormente. -  começo a abanar o braço para a dormência passar.

D.: Deve ser uma presença. - começa a rir.

C.: Podes parar de dizer piadas?! - dou - lhe uma pancada na barriga.

D.: Carla, estamos casados casados há dez anos... Sabes que não posso parar de dizer piadas! - pega nas duas malas que sobravam e leva - as para o carro,

Estou outra vez com aquela sensação estranha no estômago, mas o que é que se passa comigo?! «Vá lá, Carla, controla - te!» dizia a mim várias vezes. Tento pegar mala outra vez, sem mais nem menos, fiquei toda arrepiada, mais uma vez!

C.: Estou mesmo a precisar de férias!

«São só sete dias...» - repito para mim mesma.

O que é que acharam ?? :)

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