Capítulo XXIII - Foi ele quem vos matou?

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Acordo com o coração aos pulos. Estou tão nervosa que me custa a respirar! Saio logo da cama e vou a correr para o andar de baixo ter com Duarte.

Duarte não está na sala, nem ele nem Miguel. Por isso, vou até à cozinha.

Assim que entro na cozinha vejo Duarte e Miguel a preparem o jantar. Mas esperem... Já são horas de jantar? Dormi assim tanto tempo?!

D.: Bom dia, dorminhoca.

M.: Finalmente, acordaste!

C.: Que horas são?

D.: Nove e meia. - diz, olhando para o relógio.

C.: Credo, acho que foi a sesta mais longa que fiz...!

D.: O jantar já está pronto!

M.: Fizamos esparguete à bolonhesa!

C.: Hum, que bom! Mas não tenho fome, comam vocês.

D.: Nem mesmo um bocadinho?

C.: Não consigo comer. 

Vou para a sala.

Pego num monte de revistas cobertas de pó e começo a lê - las.

P.: Carla...

Olho para o lado mas não vejo nada e,  sem mais nem menos, faço uma coisa que nunca esperava fazer na vida: tentar falar com um fantasma.

C.: Patrícia? Mestre?

Não oiço nada, ninguém me responde. 

Dou um pulo de susto assim que uma jarra de flores cai de uma mesa.

C.: És tu Patrícia? Fala comigo! - dou voltas à sala, à espera de um sinal.

P.: Sai desta casa imediatamente!

Ok, aquela era sem dúvida a voz de Patrícia.

C.: Patrícia, eu sei o que é que o Lourenço te fez. A ti e ao teu irmão. - espero uma resposta sua, mas nada - Por favor, dá - me um sinal, se achares que eu e a minha família corremos perigo.

E neste momento, o meu coração simplesmente para, fico totalmente em choque quando um jogo de soletrar cai ao chão sozinho. Vou até lá e as peças de letras começam - se a mexer sozinhas formando a frase: «TU   E   A   TUA   FAMILIA    TEM   QUE    SAIR    DAQUI»

C.: Quem é que nos pode fazer mal?

As peças voltam - se a mexer, formando a frase. «LOURENÇO».

C.: Foi ele quem vos matou?

Fico à espera que as peças se tornem a mexer mas em vez disso o jogo é como se fosse «atirado» por uma pessoa invisível, neste caso a Patrícia. 

C.: Patrícia? 

Ninguém me responde.

Decido então arrumar as peças do jogo que estavam espalhadas pela sala.

*Duarte

 Após o jantar estar feito e a mesa posta, eu e o Miguel começamos finalmente a comer!

M.: A mãe está bem?

D.: Ela está só cansada. - faz uma pausa para provar a comida - Miguel, não tens medo... Do Mestre e da Patrícia?

M.: Não, quer dizer, antes eu tinha, mas agora já não.

D.: E do Lourenço? Tens medo dele?

M.: Tenho. 

D.: Achas que ele nos pode fazer mal, filho?

M.: Não sei, mas...

D.: Mas o quê?

M.: A Patrícia e o Mestre estão me sempre a dizer que sim.

D.: E eles disseram - te porquê?

M.: Eles disseram... Que o Lourenço... Os matou.

D.: E eles disseram - te como?

M.: Não.

Dou um suspiro de alívio.

*Carla

Arrumo a embalagem do jogo na cesta dos jogos da sala.

Sento - me no sofá e entretanto Miguel aparece.

M.: Mamã!

Miguel dá - me um abraço.

C.: Já jantaste, querido?

M.: Já.

C.: E o papá?

M.: Está a lavar a loiça.

C.: Ouve, querido, precisamos de falar...

M.: Tem a ver com a Patrícia ou com o Mestre ou com o Lourenço?

C.: Sim.

M.: Já sabia... 

C.: Tem que ser, Miguel. - sento - me no sofá e faço sinal para Miguel se sentar ao meu lado.

Miguel senta - se.

C.: O que é que a Patrícia e o Mestre te disseram até agora sobre o Lourenço?

M.: Disseram - me que ele era perigoso,... Disseram que foi ele quem os matou.

Arrepiei - me toda assim que Miguel disse aquilo, pois Lourenço matou mesmo os irmãos, é demasiada coicidência eu sonhar com isso!

C.: Disseram - te mais alguma coisa?

M.: Não. Só para termos cuidado com ele e para sairmos daqui.

Sei que a imagem não se parece muito com a casa mas foi a única que encontrei :) Espero que tenham gostado deste capítulo 

Pff comentem :D

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