*Carla
Depois de umas horas a fazermos vários jogos, como: monopólio, charadas e pictionary, fomos finalmente para a cama. Estou exausta! E este ainda é o segundo dia...!
D.: Carla? - Duarte está deitado a meu lado, enquanto tento ler o meu livro.
C.: Diz.
D.: Aconteceu alguma coisa hoje?
Marco a página onde estava e pouso o livro na mesa de cabeceira.
C.: Sim.
D.: Eu sabia, é que estás estranha...! Então, vais me dizer o que é que aconteceu?
C.: A seguir de discutirmos, fui para o quarto e fiz uma sesta.
D.: Sim, eu sei.
C.: E tive uma visão horrível.
D.: Tens a certeza que foi uma visão? Pode ter sido apenas um sonho...
C.: És capaz de me deixar falar?! - digo irritada devido às interrupções de Duarte.
D.: Desculpa, continua...
C.: Não foi um sonho, foi mesmo uma visão. - paro para pensar - Estas visões começaram já há algum tempo... Lembraste quando tu e o Miguel estavam a jogar na sala e eu perguntei se tinham ouvido algum barulho?
D.: Sim e depois foste à casa de banho.
C.: Isso mesmo, eu fui à casa de banho e depois voltei a ouvir o barulho. Vinha do quarto do Miguel e eu fui lá ver e assim que abri a porta tive uma visão. - faço uma pausa para ver como é punha tanta informação resumida - O quarto estava completamente diferente, era de uma menina...
D.: A Patrícia?
C.: Sim, e ela devia ter a idade do Miguel. Ela estava a chorar porque o Lourenço estragou - lhe uma boneca e devias tê - lo visto, ele era mau...! E a mãe deles estava sempre a defende - lo, por isso deu uma pancadaria à Patrícia e o Lourenço ficou a ver e parecia mesmo que... Ele estava a gostar de ver a irmã a ser espancada, de um modo sinistro...!
D.: E o pai não fez nada?
C.: O pai estava do lado da Patrícia, via - se mesmo que ele não gostava do Lourenço. Depois, tive outra visão. Foi o Lourenço quem os matou.
D.: O quê?!
C.: Ele convidou os irmãos para virem cá a casa jantarem e pôs calmantes na salada.
D.: E foram os calmantes que os mataram?
C.: Não! Eles comeram a salada e ficaram com sono e a Patrícia desmaiou. Então, Pedro perguntou ao irmão o que é que ele lhe tinha feito e o Lourenço disse mesmo que tinha posto calmantes e leva o Mestre para a sala e deita - o no sofá. Despois, Pedro acorda e vai ao andar de cima e vê a irmã deitada na cama presa com algemas.
D.: Na nossa cama?
C.: Sim. Pedro tenta fugir, mas o Lourenço chegou a casa primeiro e ambos discutiram e Pedro matou - o com um guarda - chuva e depois matou Patrícia asfixiando - a!
D.: Tens a certeza?
C.: Sim, Duarte, e foi ele também que matou o pai.
D.: O seu próprio pai?!
C.: Empurrou - lhe de um precipício.
D.: Ele é louco...! - leva a mão à cabeça para pensar - Eu também tenho de te dizer uma coisa, achei que era melhor não te contar para não te assustar mas visto que sabes mais do que eu... Quando estavas a fazer a tal sesta eu apanhei o Miguel a falar com o Mestre e eu perguntei - lhe o que é que ele disse e o Miguel respondeu - me que o Mestre disse - lhe que o Lourenço nos ia matar.
C.: O quê?! - levanto - me da cama imediatamente e começo a dar voltas ao quarto - Como é que foste capaz de me esconder uma coisa destas?!
D.: Eu não te escondi coisa nenhuma!
C.: Duarte, nós corremos perigo! O Lourenço vai nos matar!
D.: Fala mais baixo, vais acordar o Miguel.
C.: Já chega. - abro o armário e retiro de lá a minha mala de viagens e começo a guardar a minha roupa lá.
D.: Carla, o que é que estás a fazer?
C.: Vou - me embora desta casa! - continuo a arrumar as minhas roupas - Se quiseres ficar, ficas, mas eu e o Miguel vamos embora daqui e é já!
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Férias Arruinadas
УжасыUma família que decide passar as suas férias de natal numa casa de campo, totalmente isolada, sugerida pelo colega de trabalho do pai, passa por um grande período de terror. Chamam a isto férias?! ____________________________________________________...