Katarina
Eu estava no meu notebook quando ouvi os passos no corredor. O quarto do Alberto ficava ao lado do meu, porta a porta. O ouvi cantarolando uma canção em inglês, isso fez com que eu parasse o que estava fazendo para prestar atenção no que ouvia. Depois de alguns minutos houve silêncio. Acho que ele foi para o banheiro, não daria para ouvir mais nada. Voltei minha atenção para o meu note e puxei conversa com uma amiga que estava online. Fizemos a resenha de um livro, um exercício passado pela professora de literatura e conversamos frivolidades o restante do tempo. Até me esqueci do que haviam ocorrido horas antes e já estava mais tranquila. Despedi-me da minha amiga por já ser 18h00min e eu estava faminta. Queria jantar antes de todos, para poupar-me de ver a adulação novamente.
Ainda não se ouvia barulho algum do quarto ao lado, deduzi que ele estava descansando um pouco para depois jantar. Dei passos apressados, porém tentei fazer o mínimo de barulho possível. Quando abri a porta, lá estava ele, ainda com a mão erguida, ia bater na porta, mas eu abri antes. Ele sorriu devido a coincidência.
- Oi. _ eu disse , ele tinha o sorriso mais bonito que eu já havia visto.
- Vamos jantar? - E como se vestia bem. Aquela roupa lhe dava um destaque incrível, devia fazer muitos exercícios. Balancei a cabeça e me obriguei a falar.
- Eu não quero jantar. Não tenho fome. - Andei para dentro do quarto lhe dando as costas. - Mas obrigada por me chamar... - tentei ser seca. Ele não era um inimigo, mas tinha potencial. Mais um para me infernizar a mente com a ajuda do meu pai. Então começaria de agora a não dar abertura para uma aproximação. Fora que ele me deixa nervosa.
- Não está com fome? - Ele colocou um olhar desconfiado, rindo em seguida. Ele poderia ajudar na minha missão não sendo tão simpático.
- Não. - Me virei e ele estava a poucos centímetros de mim. Por pouco eu não colidi com ele. Constatei que usava um perfume ótimo também.
- Sabe Katarina, posso ser franco? - Me perguntou sério em tom grave, eu andei até a poltrona, ele me deixava muito nervosa, estava até com as mãos geladas, ou seria o tempo?
- Diga. - Falei fingindo pouco caso
- Penso que estás me evitando. Sei que você ia sair do quarto e desistiu depois que eu a convidei a se juntar a nós.
- Que bobagem, por que eu faria isso? Você acabou de chegar, não posso estar chateada com você. - Ela evitava me olhar. Imaginei que era bastante tímida. Mas eu gostei tanto dela... Foi algo involuntário. Simplesmente aconteceu, então quis tentar uma aproximação. E também imaginei que ela me renderia uma conversa mais interessante do que os demais da família.
- Digamos que... - Ele fez uma pausa, pegou uma cadeira e a colocou de frente para mim e se acomodou nela. - Não nos conhecemos. Não sei do teu convívio com a Sara e com o Fernando, mas o que me parece é que essa euforia da Sara para comigo te irrita muito. Mas o que menos quero é que nosso relacionamento seja abalado por causa disso.
Fiquei atônita olhando para ele. Ou eu era muito transparente, ou ele era muito observador.
- Não quero que me veja como ameaça. Não vim para te roubar nada, eu quero retribuir a gentileza de vocês, ajudando como for possível. Sua mãe demonstra um carinho muito grande por mim, mas não precisa temer, eu vim para me integrar a família e não para dividir atenções. Além do que, nós temos praticamente a mesma idade. Quero conhecê-la melhor, ser seu amigo. Não sei praticamente nada sobre você, e tenho muita curiosidade.
- Por quê? - Eu que fiquei curiosa e desconfiada, em quê eu era interessante?
Isso sim era uma boa pergunta, pensei aqui comigo. Mas o fato é que gostei dela. Queria conhece-la.
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Fragilidade ( EM REVISÃO)
RomanceCaro leitor, imagine estar no último ano da sua colégio e da Academia de dança e desde sempre sofrer pressão dos pais para ser sucessora no grupo empresarial, o que faria? Largaria seu sonho e viveria o que seus pais impuseram? Alberto também tem um...