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Alberto

- Você está fazendo as coisas do jeito errado. É somente isso que lhe digo. - Leandro estava há horas falando que eu deveria me explicar para Kate, para que ela não pensasse o pior sobre mim.
- A Kate não precisa pensar o melhor sobre mim, Leo. Eu vou embora para a Inglaterra assim que terminar tudo na faculdade. E será daqui a umas semanas.
- Você não pensa no sofrimento que está causando nela? Como você se sentiria se fosse com você? Eu nem te reconheço mais. Você sempre pensou no outro. Geralmente você quem me chama a atenção, não o contrário.
- Você não entende? Eu amo a Katarina! Eu não vou conseguir me afastar dela se eu for encontrá-la. Estou torcendo para que eu esqueça dela quando eu estiver longe. - Ele viu o desespero nos meus olhos. Tocou meu ombro e falou contrito.
- Sinto muito que você esteja passando por isso.
- Seu pai é o mais sóbrio de nós. Vou seguir o conselho dele. Não vou voltar a me encontrar com a Kate, se não eu vou fraquejar. E eu não quero nem sofrer, nem causar mais sofrimento a ela.
- Certo. Retiro o que eu disse então. E quem era aquele cara com ela? Você o conhece?
- Só nos falamos uma vez... Ele é amigo dela de muitos anos.
- Ele te olhava com vontade assassina. - Leo riu achando graça. - Pelo menos ela tem quem a conforte. Ela pensou, com certeza que você e a Dily...
- Sim. Com certeza ela pensa que temos um caso ou algo assim. A Kate me ligou no meio da noite, e a Dily atendeu meu telefone.
- Puts. Eu estou com muita pena da Kate. E te ver no shopping junto com a Dily confirmou o engano. Que destino em...
- Sim. Cara, não sei se consigo ficar muito mais aqui. Vou verificar na faculdade a possibilidade de retorno. Eu não vou suportar...
- Segunda nós podemos ver isso. Voltamos todos. Diremos que é uma urgência familiar.
- O que não deixa de ser.
- Para falar a verdade, estou com saudades da Inglaterra. E de algumas pessoas.
- Eu sei. E elas de você. - Eu consegui rir um pouco. - Um dia você vai estar no meu lugar. Doido por alguém, mas espero que possa ter.
- Para evitar a dor, melhor sem apegos. Gosto de quem gosta de mim. Sem paixões antecipadas .
- Acho que vou aderir a este seu estilo de vida.
- Acho que fará bem em... É o que te digo.
- Tu ja falaste tanto hoje. Estás ficando mais esperto do que eu. Vou te dar mais ouvidos daqui para frente.
- Eu sempre fui. Tu que não notavas. - Rimos.

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Eu já estou pronta, esperando pelo Leonardo. Minha mãe ficou perplexa com minha roupa, maquiagem, cabelo.

- Será que eu exagerei um pouco? - Eu me olhei no espelho em cima do móvel da sala.
- Não. Você está deslumbrante. Será que está tentando agradar a alguém? - Ela colocou um riso que eu achei engraçado.
- Sim. A mim mesma. Cansei da mesmice.
- Ah! Sei.
Eu fiquei calada. Não ia ficar com discussão boba. No fim, eu não queria saber de problemas àquela noite. Eu ia esquecer de tudo e de todos e apenas me divertir. Fazer o que me desse vontade. Talvez assim eu conseguisse aliviar o estresse dos últimos anos. Eu merecia aquilo.
- Eu mereço me divertir. - Acabei pensando em voz alta.
- Merece mesmo filha. Finalmente acordou para a vida. - eu não gostava dos comentários, mas me calei. - Filha, estou curiosa com uma coisa... o Alberto está sabendo que você vai para a França?
- Não. - Ela tinha que trazer ele ao assunto? Mesmo que ela não saiba que não estamos mais juntos, me chateia. - Se quer saber, não estamos mais juntos. Não quero nunca mais que toque no nome dele comigo, pode ser assim? - Apesar das palavras duras, eu falei muito calma.
- Pode ser sim. Aliás, amei saber disso. Não sabe o quanto. - Nesse momento a campanhia tocou. Eu tinha certeza que era o Leo. Fui atender. Ele também havia caprichado no visual. Quando ele olhou para mim, ficou de boquiaberto. Eu ri da sua perplexidade.
- Exagerei. - agora eu tinha certeza.
- Kate, eu não imaginei que você conseguia ficar ainda mais bonita. Nossa. - Pareceu cantada, mas o tom que ele usou demonstrou sinceridade.
- Que exagero. Vamos Léo. O pessoal deve estar esperando. Seu irmão veio com você?
- Não, foi buscar a Suzi. Vamos então? - ele lembrou da minha mãe e falou sem graça. - Boa noite.
- Boa. Cuida bem da minha filhota em.
- Deixa comigo!
- Eu sei me cuidar viu, boa noite. - falei risonha para minha mãe e saí. O Leo veio após mim, conseguindo me alcançar, abriu a porta do carro. Eu entre, ele veio em seguida.
- Quero muito me divertir hoje. Leo, você pretende beber?
- Não, eu sou o amigo da vez. Relaxa.
- Então você toma conta de mim se eu cair bêbada por aí?
- Não. - Ambos gargalhamos. - Você não é de beber muito. Quero que se divirta a sua maneira.
- Não notou que estou diferente hoje?
- Sim. A Kate fatal. Mas quanto a bebida, toma cuidado, tudo bem? Eu não me importo de cuidar de você. Mas não quero que amanhã você esteja morrendo como eu fiquei na outra festa.
- Fechado. Agora, vamos logo.
O restaurante ficava um pouco distante da minha casa. Mas assim que chegamos, vimos Samanta e Ramón. Ele já se arriscava no karaokê e a Samanta vibrava na mesa. Eu já comecei a rir dali. Como o Ramón canta mal. A Samata quando nos viu, acenou. Nós caminhamos para lá animados.
- Gatíssima! Que poder é esse menina? Vai matar os meninos do coração. - ela como sempre, estava vestida muito bem. Um vestido vermelho, não muito curto, mas que mostrava as pernas. Uma maquiagem bem feita e o cabelo negro solto até a cintura.
- Você também está arrasando.
- Leo, gato demais viu. Vocês dois. Quero foto. Vou colocar no Orkut. Meus amigos de companhia. Sentamos próximos um do outro, nos juntamos para ficarmos bem enquadrados.
- Isso aí! - Samanta falou colocando a maquina digital em cima da mesa.
- O Ramón já está bêbado? - Leo pergunta.
- Não bebemos nada ainda. Estávamos esperando vocês. Vamos pedir?
- Quer esperar seu irmão?
- Não se preocupem, pode pedir. Ele pode demorar.
- Vou pedir uns drinks gostosos. - ela fez sinal para o garçom. Ele veio e começou a anotar os pedidos. Eu pedi um dink cítrico. Ramón voltou para a mesa e pediu vinho puro.
- Katarina e Leo, me viram arrasando?
- Sim, claro. - Eu disse caindo na gargalhada em seguida.
- Isso é inveja da minha performance.
- Cara, foi o mico do ano. - Leo falou rindo dele.
- Vai lá e faz melhor. - o outro desafiou. As bebidas chegaram. Eu bibi um gole longo. Todos olharam para mim impressionados.
- Vai com calma Kate. É doce, mas embebeda viu. - Samanta falou rindo. Eu dei de ombros e dei outro gole. Logo terminei o copo. Virei para o garçom e pedi outro. De onde ele estava mesmo, foi pegar. Os outros ainda estavam na metade do copo. Quando meu segundo copo chegou, Marco também chegou com a sua namorada. Acenamos para eles nos achar. O restaurante estava ficando lotado. Eu já me sentia mais leve.
- Boa noite.
- Boa noite. - Todos responderam.
- Mano essa é a Samanta. Samanta esse é o Marco, meu irmão mais velho, e essa é a Suzane,a namorada dele.
- Prazer. - Samanta respondeu um pouco tímida.
- O Ramón e a Kate vocês conhecem.
- Sim, Kate quanto tempo! - Suzane fala para mim. Eu estava ficando um tanto tonta. E era só o segundo copo. Eu ri disso. - Você está diferente, está muito bonita assim.
- Obrigada, Suzi. Quis mudar um pouquinho. Oi Marco!
- Oi. Vocês já pediram comida?
- Não. Estavamos esperando para pedir. Só pedimos drinks.
- Então vamos pedir.
- Enquanto vocês pedem, vamos no karaokê Samanta?
Ela se empolga e aceita. Eu não canto nada bem. Acho que pior que o Ramón. Pobre dos meus ouvintes. Comecei a cantar " Man I feel like a woman" da Shania.

Fragilidade ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora