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- Eu adoro sorvete napolitano.

- Eu gosto de todo tipo. Mas não devíamos tomar sorvete num tempo como este. Está frio.

- Verdade. Beto! Tenho que ir. Tenho um compromisso daqui a meia hora.

- Aonde?

- Na Dôres. Esqueceu que comentei com você? - Eu dei um pequeno riso. Ensino todas as quintas, as 17h00min. 

- Vamos que eu te levo. É aqui perto?

- Sim. Bastante perto.

- Vamos então.

 Estávamos passeando no shopping um bom tempo. Compramos tudo que ele estava precisando e mesmo eu recusando, ele me comprou um vestido é um sandália. Disse a ele que não havia necessidade, mas ele insistiu tanto que fiquei sem jeito de rejeitar. Acho que havia notado meu namoro com o vestido no manequim. Como havíamos combinado por telefone, ele foi me encontrar no colégio e teve uma terrível experiência, digo com um pouco de exagero. A Raquel estava na biblioteca quando ele me ligou. Infelizmente ela entendeu nossa conversa. Deixou a sua equipe e saiu para a frente do colégio para esperar ele chegar. Ri da sua falta de senso. Infelizmente a minha equipe estava um pouco atrapalhada e acabou que me atrasei um pouco. Quando finalmente terminamos, andei apressada para encontrar o Beto, que com certeza já me esperava.

Quando desci as escadas, percebi que Raquel já atacava o Beto cheia de animo, já ele não demonstrava entusiasmo algum. Aproximei-me e percebi alivio em seus olhos.

- Beto? – falei tímida. 

- Oi querida. Estava te esperando a um bom tempo. O que aconteceu? – Querida? Foi estranho ouvir isso, mas entendi o que se passava.

- Desculpe. Tivemos problemas com o projeto e eu acabei me atrasando. Mil desculpas.

- Tudo bem meu amor. Podemos ir? – Meu amor? Ele está realmente fazendo piada de tudo aquilo. Eu que não seria estraga prazeres.

-Sim, vamos. Também tenho pressa. Onde estacionou?

-Mais para frente, lá no fim do estacionamento. Vamos andar um pouco.

-Vamos, não podemos perder mais tempo - Caminhei até ele, ele abraçou meu ombro e beijou minha testa. Olhei de soslaio. Muito esquisito. Mas esquisito ainda era o que tudo aquilo estava me provocando. Parecia que havia um enxame na minha barriga, e meu coração acelerava cada vez mais. Pelo menos era a sensação que eu tinha. O problema é que me senti desconfortável com isso. Léo tinha me pedido para sairmos, mas cá estou eu com sentimentos loucos me invadindo. E o Beto é incrível, mas é inacessível." Por que estou pensando nisso? Eu não quero acessar ele. Para Kate. "

-Adeus Raquel. - Disse sem vontade, Já me virando para partir.

-Adeus. - Falou azeda para mim. - Beto querido, - Falou abrindo um sorriso para ele. - Não se esquece de me ligar.  - Pensei "Caramba que cara de pau". Mas fiquei calada, só observando. 

-Ok. Podemos marcar eu, você, Kate e mais alguns amigos... Ir à um teatro ou um museu. - Eu ri muito dentro de mim. Nenhum destes programas agradariam a Raquel ou a suas amigas.  Agora temos que ir. Até  e fica com Deus. - Saímos vagarosos pelo estacionamento. Depois de alguns minutos perguntei sorrindo.

-O que foi aquilo?

-Desculpe, foi uma atitude desesperada. Já que ela já imaginava que tínhamos um relacionamento, quis que ela confirmasse suas suspeitas para que me deixasse em paz. Acho que não funcionou muito bem...

-Não seria mais fácil dar um fora nela de vez. Eu ficaria imensamente satisfeita. Vê-la levando um fora será magnifico! 

Gargalhamos. 

Fragilidade ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora