Katarina
Foi incrível! Simplesmente incrível. Minha primeira apresentação como uma profissional do ballet foi simplesmente inesquecível. Tudo correu tão bem, tão lindo e perfeito. Eu me senti incrível fazendo o personagem. Era uma peça que eu amava e me senti honrada em fazer. Assim que o ato terminou, as cortinas se fecharam e todos comemoraram o trabalho bem feito. O professor veio emocionado até e mim e me abraçou feliz.
- Eu sabia que você ficaria perfeita.
- Obrigada.
- Em posição, vamos agradecer os aplausos. - O professor falou entusiasmado.
As luzes se acenderam e a cortina se abriu novamente. Reverenciamos a plateia que aplaudia de pé. De lá eu pude ver a minha mãe e a Maria. Eu fiquei impactada em ver o Lúcio e o Carlo ali. Nunca imaginei que eles viriam. O Beto me aplaudia sorrindo para mim e me olhando diretamente. Eu sorri para ele. Ele estava lindo ali. Vestido com roupas elegantes e tão formais. Ao seu lado eu notei uma senhora baixinha. Deve ser a sua avó. Ela tem um rosto adorável. Ela parecia encantada com tudo. O Leandro estava com duas mulheres. Uma parecia ser sua mãe, a semelhança era notável. E a outra era a moça que vi no shopping. Acho que finalmente vou conhecer um pouco da família do Leandro. O Léo fez falta. Ele era alguém que eu sempre pensei que estaria na minha estréia. Se é que não estaria dançando comigo. Senti um sentimento estranho de vazio. E meu pai... Sempre sonhei que um dia ele me olharia com orgulho. Mas nunca aconteceu. O professor começou a falar sobre o espetáculo, mas eu não conseguia prestar atenção nele. Só me atentei quando ele falou meu nome. Eu olhei para ele e ele me chamou para junto. A plateia aplaudia novamente e eu agradeci. Mas então a cortina fechou novamente e todos começaram a partir. Eu fui me trocar no camarim. Lá havia um buquê de rosas brancas e vermelhas. Fui empolgada ler o cartão, mas já sabia de quem era. Mas me enganei, na verdade as rosas eram de outra pessoa.
- Gostou? - A voz do Leonardo tomou todo o espaço. Ele acabava de entrar no camarim.
- Léo?! - Eu corri para ele. O abracei com tanta força.
- Tudo isso é saudade já? - Ele falou sorrindo.
- Claro. Pensei que você tivesse viajado. O que houve?
- Tivemos um problema no embarque. Só vamos viajar amanhã. Então eu corri para te ver loirinha. - Ele se afastou e falou olhando em meus olhos. - Estava linda hoje. Dançou incrivelmente.
- Ah Léo, obrigada. Eu fico tão feliz que posso dividir esse momento com você. - Eu o abracei novamente. - Te adoro.
- Eu te amo, loirinha. - Ele ainda me abraçando, olhou para mim cheio de afeto. - Eu lamento terrivelmente não ter tomado a iniciativa antes de tudo que aconteceu acontecer. Mas quero que saiba que eu te amo muito.
- Mas Léo.
- Eu sei. Você agora é um tipo bizarro de cunhada. Mas eu te amo antes mesmo de conhecermos ele. Então ele é quem tá no meio. - Ele falou tão engraçado que eu não consegui conter o riso. - E mesmo que você não goste desse jeito de mim, quero que saiba que eu te amo profundamente. Sempre estarei ao seu lado. Hoje eu quase não vinha, porque minha mãe está muito abalada e eu quis ajuda-la. É a minha mãe apesar de tudo.
Eu acariciei sua face. Eu tinha muito carinho por ele. Era estranho. Mas eu acho que é porque ele foi meu grande amor no passado. E essas coisas não se esquece totalmente.
- Você sempre estará no meu coração. Eu nem sei o que dizer.
- Na verdade você já disse.
- O quê? - Perguntei sem entender
- Você disse que eu beijo bem. Elevou minha moral. - Eu olhei surpresa. Eu não lembrava disso.
- Eu disse isso? - Perguntei já com a face corada demais.
- Disse sim. - Ele gargalhou. Kate se mantenha longe das bebidas alcoólicas.
- Céus. - Eu escondi o rosto com as duas mãos. - Eu agi como uma louca. Desculpa Léo.
- Tudo bem, eu não vou negar que gostei.
- Léo! - Falei com repreenda na voz, mas sorrindo em seguida.
- Kate, você tem certeza que não gosta nem pouco de mim? - Ele perguntou sério. Meu sorriso cessou e eu desviei os olhos. - Eu queria te fazer um pedido... - Olhei para ele esperando que ele continuasse. - Quero um beijo. Sem álcool envolvido. Já que em todas as vezes nós estávamos altos pela bebida.
- Mas Léo eu não posso. Eu estou com o Beto.
- Eu sei. Mas acho que precisamos disso para definir as coisas. - Ele se aproximou mais de mim. Me olhava nos olhos sem desviar. Nós tínhamos um magnetismo incrível. Era como se ele me atraísse para si. Mas eu amo o Alberto. "Se afasta Katarina" Pensei comigo. Mas não me afastei. O Léo finalmente selou os nossos lábios e eu não vou negar que senti um turbilhão dentro de mim. Foi um beijo terno, rápido, furtivo. Eu o afastei de mim.
- Léo você não deveria.
- Você também gosta de mim, não é Kate? Está confusa?
- Eu não... - eu me senti tão estranha. Senti vontade de chorar.
- Ei, não chora. Desculpe. Eu não devia ter feito isso. Mas ao mesmo tempo foi bom para sabermos que nosso sentimento ainda está vivo.
- Eu amo o Alberto. - Eu repetia isso como um mantra.
- Morro de ciúmes. Mas é a minha vez de experimentar isso. Você suportou a mesma coisa quando eu estive com a Brenda.
- O que está querendo dizer Léo?
- Que serei paciente e determinado, loirinha. Somente isso. E não se atormente, na hora certa o que tiver que ser, será. Te vejo em Paris. - Ele me deu outro beijo leve na bochecha e se foi.
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Fragilidade ( EM REVISÃO)
RomanceCaro leitor, imagine estar no último ano da sua colégio e da Academia de dança e desde sempre sofrer pressão dos pais para ser sucessora no grupo empresarial, o que faria? Largaria seu sonho e viveria o que seus pais impuseram? Alberto também tem um...